Eduardo Escorel

O cineasta (“Lição de Amor”) e montador (“Terra em Transe”, “Cabra Marcado para Morrer”) Eduardo Escorel vem dando significativa contribuição ao debate e à reflexão crítica em nosso meio cinematográfico. Em seu blog ou em debates públicos, o realizador e polemista vem indagando se o cinema que se produz atualmente no país é “relevante ou irrelevante”. O curioso é que Escorel, que expõe suas ideias com coragem única (pois vai além do corporativismo que pauta a categoria cinematográfica), segue em plena atividade como cineasta. Depois dos ficcionais “Lição de Amor”, “Contos Eróticos” (um episódio), “Ato de Violência” e “Cavalinho Azul”, realizados nos anos 70 e 80, ele abraçou, na Retomada (pós 1995), o cinema documentário. Dirigiu quase uma dezena de longas e médias-metragens. Destaque para “32 – A Guerra Civil”, “35 – O Assalto ao Poder”, “Vocação do Poder” (com Joffily) e “O Tempo e o Lugar”. Desde a publicação do livro “Adivinhadores de Água”, Escorel vem tentando motivar discussão menos rasa sobre os destinos do cinema brasileiro. A interlocução tem sido difícil, pois não faz parte de nossa vida cotidiana enfrentar e debater temas controversos. Mas, concordemos ou discordemos das ideias de Escorel, gostemos ou não de seus filmes, temos que admitir que seus escritos têm servido, sim, de semente fertilizadora para uma mais que necessária – urgente – reflexão sobre os destinos do cinema brasileiro contemporâneo.

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