Vincent Lindon
Há atores que nos mobilizam a acompanhar suas carreiras. Muitos nos cativam por sua beleza. Outros, por seu talento e carisma. Este é o caso do francês Vicent Lindon, de 58 anos. Ele é tudo, menos bonito. Se passarmos por Lindon na rua, jamais o veremos. Tem cara proletária. Não faz nem dez anos que nós, brasileiros, o descobrimos.
Um filme – “Bem-Vindo” (2009) – chegou discretamente ao nosso circuito de arte. Ficamos, quem viu o filme, muito impressionados. O ator costuma interpretar personagens totalmente diferentes dele. E o faz sem nenhum esforço. O papel mais notável de Lindon – o operário desempregado de “O Valor de um Homem” (2015), reconhecido com uma Palma de Ouro e um Cesar – o faz parecer um “ator natural”. Ou seja, aqueles que diretores buscam nas ruas ou fábricas e, claro, nunca passaram próximo a uma escola de arte dramática.
Com mais de 50 filmes em seu currículo (embora a fama só tenha chegado na maturidade), Lindon está irresistível em “Mademoiselle Chambon” (na pele de um pedreiro), em “Augustine” (como o dr. Charcot), em “Bastardos”, de Claire Denis, em “Diário de uma Camareira” (como um homem bruto, quase um animal) e em “Os Cavaleiros Brancos” (na pele de um implacável ongueiro). Em breve, o veremos na pele de Rodin, o escultor.
Fato curioso e digno de registro: este ator de cara proletária é um conquistador que faz balançar corações de mulheres muito bem colocadas na pirâmide social europeia. Foi marido (ou “namorido”) de Caroline, princesa do Mônaco, de Claude Chirac (filha do ex-presidente Jacques Chirac), e das atrizes Chiara Mastroianni e Sandrine Kiberlain. O cara, como se vê, tem pegada. Cinematográfica e amorosa.