Whiterspoon & Lawrence
As mulheres cineastas, produtoras e atrizes pareciam esquecidas do quanto são discriminadas na indústria do cinema, dominada historicamente por homens. Até que, na entrega do Oscar deste ano, a atriz e produtora Reese Witherspoon, premiada pela Academia por sua June Carter (“Johnny & June”), resolveu mostrar o quão inteligente é. E o muito que tem a dizer. Ela disputava o Oscar de melhor atriz por “Livre” (“Wild”), filme que a tem como protagonista e produtora. Cercada por repórter de TV que queria saber a griffe de seu vestido, ela protestou: por que às mulheres a imprensa só dirigia este tipo de pergunta? Afinal, ela tinha o que dizer como atriz e produtora. A declaração de Reese teve imensa repercussão. Até a poderosa Meryll Streep fez coro ao justo protesto.
Outro episódio – a invasão dos arquivos digitais da Sony Pictures – mostrou que os salários dos homens da indústria cinematográfica eram muito superiores aos das mulheres. Uma jovem e festejadíssima atriz da Hollywood contemporânea, Jennifer Lawrence (Oscar por “O Lado Bom da Vida”), desbocada como ela só, desabafou: “Quando aconteceu o vazamento e eu soube como estava ganhando menos que os caras com pintos, não me irritei com a Sony, me irritei comigo mesma”. As duas estrelas de Hollywood adotaram atitudes corajosas e capazes de mostrar que elas estão em sintonia fina com as ideias de Alison Bedchel & Liz Wallace, que emprestaram seus nomes ao Teste Bechdel-Wallace.