CineOP recebe inscrições para oficinas, workshop e masterclasses internacionais
A CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, única no circuito de mostras e festivais audiovisuais a tratar o cinema como patrimônio e estruturar sua programação em três temáticas, Preservação, História e Educação, tem como um de seus pilares investir na formação com a oferta de um programa de formação.
Para a 17a CineOP, que acontece de 22 a 27 de junho, além de debates, encontros e diálogos, o evento promove cinco oficinas, um workshop e quatro masterclasses internacionais. As inscrições são gratuitas e os interessados podem se inscrever até o dia 12 de junho, às 23h59, pelo site www.cineop.com.br.
A mostra promove cinco oficinas com a oferta de 135 vagas ao todo. Entre os temas estão “Dramaturgias do Corpoespaço”, “Assistência de Direção: Prática e Teoria”, “Realização em Audiovisual para Web, TV e Cinema”, “Diagnóstico do estado de conservação para filmes e objetos tridimensionais cinematográficos” e “Da personagem ao argumento”.
A oficina “Dramaturgias do Corpoespaço” tem 30 vagas disponíveis e será realizada entre os dias 23 e 25 de junho, das 9h30 às 13h30, pelo instrutor Marcelo Aquino (RJ). Graduado em Artes Cênicas e Pós-Graduado em Preparação Corporal para as Artes Cênicas, Marcelo já trabalhou como preparador de atores para televisão e novelas da Rede Globo. O trabalho tem uma proposta mais prática, envolvendo exercícios de improvisação e composição explorando o corpo e todas as potencialidades na relação com o espaço.
O diretor, roteirista e assistente de direção André Srur (RJ) possui ampla experiência em longas, vídeos, séries de TV e reality shows e vai apresentar na oficina “Assistência de Direção: Prática e Teoria” como funciona o dia a dia de um set de filmagem. O programa inclui informações sobre as funções, organogramas e fluxogramas no cinema, além dos planos, AT e o papel do AD no processo criativo. A oficina acontece de 25 a 27 de junho, das 9h30 às 13h30, e possui 30 vagas disponíveis.
“Realização em Audiovisual para Web, TV e Cinema” será ministrada por Sérgio Rossini (RJ), diretor de curtas e longas, nos dias 24, 25 e 26 de junho, também das 9h30 às 13h30 e com 30 vagas abertas. O currículo do instrutor inclui curtas de ficção como “Encontro Marcado” (melhor filme na VI Expocom 2002) e o documentário longa-metragem “Umbanda do Sol e da Lua” (2013 – Mostra Cinema de Santo), entre outros trabalhos. Suas aulas vão incluir conceitos como usar a internet e as novas tecnologias a favor da produção independente; como realizar produções para a internet gerando receita; linguagens e formatos audiovisuais; etapas de funções das produções e ainda a preparação e viabilização de um projeto, entre outros tópicos.
A mineira Jussara Vitória de Freitas é professora Adjunta do Departamento de Artes Plásticas e pesquisadora da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, atua no Curso de Conservação – Restauração e Museologia na UFMG e também é Doutora em Artes pela UFMG com linha de pesquisa em conservação e restauração de acervos fotográficos e fílmicos. Ela está à frente da oficina “Diagnóstico do Estado de Conservação para Filmes e Objetos Tridimensionais Cinematográficos”, nos dias 23 e 24 de junho, das 13h30 às 18h30, com 25 vagas disponíveis. O objetivo é mostrar aos alunos como compreender a construção de valor dos objetos tridimensionais que integram as coleções audiovisuais, sua sobrevivência no tempo, sua relação com a sociedade e como isso influencia na sua musealização e na sua preservação relacionando com as técnicas construtivas do filme.
E para completar a lista, entre os dias 23 e 26 de junho, será realizada a oficina “Da Personagem ao Argumento”, das 14h às 18h, com o instrutor Germano Melo (MG). Neste caso, serão 20 vagas abertas. Germano é ator e roteirista, com diversos trabalhos como os curtas “Russa”, nominado ao Urso de Ouro no Festival de Berlim (2018) e “Vitória”, selecionado para o Festival de Rotterdam (2020) e atualmente desenvolve os roteiros do longa “Norma”. A oficina se propõe a explorar, junto aos participantes, os elementos narrativos que constituem a base da construção do argumento cinematográfico partindo da ideia de contar a história de uma personagem.
O tema do workshop da 17ª CineOP é “O Papel dos Repositórios Digitais na Democratização do Acesso a Acervos Audiovisuais”, com a convidada Roberta Zanatta, coordenadora do Núcleo de Catalogação do Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro. Ele será realizado no dia 26 de junho, das 17h15 às 19h15. É importante destacar que a inscrição para participar do workshop está associada à inscrição do 17º Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros para ter sua vaga garantida.
A apresentação falará sobre o surgimento e avanço da tecnologia aplicada à recuperação da informação em arquivos digitais, que tem suscitado discussões e desenvolvimentos desde os anos 90. E vai mostrar também experiências de repositórios digitais voltados para difusão de acervos memoriais, seus mecanismos de funcionamento, manutenção, potencialidades e pré-requisitos técnicos, como a organização, catalogação e escolha dos representantes digitais dos arquivos e coleções a serem disponibilizados.
Nesta edição serão promovidas quatro masterclasses internacionais presenciais, ministradas por convidados de três países: Bolívia, Argentina e Peru. Todas terão tradução simultânea – Português/Espanhol/Português. As inscrições são gratuitas. É importante destacar que a inscrição para participar das masterclasses está associada à inscrição do Encontro da Educação: XIV Fórum da Rede Kino ou 17º Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros, a depender da sua escolha, para garantir sua vaga.
Dia 24 de junho, Mela Marquez, Diretora Executiva da Cinemateca Boliviana abre a programação e apresenta o tema “A Cinemateca Boliviana – Preservando o Direito do Cidadão à Memória”, das 16h30 às 18h30, com 100 vagas disponíveis. A Cinemateca Boliviana é uma fundação cultural privada, sem fins lucrativos. Atualmente, já se converteu no Centro Audiovisual e Cultural, uma referência indispensável da região, não se limitando apenas à preservação e conservação do material fílmico, mas também se dedicando a estimular, colaborar, participar e apoiar as iniciativas e entidades de caráter educacional, cultural, intelectual ou social relacionados com as imagens em movimento.
A segunda masterclass está marcada para 25 de junho com o tema “Dicionários Audiovisuais Comunitários: Revitalização de Línguas Indígenas”, das 9h30 às 11h30, com 150 vagas. A convidada é a peruana Teresa Castillo, gestora cultural do projeto A Kombi da Arte. O Peru é um país diversificado cultural e linguisticamente, com 55 povos indígenas e 48 línguas nativas faladas por mais de quatro milhões de pessoas na costa, nas terras altas e na floresta. A maioria deles está diminuindo em número como resultado da dominação cultural. E esta realidade torna os povos que os falam vulneráveis, devido ao perigo de extinção cultural que a perda de uma língua implica. Neste contexto, o projeto DAC “Dicionários Audiovisuais Comunitários” busca trabalhar em coordenação com as comunidades nativas em uma série de ações para fortalecer e revitalizar suas respectivas línguas nativas através da aprendizagem de técnicas audiovisuais com as quais as crianças e adolescentes de cada um deles, guiados por seus próprios professores, trabalham de perto com os mais velhos e registram em pílulas audiovisuais as diferentes palavras de sua língua e as tradições orais a ela associadas.
No dia 25 de junho, o produtor, cineasta e educador boliviano Miguel Hilari fará uma masterclass com o tema “Cinema Aymara e Formação Audiovisual”, das 15h30 às 17h30, com 300 vagas disponíveis. Miguel Hilari é um documentarista dos Povos Aymara. Seu pai foi um nativo e sua mãe, uma mulher alemã. Com formação em La Paz, Santiago e Barcelona, sua filmografia retrata a vida local da Bolívia, suas identidades autóctones e movimentos entre campo e cidade. Seus filmes já foram exibidos em festivais como Visions du Réel (Suíça), Cinéma du Réel (França), Oberhausen (Alemanha), Transcinema (Peru), FIDocs (Chile), entre outros. Atualmente mora em La Paz, onde trabalha como cineasta, produtor e professor, desenvolvendo interessantes oficinas com crianças e jovens em diferentes contextos de educação formal e não formal.
E, no domingo, dia 26 de junho, a argentina Aldana Loiseau, cineasta, fotógrafa, professora e animadora, ministra a palestra “A Mãe Terra e as Tradições como Protagonistas no Fazer Cinematográfico de Animação”, das 10h às 12h, também com 300 vagas disponíveis. A produção audiovisual dirigida por Aldana Loiseau apresenta a Mãe Terra e as tradições que a honram como protagonista. “Pacha, de barro somos” é uma série de animação em stop motion feita com argila da Quebrada de Humahuaca que narra episódios da cultura andina do norte da Argentina. O protagonista indiscutível desta série de quatro episódios é o Pacha, a própria terra e todas as tradições que a honram, típicas de uma cultura milenar ainda em vigor. Os quatro episódios de “Pacha, de barro somos”, de cinco minutos cada, revelam a qualidade artística de uma proposta que combina arte digital e trilha sonora com instrumentos nativos do norte da Argentina.