Festival Filmambiente exibe 58 filmes, com seis estreias mundiais

Foto: “A Terra das Virtudes”, de Vincent Lapize

A 13ª edição do Filmambientel, que acontece de 22 a 30 de agosto, no Rio de Janeiro, marca a realização da primeira competição de Longa Brasileiro, modalidade que reúne seis títulos, e a inclusão de Niterói como uma das sedes anuais do evento. Cinco filmes competem na categoria Longa Internacional e 19, na competição de Curtas. A mostra Pela Natureza apresentará 11 filmes, seis outros estarão na mostra Racismo Ambiental e cinco, na mostra Panorama. Três Longas de Ficção serão exibidos no encerramento. Além dos 55 filmes competitivos, outros três títulos serão apresentados exclusivamente no programa para escolas, no Rio e em Niterói.

Os filmes em competição concorrem ao Melhor Filme, Diretor, Fotografia e Montagem em cada categoria. E ainda ao melhor filme, por escolha do público. Ao longo do festival, 13 realizadores – internacionais e brasileiros – estarão presentes nas exibições para apresentar e conversar sobre seus filmes com a plateia.

Essa edição terá também dois painéis temáticos no CCJF, no Rio de Janeiro: Justiça Climática no Rio de Janeiro e O Papel do Audio Visual no Ativismo Ambiental. Marcio Isensee e Sá – fotógrafo, videomaker, comunicador e atual diretor de conteúdo do site O Eco de jornalismo ambiental – assina a curadoria dos painéis temáticos.

A Competição de Documentário de Longa-Metragem Brasileiro reúne seis filmes. Eles lançam olhares variados e complementares sobre a Amazônia, o garimpo ilegal e o indigenismo brasileiro, entre outros temas relevantes e atuais. Fatos políticos e econômicos que moldaram a América Latina e o Brasil, por exemplo, destacam-se em “Utopia Tropical”, de João Amorim, que estará presente na exibição em Niterói. Vale ressaltar ainda o documentário “Não Haverá Mais História sem Nós”, de Priscilla Brasil, que também prestigiará as sessões, sobre o péssimo e imperdoável ato de green washing.

A seleção dos cinco filmes para a Competição de Documentário de Longa-metragem Internacional reflete algumas das questões que o mundo pós-pandemia trouxe à tona. Em uma das estreias latino-americanas, “A Batalha por Laikipia”, de Daphne Matziaraki e Peter Murimi, as contradições de um mundo pós-colonial, em que descendentes de colonizadores e povos originários disputam a mesma forma de sobrevivência; em “Reinventando a Moda”, de Becky Hutner, a design Amy Powner, filha de ativistas, quer superar a contradição de trabalhar numa das indústrias mais poluentes do planeta, criando uma moda 100% sustentável; no havaiano/americano “Resistindo Acima das Nuvens”, de Jalena Keane-Lee, a voz é de mulheres nativas havaianas, que se unem para resistir e salvaguardar suas tradições. Diretora e personagens virão ao Brasil para conversar com a plateia sobre suas experiências.

A competição de Curtas reúne 19 filmes de 14 países, inclusive Brasil. Fazem parte da seleção, entre outros, as animações “Mercadores de Gelo”, do português João Gonzales; o canadense “Sentindo o Apocalipse”, de Chen Sing Yap; “Borboleta”, da croata Sunčana Brkulj; o francês “O 8º Dia”, de Agathe Sénéchal, Alicia Massez, Elise Debruyne, Flavie Carin e Théo Duhautois; o iraniano “O Pulverizador”, de Farnoosh Abedi; e o Sul-africano “Sede”, de Arnaud van Vliet. Dentre os curtas brasileiros, alguns contarão com a presença de seus realizadores nas sessões: Clara Linhart e Rodrigo Garcia de “No Mar”; Gabriel Panazio de “Águas Turvas; A História dos Pescadores da Z10”; e Carol Magalhães de “O Fundo do Ar é Cinza”.

Três filmes de ficção encerram o festival: “Great Yarmouth, Figuras Provisionais”, de Marco Martins, com Beatriz Batarda e Nuno Lopes; a animação de longa-metragem “Interdito a Cães e Italíanos”, de Alain Ughetto, ambos sobre os sonhos e a dura realidade dos imigrantes; e o argentino “O Impenetrável”, de Sonia Elena Bertotti, que através de um thriller sombrio chama atenção para a realidade do desmonte social (de comunidades nativas) e ambientais no Chaco argentino, um dos últimos refúgios naturais do país.

MOSTRAS TEMÁTICAS

Racismo Ambiental – A competição reúne cinco títulos, entre os quais o francês “A Terra das Virtudes”, de Vincent Lapize, que faz sua estreia mundial no festival; “A Poderosa Afrin”, do grego Angelos Rallis, sobre a força de uma menina de apenas 12 anos que não se rende às marés mortais de Bangladesh; e o também francês “Vítimas Nucleares Esquecidas”, de Suliane Favennec, que revela a luta de duas jovens ativistas que enfrentam as consequências dos  testes nucleares da França, Estado Unidos e Inglaterra em ilhas do Pacífico.

Pela Natureza – Entre longas, médias e curtas, 11 filmes. Destaque para os brasileiros “Última Reserva”, de Patrick Granja, e “Corredores – da Pedra Azul ao Forno Grande”, de Klaus Berg, que estarão presentes nas exibições; e o eslovaco “Grand Canyon”, de Pavol Barabáš, uma aventura de amigos que descem as turbulentas águas do rio Colorado.

Panorama – A mostra exibe cinco filmes em que o ativismo está em destaque, seja pela ocupação e contra a gentrificação, como no brasileiro “Anhangabaú”, de Lufe Bollini; contra a privatização da água no mundo, como em “Água é Vida”, de Will Parrinello, que acompanhará as exibições de seu filme; ou no francês “Bigger than Us”, de Flore Vasseur, que relata os caminhos percorridos por uma jovem ativista – que viaja pelo mundo, inclusive ao Brasil, para conhecer outros ativistas e seus feitos em prol de um mundo mais sustentável e justo.

A Premiação acontecerá no dia 27/08, no Cinesystem, Botafogo, Rio de Janeiro, mas nas salas de cinema o festival termina dia 28 (Rio e Niterói). Nos dias 29 e 30 serão realizadas as atividades especiais na Areninha Cultural Herbert Vianna, na Maré, e Arena Carioca Dicró, na Vila da Penha. Um dos destaques é a roda de conversa coordenada pelo Rede Favela Sustentável.

Filmambiente conta com o apoio da Prefeitura do Rio, por meio da RioFilme, órgão que integra a Secretaria Municipal de Cultura.

A programação completa pode ser consultada em https://filmambiente.com/br/filmambiente-13.

 

13º Filmambiente
Data: 
22 a 28 de agosto – duas sessões/dia em cada espaço
Local: Rio de Janeiro – Cinesystem Botafogo (ex-Espaço Itaú) – Praia de Botafogo, 316; CCJF – Centro Cultural Justiça Federal – Avenida Rio Branco, 241 – Centro / Niterói – Cine Arte UFF – Rua Miguel Frias, 9 – Icaraí (duas sessões/dia). Duas tardes com sessões especiais para alunos da rede pública

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