Torquato Neto – Todas as Horas do Fim
A vida e obra do poeta piauiense Torquato Neto ganha as telas dos cinemas no documentário Torquato Neto – Todas as Horas do Fim, dirigido por Eduardo Ades e Marcus Fernando, que estreia nesta quinta-feira, 8 de março, pelo projeto Sessão Vitrine Petrobras. Os ingressos são vendidos a preço reduzido R$ 12 (inteira), através da bilheteria ou Cartão Fidelidade Sessão Vitrine Petrobras, e poderá ser adquirido no site do projeto.
Em sua trajetória, Torquato Neto atuou em diversas frentes, deixando sua marca inventiva na poesia, na música, no cinema, no jornalismo e na produção cultural. Nascido em Teresina, em 1944, filho de funcionários públicos, Torquato se mudou para Salvador na adolescência para terminar seus estudos, onde conheceu Caetano Veloso. Depois mudou-se para o Rio para estudar direito, mas resolveu seguir o curso de jornalismo.
Começou na música na década de 60, compondo em parceria com Edu Lobo, Caetano e Gilberto Gil. Na mesma época, aderiu ao movimento Tropicália, sendo responsável por algumas das mais importantes músicas do período: Geléia Geral e Marginália II (ambas em parceria com Gilberto Gil) e Mamãe, Coragem (em parceria com Caetano Veloso). Com o fim do movimento, foi passar uma temporada na Europa. De volta para o Brasil no início dos anos 70, atua como o personagem-título de Nosferato no Brasil, de Ivan Cardoso. Em seguida, roda em Teresina seu primeiro filme, O Terror da Vermelha. Na madrugada do dia 10 de novembro de 1972, após seu aniversário, suicida-se em seu apartamento, no Rio de Janeiro.
Ao todo, 26 textos da autoria de Torquato Neto foram selecionados para contar a sua história. Poemas, colunas de jornal, cartas para amigos e parentes e trechos de diários são interpretados pelo ator Jesuíta Barbosa, que dá voz ao poeta. Além dos textos, o doc conta ainda com uma entrevista em áudio do poeta, depoimentos de amigos e parceiros, como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Tom Zé, e 19 músicas de Torquato interpretadas por nomes como Elis Regina, Edu Lobo, Gil e Caetano, incluindo seus maiores sucessos.
Para construir o visual do filme e reconstruir o contexto da época, a produção utiliza mais de 200 fotos, maior parte delas do Arquivo Torquato Neto, e trechos de 40 filmes, maioria deles do Cinema Novo e do Cinema Marginal. Cidades por onde Torquato passou, como Teresina, Rio, São Paulo, Paris e Londres, também foram registradas em Super-8mm.