“Olmo e a Gaivota”, de Petra Costa e Lea Glob, é premiado em Locarno
Segundo longa da brasileira Petra Costa (Elena) e primeiro da dinamarquesa Lea Glob, Olmo e a Gaivota foi premiado no 68º Festival de Locarno, onde fez sua estreia mundial. Exibido na seção Cineastas do Presente, o filme brinca com a fronteira entre documentário e ficção, ao contar a história de Olivia, atriz que se prepara para atuar na peça A Gaivota, de Anton Tchekov. Quando o espetáculo começa a tomar forma, Olivia e seu companheiro Serge, que se conheceram anos antes nos ensaios do Théâtre du Soleil, descobrem que ela está grávida. A princípio, ela pensa que pode dar conta de tudo, até que um problema inesperado ameaça sua gravidez e leva sua vida a um impasse. O desejo de Olivia por liberdade e sucesso bate de frente com os limites impostos por seu próprio corpo e pelo bebê que está crescendo dentro dela. Os meses de gravidez se desdobram como um rito de passagem, que forçam a atriz a confrontar seus medos mais obscuros. Ela olha no espelho e vê as duas personagens femininas de A Gaivota – Arkadina, a atriz que envelhece, e Nina, a atriz tomada pela loucura – como perturbadores reflexos de si mesma. O filme tem uma nova virada quando o que parecia ser encenação revela-se como a própria vida. Ou seria o inverso? Esta investigação do processo criativo nos convida a questionar o que é real, o que é imaginário e o que celebramos e sacrificamos em nossas vidas.
Em novembro de 2014, Olmo e a Gaivota participou do festival dinamarquês CPH:DOX 2014, com uma versão work-in-progress, onde levou o prêmio de Melhor Filme Nórdico. O filme é produzido pela Zentropa Enterteinments (empresa de Lars Von Trier), pela produtora O Som e a Fúria (a mesma dos longas de Miguel Gomes e Manoel de Oliveira) e pela Busca Vida Filmes, do Brasil. Tim Robbins é produtor executivo do filme. O lançamento comercial aqui no Brasil está previsto para o dia 5 de novembro.