A Cidade dos Piratas
Uma das obras mais polêmicas do diretor Otto Guerra, A Cidade dos Piratas faz uma mistura underground e caótica entre ficção e realidade sobre as vidas particulares de Laerte Coutinho e Otto Guerra. O filme é construído por meio de uma série de referências dos quadrinhos da Laerte, e do cinema do próprio diretor, além de buscar, através da história do Brasil – inclusive fatos associados à história recente – fazer uma reflexão sobre a arte, a cultura pop, e política. Com distribuição da Lança Filmes, o filme chega no circuito nacional no dia 31 de outubro.
A animação é desenvolvida a partir de personagens dos quadrinhos Piratas do Tietê, que passam a ser rejeitados por sua criadora, Laerte Coutinho, quando ela se afirma transgênero, assumindo sua identidade feminina.
Amigos e contemporâneos, Otto Guerra e Laerte Coutinho beberam nas mesmas fontes dos anos 70. Assim como Angeli e outros quadrinistas, são artistas influenciados pelas HQs do Crumb, Freak Brothers, pela literatura Beat dos anos 50, Ginsberg, Kerouac, e essa identificação gerou a parceria que segue até os dias de hoje, e que serviu como base para a construção de A Cidade dos Piratas.
Ao convidar Matheus Nachtergaele e Marco Ricca a emprestarem suas vozes aos personagens, o diretor busca ampliar a dimensão contestadora e existencialista do filme, que retrata um processo de aceitação de desejos e de afetos, com a história de um homem que flerta com a cultura transexual.
A Cidade dos Piratas foi exibido em diversos festivais no Brasil e América Latina, foi o vencedor do prêmio de Melhor Roteiro e Melhor Direção no Festival de Cinema de Vitória de 2018, recebeu Menção Honrosa no 46º Festival de Cinema de Gramado e foi eleito o Melhor Filme do Anima Latina, realizado Buenos Aires no último ano, e do MUMIA 2018. Participará ainda de festivais na Europa, como por exemplo CINANIMA que acontecerá em Espinho, Portugal, em novembro, e participou do Ojo Loco – Festival de Cine Latino-americano de Grenoble, França.