Documentário de João Moreira Salles é premiado em festival na França

No Intenso Agora, de João Moreira Salles, acaba de conquistar três prêmios no Cinéma Du Réel – Festival Internacional de Documentários, na França: melhor trilha (Rodrigo Leitão) e melhor filme pela Scam (Sociedade civil dos autores multimídia) e pelo júri das bibliotecas. João já tinha conquistado o prêmio de melhor documentário no festival com Santiago em 2007.

Escrito e dirigido por João Moreira Salles, o longa teve sua estreia mundial na Berlinale 2017 – Festival Internacional de Cinema Berlim e foi considerado pela Variety como uma das dez melhores produções exibidas no evento. O filme, com montagem de Eduardo Escorel e Laís Lifschitz, é uma produção da VideoFilmes.

O documentário vai ser apresentado no BAFICI – Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente (19 a 30 de abril de 2017), em Buenos Aires, e foi convidado a participar de mais de 20 festivais internacionais.

No Brasil, No Intenso Agora vai ser exibido pela primeira vez no Festival É Tudo Verdade – 22º Festival Internacional de Documentários (20 a 30 de abril), no Rio de Janeiro e em São Paulo.

O documentário, narrado em primeira pessoa, reflete sobre o que revelam quatro conjuntos de imagens da década de 1960: os registros da revolta estudantil francesa em maio de 68; os vídeos feitos por amadores durante a invasão da Tchecoslováquia em agosto do mesmo ano, quando as forças lideradas pela União Soviética puseram fim à Primavera de Praga; as filmagens do enterro de estudantes, operários e policiais mortos durante os eventos de 68 nas cidades de Paris, Lyon, Praga e Rio de Janeiro; e as cenas que uma turista – a mãe do diretor – filmou na China em 1966, ano em que se implantou no país a Grande Revolução Cultural Proletária.

No Intenso Agora busca uma reflexão sobre a natureza das imagens históricas. Quem as filma, por que as filma, como as filma? Haveria diferença entre registros realizados em regimes políticos diferentes? O que o arquivo revela de si mesmo sem que o espectador precise recorrer ao contexto histórico? Que tipo de imagem nasce do medo, do enlevo, do risco, da urgência, da alegria? A reflexão se estende ao cinema documental surgido naquele período, quando estudantes e professores trocaram a aridez teórica da sala de aula pela ação militante da rua. O documentário tem edição de Eduardo Escorel e Laís Lifschitz. A pesquisa de imagem é de Antonio Venâncio, a produção executiva é de Maria Carlota Bruno e a trilha sonora é de Rodrigo Leão.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.