Com mais palestrantes, players e reuniões de negócios, RioContentMarket 2017 celebrou afrobrasilidade e parcerias para coprodução

Os corredores do espaço de convenções do Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro, ficaram lotados durante o RioContentMarket, que recebeu 3.700 participantes, de 8 a 10 de março. O ânimo dos produtores independentes e a resiliência de um mercado que não se deixou afetar pela turbulência da economia brasileira ficaram evidentes.

A sétima edição do RioContentMarket, que se consolidou como o maior mercado audiovisual da América Latina, somou 1.281 projetos audiovisuais apresentados e 1.421 reuniões nas Rodadas de Negócios, 20% mais do que no ano anterior. O número de patrocinadores e expositores cresceu 54%, e também houve aumento significativo na quantidade de players e keynote speakers: em 2016, foram 197 players contra os 269 dessa edição, e 28 keynote speakers no ano passado contra 37 nesse ano.

O evento recebeu players de 30 países, como Alemanha, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Dinamarca, Estados Unidos, Inglaterra, México, Reino Unido e Rússia. Cinco delegações internacionais também vieram ao evento: Argentina, Canadá, França, Chile e Paraguai, as duas últimas pela primeira vez, o que reforçou os laços entre o Brasil e países latino-americanos. Executivos de canais como Telefe, Caracol, TV Azteca e Señal Colombia, bem como de produtoras como a Zumbastico Studios (Chile), vieram ao Rio de Janeiro com o objetivo de desenvolver coproduções. Players de 24 Estados brasileiros também compareceram às Rodadas de Negócios, incluindo as delegações de Ceará, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Nomes de peso no mercado participaram como palestrantes, a exemplo de John Dahl (ESPN Films), produtor-executivo do documentário OJ: Made in America, vencedor do Oscar 2017; Marie Jacobson, vice-presidente-executiva de Programação e Produção da Sony Pictures Networks; Alex Hirsch, criador e produtor da animação Gravity Falls; Michelle Satter, diretora do Programa de Longas-Metragens do Sundance Institute; Zola Mashariki, diretora de Programação Original da BET (Black Enternainment Television), e John Singleton, diretor de Boyz n the Hood (Os Donos da Rua) e de episódios das séries Empire, Billions e American Crime Story – The People v. O.J. Simpson.

Além de falar em um painel, Singleton participou da cerimônia de abertura, no dia 7 de março, ao lado da atriz Danielle Moné Truitt, protagonista da série americana Rebel, que teve sua première mundial realizada no RioContentMarket. A série, com foco na comunidade afrodescendente dos Estados Unidos, foi escolhida para abrir o evento por dialogar com tema da representatividade negra no setor audiovisual, fio condutor do RioContentMarket nesse ano.

Os atores Lázaro Ramos e Camila Pitanga foram os anfitriões da noite de abertura, que recebeu e homenageou artistas negros do cinema, da TV e do teatro brasileiro, como Ruth de Souza, Antonio Pitanga, Elisa Lucinda, Maria Ceiça, Cris Vianna, Adélia Sampaio, Jefferson De e Luís Miranda.

A representatividade negra no setor também permeou toda a programação do RioContentMarket. Mais de 50 afrobrasileiros do mercado audiovisual falaram em painéis e participaram das Rodadas de Negócios.

Acordos internacionais

A Brasil Audiovisual Independente e a Associação de Produtores Independentes de Televisão (APIT), de Portugal, assinaram durante o evento acordo de cooperação para potencializar as oportunidades de coprodução entre seus associados. O intuito é atuar conjuntamente em busca da ampliação do acordo de cooperação entre os governos do Brasil e de Portugal, que atualmente é válido apenas para cinema, a projetos voltados à TV e a outras plataformas do audiovisual.

No campo governamental, a Ancine também celebrou protocolo de cooperação com o Centre National du Cinéma et de l’Image Animée (CNC), da França. O documento marca o lançamento de uma parceria estratégica entre os órgãos, que inclui troca de informação e intercâmbio de agentes. O objetivo principal é a expansão, assim que possível, dos acordos de coprodução para a área audiovisual, em busca de novos incentivos a projetos independentes produzidos em conjunto pelos dois países.

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