Olhar de Cinema promove edição on-line
Por Maria do Rosário Caetano
Um filme 100% inédito, de nome intrigante – “Para Onde Voam as Feiticeiras” – dá a partida, nessa quarta-feira, 7 de outubro, à nona edição do Olhar de Cinema, o Festival Internacional de Curitiba. Por causa da pandemia, o festival paranaense, dedicado ao cinema de invenção, será realizado integralmente on-line.
Espectadores de todo o país poderão acessar os filmes pelo site do Olhar. Os ingressos custam R$5,00. A festa curitibana prossegue até dia 15, quando será exibido outro filme inédito, “Antena da Raça”, de Paloma Rocha e Luís Abramo, sobre a convulsiva participação de Glauber Rocha no programa “Abertura”, da TV Tupi.
O documentário ensaístico dos dois realizadores, ambos filhos de cineastas baianos – Paloma, de Glauber (1939-1981), e Abramo, de Fernando Coni Campos (1933-1988) –, foi selecionado para a mostra Cannes Classics, segmento que o festival dedica à memória do cinema e de seus grandes criadores. Como a epidemia suspendeu a realização do evento, os filmes escolhidos foram autorizados a usar o selo cannoise. Vale lembrar que “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (“Antônio das Mortes”, para os franceses) rendeu a Glauber a Palma de melhor diretor, em Cannes de 1969.
Paloma e Abramo resgatam, com “Antena da Raça”, momentos marcantes do segmento que o diretor de “Terra em Transe” inseria, semanalmente, aos domingos, no programa “Abertura”, comandado por Fernando Barbosa Lima. Suas intervenções, livres e inesperadas, permaneceram no ar por 17 meses (de fevereiro de 1979 a julho de 1980). Ao material televisivo, são acrescentados trechos de filmes glauberianos e entrevistas feitas por Paloma e Abramo (com Luiz Carlos Barreto, Caetano Veloso, Luiz Carlos Maciel, Zé Celso Martinez Corrêa e José Dirceu). Há, ainda, o acréscimo de imagens e personagens reais (como Marielle Franco, assassinada por milicianos), o que permite ao filme dialogar com o tempo presente.
“Para Onde Voam as Feiticeiras”, o convidado da noite inaugural do Olhar de Cinema, é o quinto longa-metragem de Eliane Caffé, a festejada diretora de “Narradores de Javé” e “Era o Hotel Cambridge”. Pela primeira vez, ela realiza um longa documental com parceiros. A irmã Carla Caffé, diretora de arte de reconhecido talento, e o produtor Beto Amaral, de “Insolação”, “Vazante”, “O Banquete” e “Partida”, são seus companheiros de aventura.
O filme, que foi selecionado para o Cinelatino Rencontres, de Toulouse, na França, une encenações e improvisos de sete artistas de rua de São Paulo, expondo a permanência de antigos preconceitos de gênero e raça.
Beto Amaral, que assina seu primeiro longa na função de diretor, define “Para Onde Voam as Feiticeiras” como “um sopro de esperança em um país em transe”. E revela a gênese do filme e as circunstâncias que o levaram à parceria com as irmãs Caffé: “em 2018, perdi o desejo de ficcionalizar nossa realidade. Qualquer ficção me parecia de certa maneira um capricho nesse país em colapso. Então, veio o convite da Eliane Caffé para dirigir com ela e Carla esse documentário”.
“Realizá-lo” – confessa – “foi e tem sido uma maneira de me manter são em um país que diariamente perde sua sanidade. ‘Juntes’ encontramos as ‘Manas’, ‘artivistas’ que se expõem e interpretam a si ‘mesmes’ ao longo do filme com enorme coragem, e essa equipe maravilhosa”. Houve outros encontros, que Amaral faz questão de destacar: “contamos com as grandes e especiais participações que vão de Judith Butler ao Pastor Henrique Vieira”.
Para o estreante, o filme permitiu vivenciar emoções novas: “sinto que meu trabalho como diretor foi o de tentar equalizar tantas vozes diferentes, tantos anseios diversos (incluindo os meus mesmos). Tentar criar o espaço para que a cada voz fosse dada a devida escuta”.
De Helena Vieira, ele ouviu: “uma hora alguém tem que ceder”. Assim, e “com a generosidade do cinema de Eliane e Carla, cedemos muito”. O resultado é “um filme, acreditem, fruto real de uma criação coletiva, mesmo que, muitas vezes, as perspectivas individuais se confrontassem”.
“A poeta e dramaturga Ave Terrena em determinado momento do filme” – pondera Amaral – “nos disse ‘Cuidado! criar alianças é mais difícil do que parece’”. Mas “a existência do filme em si mesma servirá sempre para nos lembrarmos que é possível, sim, criar alianças, assim como é possível aprender e mudar com perspectivas diferentes das nossas”.
“O cinema” – conclui o realizador – “ainda pode refletir sobre nossa condição humana, ainda pode criar um universo de imagens capaz de nos inspirar em nossa luta diária. Apenas ‘juntes’ poderemos bater asas e voar”.
Antônio Junior e Eugenia Castello, diretores do Olhar de Cinema, defendem a força de festivais presenciais, pois eles permitem a troca de experiências entre realizadores e o público. Por causa da epidemia do Covid-19, foram obrigados a optar por edição virtual, mudar a data (de junho para outubro) e retirar duas mostras do amplo programa do festival.
As perdas mais sentidas na edição desse ano, são, portanto, as do Olhares Clássicos e Olhar Retrospectivo, segmentos em que o festival curitibano vem desenvolvendo trabalho notável. Afinal, se há dois festivais que valorizam o diálogo entre passado e presente de forma brilhante, eles são a Mostra Internacional de São Paulo e a turma do Olhar curitibano. Mas a dupla Antônio e Eugênia garante que, ano que vem, os olhares ao passado voltarão. Para a alegria dos cinéfilos, aqueles que, nos oito anos anteriores, viram filmes raros de Wojciech Has (o fascinante “O Manuscrito de Saragoça”, com Zbigniew Cybulski), Murnau (verdadeiros tesouros de sua fase germânica), Jean Rouch (e seus documentários seminais), Djibril Mambety Diop, conhecido com o “Godard negro” (do surpreendentes “Touki Bouki – A Viagem da Hiena”), entre muitos e muitos outros.
Antônio e Eugênia lembram que nem tudo são perdas: “com o novo (e temporário) formato, poderemos alcançar um público que não estaria presente no festival”. Ou seja, além dos cinéfilos curitibanos, brasileiros de todas as regiões do país poderão adquirir seu ingresso e ver filmes espalhados por sete mostras: Novos Olhares, Outros Olhares, Olhares Brasil, Exibições Especiais, Mostra Foco, Mirada Paranaense e, claro, a Mostra Competitiva, que distribuirá o simpático troféu curitibano – um par de óculos em fundo circular e vermelho. Duas lentes que estimulam os realizadores (e seu público cinéfilo) a olhar com redobrada atenção para criações audiovisuais que fogem do lugar comum.
Os diretores do Olhar de Cinema garantem que os pequenos reajustes realizados nas sete mostras são pequenos e não afetarão o projeto histórico do festival. E que atividades paralelas muito procuradas, como as oficinas, seminários e Curitiba Lab foram todas preservadas.
A Mostra Competitiva compõe-se com filmes recentes, que passaram por festivais e mostras internacionais, permanecendo inéditos no Brasil. A intenção dos curadores é fazer do Olhar de Cinema a vitrine de “um conjunto de apostas e descobertas que busca o equilíbrio entre inventividade, abordagem de temas contemporâneos e potencial de comunicação com o público”.
Para essa edição, foram escolhidos nove longas-metragens. Dois são brasileiros: “Entre Nós Talvez Estejam Multidões”, de Pedro Maia de Brito e Aiano Bemfica, filmado na ocupação Eliana Silva, e “Luz dos Trópicos”, de Paula Gaitán. O filme dessa poeta, artista visual e cineasta colombiano-brasileira participou da seleção da Mostra Panorama, no último Festival de Berlim. Ele demandará entrega especial do público pois dura 260 minutos (4h20′).
De Berlim, chegam, ainda, o lusitano “A Metamorfose dos Pássaros”, de Catarina Vasconcelos (Mostra Encounters), e o belga “Victoria”, de Sofie Benoot. O israelense “Na Cabine de Exibição”, de Ra’anan Alexandrowicz, foi selecionado por vários festivais dedicados ao cinema documental.
O indiano “Nasir”, de Arun Karthick, e o espanhol “Longa Noite”, de Eloy Enciso, chegam da seleção do Festival de Roterdã. O francês “Um Filme Dramático”, de Eric Baudelaire, passou pelo Festival de Locarno. O mexicano “Los Lobos”, de Samuel Kishi, foi exibido no Festival de Havana.
A seleção de curtas-metragens segue a mesma diversidade de narrativas e locais, com representantes brasileiros, espanhóis, franceses e peruanos, entre outros. Do Brasil, são dois títulos: “Chão de Rua”, de Tomás von der Osten, exibido no último Festival de Locarno, e, em pré-estreia mundial, “Noite de Seresta”, de Sávio Fernandes e Muniz Filho.
A cada ano, o Olhar de Cinema escolhe um jovem realizador para a Mostra Foco. Este ano, o eleito é o goiano Daniel Nolasco. Nascido em Catalão, cidade próxima a Brasília, ele escreveu e dirigiu nove curtas-metragens e dois documentários. Seu primeiro longa de ficção, “Vento Seco”, estreou em Berlim e passou pelo Festival de Guadalajara, no México. Será exibido pelo Olhar de Cinema, junto com os longas documentais “Mr. Leather” e “Paulistas”.
A mostra Olhares Brasil reúne curtas e longas-metragens, que fazem da “ousadia” a sua força motriz. Não interessa se os filmes são assinados por realizadores jovens ou octogenários. Neste caso, está o baiano Geraldo Sarno, de 81 anos, que comparece com “Sertânia”, um nordestern onírico.
O filme, que tornou-se “cult” antes de chegar ao circuito comercial, revisita em preto-e-branco (fotografia de rara beleza, de Miguel Vassy) o sertão nordestino, povoado de cangaceiros, beatos e gente sofrida. O diretor de “Coronel Delmiro Gouveia” dialoga com o cinema documental, do qual é um dos nomes essenciais (vide “Viramundo” e “Iaô”) e com o Cinema Novo, que conheceu em profundidade. Quem não viu “Sertânia”, tem que ficar atento. Não se deve perder essa chance única.
Outra octogenária, também baiana, a enriquecer o segmento Olhares Brasil é a atriz e diretora Helena Ignez. Ano passado, ela esteve no festival como “personagem” do filme “A Mulher de Luz Própria”, dirigido por Sinai Sganzerla. Foi festejadíssima. Esse ano, de longe e virtualmente, a “Mulher de Todos” acompanhará a exibição de “Fakir”, seu sétimo longa-metragem. Um filme de narrativa fluida e cativante sobre faquires e faquiresas, esses seres estranhos, de corpos esqueléticos, que dormem sobre camas de prego, perfuram o próprio rosto, passam fome ou deitam-se com serpentes. Provedores de outrora atrativas encenações circenses, eles foram temas de manchetes de muitos jornais populares. Helena os retirou do esquecimento.
De Alagoas, chega “Cavalo”. Trata-se de híbrido de documentário, ficção e cinema experimental, que marca a estreia no longa dos diretores Rafhael Barbosa e Werner Salles Bagetti. O filme, uma das produções que vêm representando o novo cinema nordestino em vários festivais (depois de Curitiba, participará do Encontro de Cinema Zózimo Bulbul, no Rio), recria memórias ancestrais ao reelaborar arquétipos de religiões afro-brasileiras, em especial os orixás do candomblé. Seus protagonistas são sete bailarinos (“cavalos” que incorporam entidades) e fazem de seus corpos símbolos de resistência e vida.
Outro filme que tem a ancestralidade como tema é “Yãmĩyhex: as Mulheres-Espírito”, da Associação Filmes de Quintal. Se “Cavalo” mergulha no universo afro, as “Mulheres-Espírito” resgatam mitologias e tradições indígenas.
Quem não viu o novo longa-metragem de Felipe Bragança – “Um Animal Amarelo” (co-produção que uniu Brasil, Portugal e Moçambique) –, mês passado, no Festival de Gramado, tem agora a chance de conhecê-lo no Olhar Brasil. O diretor carioca define seu sexto longa-metragem como “uma fábula melancólica e tragicômica”. “Uma rapsódia” filmada em três continentes, com elenco brasileiro (Higor Campagnaro, Herson Capri, Thiago Lacerda, Sophie Charlotte), português (Isabel Zuaa, Diogo Dória, Catarina Wallenstein) e moçambicano (Matamba Joaquim). “Um Animal Amarelo” estreou no Festival de Roterdã.
“Canto dos Ossos”, de Jorge Polo e Petrus Bairros, chega da Mostra Tiradentes, na qual conquistou o Troféu Barroco por escolha do júri oficial. De Tiradentes vem, também, “Cabeça de Nêgo”, narrativa que se constrói “tendo como base ideais dos Panteras Negras”, coletivo social (e partido político estadunidense), que enfrentou o racismo com coragem e fúria.
Duas sessões especiais merecem atenção. Uma, por compor-se com o mais novo documentário de Karim Aïnouz, “Nardjes A.”. Com esse filme, o cearense, filho de pai argelino, vai à terra de seus ancestrais em busca de suas raízes. Para tal empreitada cinematográfico-existencial, ele mobilizou cinco países (Argélia, França, Alemanha, Catar e Brasil).
A outra atração especial vem do Chile e traz a assinatura de um dos nomes (Raul Ruiz) mais famosos de sua história cinematográfica. Mesmo que o exílio o tenha obrigado a trabalhar na Europa por longas décadas. Ao lado de sua esposa Valeria Sarmiento, Ruiz regressou ao seu longilíneo país, cercado pelo Pacífico e pela Cordilheira dos Andes, no começo desse século. Juntos, eles preparavam “O Tango do Viúvo e seu Espelho Reformador”, quando a morte chegou para Ruiz, aos 70 anos (1941-2011). O filme, inacabado, foi concluído por Valéria e dura enxutos 63 minutos.
9º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba
Data: 7 a 15 de outubro
Ingressos: no site do Olhar de Cinema (www.olhardecinema.com.br)
Preço: R$5,00 por filme
Cada título estará disponível por tempo limitado. A programação completa está disponível no site e no app do Festival. O app é gratuito e pode ser baixado na AppStore (https://apple.co/2HhUlBc) e no GooglePlay (https://bit.ly/2VxJOvx). Estão disponíveis, também, as atividades paralelas.
OS FILMES SELECIONADOS
Competição de Longas-Metragens
. Luz nos Trópicos (Brasil, 260 min.) de Paula Gaitán
. Entre Nós Talvez Estejam Multidões ( Brasil, 99 min.) de Pedro Maia de Brito, Aiano Bemfica
.“Nasir” (Índia, Países Baixos, Singapura, 79 min.), de Arun Karthick;
. Na Cabine de Exibição (The Viewing Booth, Israel, Estados Unidos, 71 min.), de Ra’anan Alexandrowicz.
. A Metamorfose dos Pássaros (Portugal, 101 min.), de Catarina Vasconcelos
. Los Lobos (México, 95 min.), de Samuel Kishi
. Longa Noite (Espanha, 90 min.), de Eloy Enciso
. Victoria (Bélgica, 72 min.) de Sofie Benoot, Liesbeth De Ceulaer e Isabelle Tollenaere
. Um Filme Dramático (Un film dramatique, França, 114 min.) , de Eric Baudelaire.
Competição de Curtas-Metragens
. Chão de Rua (Brasil, 20 min.) de Tomás von der Osten
. O Mártir (El Màrtir, Espanha, 18 min.) de Fernando Pomares
. Panteras (Panteres, Espanha, 22 min.) de Erika Sanchez
. Noite Perpétua (Portugal, França, 17 min.) de Pedro Peralta
. Noite de Seresta (Brasil, 19 min.) de Sávio Fernandes, Muniz Filho
. O Silêncio do Rio (El Silencio del rio, Peru, 14 min.) de Francesca Canepa
. Telas de Shanzhai (Shānzhài Screens, França, 23 min.) de Paul Heintz
.Algo-Rhythm (Austria, Senegal, Reino Unido, 14 min.) de Manu Luksch
Novos Olhares
. Agora (Brasil, 70 min.), de Dea Ferraz
. Pajeú (Brasil, 74 min.), de Pedro Diógenes
. O Ano do Descobrimento (El año del descubrimiento, Espanha/Suíça, 200 min.), de Luis López Carrasco
. Los conductos (Colômbia/França/Brasil, 70 min.), de Camilo Restrepo
. Letra Maiúscula (Uppercase Print, Romênia, 128 min.), de Radu Jude
. O Que Resta / Revisitado (Was bleibt I Šta ostaje I What remains / Re-visited, Alemanha/Áustria/Bósnia e Herzegovina, 70 min.), de Clarissa Thieme
Outros Olhares
. O Reflexo do Lago, de Fernando Segtowick (Pará/Brasil, estreou em Berlim)
. O Índio Cor de Rosa: a Peleja de Noel Nutels, de Tiago Carvalho (PE/Brasil)
. A Flecha e a Farda, de Miguel Antunes Ramos (SP/Brasil)
. Crônica do Espaço, de Akshay Indikar (Índia)
. Traverser (Após a Travessia), de Joël Akafou (França, Bélgica e Burkina Faso)
. Responsabilidade Empresarial, de Jonathan Perel (Argentina)
. Visão Noturna, de Carolina Moscoso Briceño (Chile, vencedor do Festival de Documentários de Marselha, na França)
. Quem Tem Medo de Ideologia?, de Marwa Arsanios (média-metragem, coprodução sírio-curda-libanesa)
. Oroslan, de Matjaz Ivanisin (Eslovênia e República Tcheca)
. Trouble, de Mariah Garnett (EUA e Reino Unido)
. Olhares Brasil (longas-metragens)
. Fakir (Brasil, 92 min.), de Helena Ignez
. Sertânia (Brasil, 97 min.), de Geraldo Sarno
. Cavalo (Brasil, 85 min.), de Rafhael Barbosa e Werner Bagetti
. Um Animal Amarelo (Brasil/Portugal/Moçambique,115 min.), de Felipe Bragança
. Cabeça de Nêgo (Brasil, 86 min.), de Déo Cardoso
. Canto dos Ossos (Brasil, 89 min.), de Jorge Polo e Petrus de Bairros
. Yãmĩyhex: as Mulheres-Espírito (Brasil, 76 min.), da Associação Filmes de Quintal
Olhares Brasil (Curtas-metragens)
. Enraizadas (Brasil, 14 min.), de Juliana Nascimento e Gabriele Roza
. Inabitável (Brasil, 20 min.), de Matheus Farias e Enock Carvalho
. Mãtãnãg, a Encantada (Brasil, 14 min.), de Shawari Maxacali e Charles Bicalho
. Minha História É Outra (Brasil, 22 min.), de Mariana Campos
. A Morte Branca do Feiticeiro Negro (Brasil, 10 min.), de Rodrigo Ribeiro
. Os Últimos Românticos do Mundo (Brasil, 23 min.), de Henrique Arruda
. O Verbo se Fez Carne (Brasil, 6 min.), de Ziel Karapotó
Mirada Paranaense (Curtas-metragens)
. Além de Tudo, Ela (Brasil, 10 min.), de Pedro Vigeta Lopes, Pâmela Regina Kath, Mickaelle Lima Souza, Lívia Zanuni
. Aonde Vão os Pés (Brasil, 14 min.), de Débora Zanatta
. Cancha – Domingo é Dia de Jogo (Brasil, 18 min.), de Welyton Crestani
. Cor de Pele (Brasil, 3 min.), de Larissa Barbosa
. E no Rumo do Meu Sangue (Brasil, 4 min.), de Gabriel Borges
. Exumação da Arte (Brasil,14 min.), de Maurício Ramos Marques
. Meia Lua Falciforme (Brasil, 22 min.), de Dê Kelm e Débora Evellyn Olimpio
. A Mulher que Sou (Brasil, 15 min.), de Nathália Tereza
. Napo (Brasil, 17 min.), de Gustavo Ribeiro
. Seremos Ouvidas (Brasil, 13 min.), de Larissa Nepomuceno
Exibições Especiais
. Nardjes A. (Argélia/França/Alemanha/Brasil/Catar, 80 min), de Karim Aïnouz
. O Tango do Viúvo e seu Espelho Reformador (Chile, 63 min), de Raul Ruiz e Valeria Sarmiento