Cine Ceará seleciona novos longas de Petrus Cariry e Armando Praça

Por Maria do Rosário Caetano

O Cine Ceará – Festival de Cinema Ibero-Americano de Cinema realizará sua trigésima-primeira edição em formato misto (presencial e on-line), de 27 de novembro a 3 de dezembro. Os 22 filmes de suas duas principais mostras, a de longas ibero-americanos e a de curtas brasileiros, foram revelados nessa quinta-feira.

A mostra de produções oriundas do mundo ibérico conta com três filmes de expressão hispânica, o porto-riquenho “Perfume de Gardênias”, de Macha Colón, o uruguaio “Bosco”, de Alicia Cano Menoni e o equatoriano “Vacío”, de Paul Venegas, e três de expressão portuguesa. Esta metade é, claro, brasileira e compõe-se com “Fortaleza Hotel”, de Armando Praça, grande vencedor do Cine Ceará 2019, com “Greta”, o gaúcho “5 Casas”, de Bruno Gularte Barreto, e com “A Praia do Fim do Mundo”, de Petrus Cariry.

Como Armando Praça, Petrus é cearense e vem construindo sólida carreira como realizador e diretor de fotografia. Seu último longa, o documentário “A Jangada de Welles” (parceria com Firmino Holanda), vem conquistando significativo espaço em festivais de todos os continentes.

No Cine Ceará, além de competir com um longa ficcional, o diretor de “O Grão” estará na competição de curtas, com “Foi um Tempo de Poesia”. Trata-se de documentário que narra, em enxutos 13 minutos, as relações do infante Petrus em família (ele é filho do cineasta Rosemberg Cariry) e com o padrinho, o cego cantador e poeta popular Patativa do Assaré (1909-2002).

Os longas-metragens da competição ibero-americana serão exibidos presencialmente no Cineteatro São Luiz, e, virtualmente, no Canal Brasil e no streaming do Globoplay + Canais ao vivo. Já a competição brasileira de curtas acontecerá no Cinema do Dragão do Mar, point cultural da capital cearense.

Os cineastas Margarita Hernandez (“Che – Memórias de um Ano Secreto”) e Vicente Ferraz (“Soy Cuba, o Mamute Siberiano”) assinam a curadoria (ela, dos longas, ele, dos curtas). O cineasta Wolney Oliveira, que formou-se em Audiovisual na Escola Internacional de Cinema e TV de San Antonio de los Banõs, nos arredores de Havana, dirige o Cine Ceará desde a trágica morte de seu pai, Eusélio Oliveira (assassinado em setembro de 1991), fundador do festival.

Margarita e Ferraz escolheram os filmes concorrentes entre 234 produções longas e curtas vindas de 16 países. Por ignorar, nos últimos anos, filmes da Península Ibérica (Espanha e Portugal), parece chegada a hora de reduzir o alcance (geográfico) do evento rebatizando-o de Festival Latino-Americano de Fortaleza. E, ainda assim, ampliar a participação dos países de expressão hispânica. Apenas três longas para representar 19 países do subcontinente que falam espanhol é muito pouco. E, com apenas seis títulos, a representação brasileira fica hipertrofiada.

Outro problema se apresenta nestes três últimos meses desse ano pandêmico de 2021: o excesso de festivais que escolheram (ou foram empurrados) para datas muito próximas ou conflitantes.

Basta ver o desenho do calendário audiovisual brasileiro neste trimestre: Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba (de 6 a 14 de outubro), Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (21 de outubro a 3 de novembro), Festival de Vitória/Espírito Santo (9 a 14 de novembro), Cine Ceará (27 de novembro a 3 de dezembro), Festival Aruanda do Audiovisual Brasileiro (2 a 8 de dezembro) e Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (7 a 14 de dezembro).

O público brasileiro, espalhado pelas cinco regiões, pode agora ver filmes no Canal Brasil ou em plataformas de streaming. Mas haverá tempo e disposição para tantos festivais, um tão próximo do outro? Eis a questão.

Seguem as listas de filmes selecionados pelo Cine Ceará:

LONGAS IBERO-AMERICANOS

. “Perfume de Gardênias”, de Macha Colón, ficção (Porto Rico-Colômbia)
. “Vacío”, de Paul Venegas, ficção (Equador)
. “Bosco”, de Alicia Cano Menoni, doc. gua (Uruguai-Itália)
. “Fortaleza Hotel, de Armando Praça, ficção (Brasil)
. “A Praia do Fim do Mundo”, de Petrus Cariry, ficção (Brasil)
. “5 Casas”, de Bruno Gularte Barreto, doc. (Brasil)

CURTAS BRASILEIROS

. Alegoria dos Autômatos. De Josy Macedo e Clébson Francisco. Doc. 15 min. Ceará. 2021
. Ato. De Bárbara Paz. Ficção. 20 min. MG. 2021
. Ausências. De Antônio Fargoni. Ficção. 19 min. SP. 2021
. Chão de Fábrica. De Nina Kopko. Ficção. 24 min. SP. 2020
. Como Respirar Fora d’Água. De Júlia Fávero e Victoria Negreiros. Ficção. 16 min. SP. 2021
. Encarnado. De Otávio Almeida e Ana Clara Ribeiro. Ficção. 22 min. Piauí. 2021
. Foi um Tempo de Poesia. De Petrus Cariry. Doc. 13 min. Ceará. 2021
. Hawalari. De Cássio Domingos. Ficção. 15 min. Goiás. 2021
. Mar Concreto. De Julia Naidin. Doc. 15 min. RJ. 2021
. O Amigo do Meu Tio. De Renato Turnes. Doc. 8 min. , SC. 2021
. O Durião Proibido. De Txai Ferraz. Doc. 19 min. PE. 2021
. O Resto. De Pedro Gonçalves Ribeiro. Doc. 20 min. MG. 2021
. Sideral. . De Carlos Segundo. Ficção. 15 min. RN. 2021

 

CALENDÁRIO DE FESTIVAIS (2021):

OUTUBRO

. Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba (de 6 a 14)
. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (21 de out.3 de nov.)

NOVEMBRO

. Festival de Vitória-ES (9 a 14 de novembro)
. Cine Ceará – Fortaleza (27 de nov. a 3 de dez.)

DEZEMBRO

. Festival Aruanda do Audiovisual Brasileiro – João Pessoa (2 a 8)
. Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (7 a 14 de dezembro)

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