Cinemateca homenageia Andrea Tonacci

Entre os dias 2 a 19 de fevereiro, a Cinemateca Brasileira apresenta a mostra Homenagem a Andrea Tonacci. Serão exibidos 12 títulos do diretor, incluindo obras marcantes do cinema brasileiro, como Bang-Bang e Serras da Desordem, e também, seu último filme, Já Visto, Jamais Visto.

Nascido na Itália em 1944, Tonacci radicou-se no Brasil e fez sua estreia como cineasta com Olho por Olho, um curta-metragem escrito, dirigido e fotografado por ele. Em seguida, em meio à censura e a ditadura militar, realiza Blablabla, um poderoso filme político. Com Bang-Bang, um dos marcos do cinema de invenção brasileiro, Tonacci realiza uma de suas obras-primas.

Foi um dos pioneiros da linguagem do vídeo no Brasil e seus registros inclusive compõe o material de arquivo de seu último filme. Iniciou pesquisas com as culturas indígenas, em filmes como Os Arara e Conversas no Maranhão.

Realizado entre os anos de 1977 e 1983, Conversas no Maranhão nasceu do contato do diretor e fotógrafo Andrea Tonacci com os índios Canela Apãniekra nos anos 1970. O filme é um importante manifesto dos Canela Apãniekra ao governo brasileiro, no momento da demarcação de suas terras pela Funai. À medida que narra a história da comunidade, os conflitos fundiários, seu massacre e os limites imemoriais de seu território, Conversas no Maranhão observa os rituais e o cotidiano dos Canela Apãniekra, entrevistando também chefes da aldeia. Entre os anos 1990 e 2000, dirigiu uma série de curtas-metragens e médias-metragens, como Óculos para Ver PensamentosPara Ver TV tem que Ficar Ligado e Página de Diário de Viagem, com destaque para suas obras institucionais, Theatro Mvnicipal de SP e Biblioteca Nacional.

Depois de um longo período de gestação, em 2006, é apresentada a obra-prima Serras da Desordem. Aqui, Tonacci retoma sua experiência com grupos indígenas. Misturando registro documental e ficção, Serras da Desordem trata do dramático embate entre natureza e civilização e é um dos mais importantes filmes deste século. Retomando estudos e materiais realizados em meados da década de 1990 para um filme de ficção chamado Paixões que, por diversos motivos, não chegou a ser concluído, Tonacci realiza Já Visto, Jamais Visto, em 2013. Num brilhante trabalho de montagem, realizado em parceria com Cristina Amaral, Já Visto, Jamais Visto é uma reflexão profunda sobre cinema e memória.

Confira a programação da mostra no site www.cinemateca.gov.br.

 

Mostra Homenagem a Andrea Tonacci
Data: de 2 a 19 de fevereiro
Local: Cinemateca Brasileira – Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino – São Paulo/SP –  11 3512-6111
Entrada: gratuita

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