Filmes da geração que apostou no “Free Cinema” e renovou a produção britânica ganham mostra na Cinemateca Brasileira
Foto: “Kes”, de Ken Loach
Por Maria do Rosário Caetano
Ken Loach, Lindsay Anderson e Tony Richardson ajudaram a mudar a história do cinema britânico ao se rebelarem contra o que se fazia no audiovisual do país de Sua Majestade, a Rainha. Estavam cansados dos documentários “de propaganda”, da poderosa e influente escola de John Grierson e entendiam que o cinema de ficção se fazia apartado da juventude e dos problemas reais do país. Queriam filmar nas ruas, longe dos estúdios e captar a pulsação das vidas comuns. Queriam filmar anti-heróis, portanto personagens nada exemplares, dialogar com o neorrealismo e, principalmente, experimentar e subverter linguagem.
O Free Cinema, que daria origem à “New Wave” britânica, está no foco de mostra que a Cinemateca Brasileira exibe dessa quinta-feira, 18 de maio, até o dia 28, dentro da vigésima-sexta edição do Cultura Inglesa Festival.
Além de exibir filmes de Ken Loach, Anderson e Richardson, que se somarão a obras de Joseph Losey, John Schlesinger, Jack Clayton, Karel Reisz, Bryan Forbes e Lewis Gilbert, a mostra contará com um curso de Cecília Mello Antakly, professora da USP. Ela desenhará com os alunos retrato do que se passou no cinema do Reino Unido, nas décadas de 1950 e 60.
Primeiro, Cecília abordará “O Free Cinema dos Anos 1950”, seguido pela “New Wave (Cinema Novo) Britânica dos Anos 1950 e 1960”. O futuro diretor de “Terra e Liberdade” será tema da terceira palestra: “Reverberações do Cinema Novo Britânico na Televisão: Ken Loach”. Para encerrar o pequeno ciclo, a professora uspiana analisará “As Reverberações do Cinema Novo Britânico na Música: dos Beatles ao Arctic Monkeys”.
O quarteto Ken Loach, Tony Richardson (três filmes cada um) e Lindsay Anderson e Bryan Forbes (dois cada) lidera a mostra. De todos eles, o mais conhecido e familiar ao público brasileiro é Loach, que, desde seus primeiros filmes feitos para a TV, voltaria sua câmera ao proletariado, tão esquecido em filmes fascinados pela Realeza, seus palácios e roupas bordadas sobre veludos.
Em 1969, Lindsay Anderson – para quem “o cinema havia adquirido estrutura esnobe, anti-intelectual e emocionalmente inibida” – venceria o Festival de Cannes com “If…” (Se…), exemplar do influente “angry young man movie” (jovem homem revoltado). Claro que o impacto do longa-metragem, considerado por enquete do BFI (British Film Institute), um dos “maiores filmes britânicos de todos os tempos” (décimo-segundo lugar), não causa hoje o impacto que causou no final dos anos 1960.
A violência desabrida de sua narrativa, praticada por jovens educados dentro da rígida tradição inglesa, espalhou-se pelo cinema planetário. E, na mesma Inglaterra, dois anos depois (com o mesmo ator, Malcolm McDowell, hoje com 79 anos), Stanley Kubrick realizaria “Laranja Mecânica”, adaptação do livro homônimo de Anthony Burgess. A violência ganharia ainda contornos mais perturbadores e o debate alcançaria dimensão mundial.
Como Anderson filmou “If…” em 1968, no justo momento em que as revoltas estudantis do maio parisiense tomavam corações e mentes, ele chegaria a Cannes (em maio do ano seguinte) com um filme que calaria fundo na sensibilidade dos espectadores. Na França, então, nem se fala. Seus anti-heróis questionavam o sistema (educacional, em particular) da velha ilha de Sua Majestade. E para confrontá-lo recorriam a métodos destrutivos.
A abertura da Mostra Britânica contará com dois títulos especialíssimos. Primeiro, no final da tarde (às 17h), será exibido “Almas em Leilão”, de Jack Clayton, melodrama de raro senso crítico. No centro da narrativa está o alpinismo social em ambiente de luta de classes. Com elenco comandado por Simone Signoret, o filme arremessa o espectador em aventura de imensa força. A atriz interpreta a francesa Alice Aisgill, radicada em cidade industrial inglesa onde vive ao lado do marido rico. Mas ela se apaixonará pelo pobretão e ambicioso Joe Lampton (Laurence Harvey). Pelo papel, Signoret ganhou o Oscar de melhor atriz. E o filme, que concorreu a seis estatuetas, conquistou também o Oscar de roteiro adaptado (do livro de John Braine, publicado em 1957).
Duas horas depois, no pátio, ao ar livre, o imenso telão da Cinemateca apresentará uma pequena maravilha – “O Mundo Fabuloso de Billy Liar” (Billy Liar, 1963), segundo longa-metragem de John Schlesinger (1926-2003). São 98 minutos do mais puro prazer para os olhos (e todos os sentidos).
Um ator impressionante (Tony Courtenay) dá vida a Billy, funcionário de uma funerária, jovem enrolão, mentiroso e sonhador. Ele prefere, em sua cidade interiorana, escantear a vida dura fertilizando seu imaginário com façanhas de grandes heróis, que ele incorpora como se estivesse num filme de Hollywood. Recorre também ao poder de eliminar (simbolicamente) seus desafetos como se fosse protagonista de filmes de ação ou policiais.
Quase tudo, na vida de Billy, se passa no plano dos sonhos, filmados de forma moderna e arrebatadora. E de quebra, há Julie Christie, jovenzinha, interpretando uma mulher moderna, não-virgem, dona de seus passos, como as suas congêneres da Nouvelle Vague francesa.
Schlesinger, que conheceríamos depois, e muito bem, por causa do sucesso planetário de “Midnigth Cowboy” (“Perdidos na Noite”, 1970, Oscar de melhor diretor), demonstrava, naquele alvorecer da década de 1960, imenso talento para a comédia satírica, de humor refinado e com um fascinante anti-herói como protagonista.
Já com seu filme de estreia (“A Kind of Loving”, 1962,), Schlesinger ganharia o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Hollywood o atrairia para carreira que somaria títulos conhecidos como “O Dia do Gafanhoto” e “Maratona da Morte”. Mas nada que lembrasse a força de “Billy Liar” e “Perdidos na Noite”.
Ken Loach, hoje com 86 anos, estava mergulhado na televisão enquanto a renovação do cinema britânico se processava na tela grande. Dos três filmes de sua autoria programados pela Cinemateca Brasileira, dois (“Up the Junction”, de 1965, e “Cathy Come Home”, de 1966) só foram exibidos na telinha azulada.
O terceiro, “Kes” (1969), ganharia exibição em cinemas e marcaria a descoberta do diretor. Mas ele só se transformaria no mais famoso dos cineastas ingleses contemporâneos (pelo menos entre cinéfilos engajados), depois da excelente performance de “Terra e Liberdade”, em Cannes. Seu magnífico filme sobre as Brigadas Internacionais, que lutaram na Guerra Civil Espanhola, foi vendido para mercados dos cinco continentes.
O iugoslavo Emir Kusturica sagrar-se-ia como o vencedor da Palma de Ouro naquele ano festivo do Centenário do Cinema, com o louquíssimo “Undergorund” (1995). Mas a fama de Loach se espalharia. Dali em diante, praticamente todos os seus filmes chegariam ao circuito comercial brasileiro ou a festivais (como a Mostra de São Paulo e o Festival de Rio). E Ken Loach se transformaria num dos realizadores veteranos mais queridos da curadoria cannoise.
Hoje ele guarda duas Palmas de Ouro na estante (por “Ventos da Liberdade” e “Eu, Daniel Blake”). E, nesse exato momento, mais uma vez disputa a Palma de Ouro com “The Old Oak”. Três anos atrás, o fizera com “Você Não Estava Aqui”. Também um filme proletário.
Nas últimas cinco décadas, o prestígio do cineasta, nascido em Nuneaton-Warwickshire, só fez crescer. Ele é hoje, com toda justiça, uma das mais respeitadas vozes do realismo crítico no cinema, autor de mais de 50 filmes (ficções e documentários, a maioria voltada às agruras dos trabalhadores). Por isso, será o único diretor britânico a ganhar uma aula especial preparada pela professora Cecília Mello Antakly.
Free Cinema e New Wave (Cinema Novo) Britânico
Data: 18 a 28 de maio
Mostra composta com 15 filmes ingleses produzidos no final dos anos 1950 e na década de 60
Com curso da professora Cecília Mello Antakly, da USP, composto de quatro aulas (os interessados devem inscrever-se no site da Cinemateca e os mais assíduos ganharão certificado)
Programação gratuita (ingressos distribuídos uma hora antes de cada sessão)
Local: Cinemateca Brasileira (Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana, São Paulo)
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira (18 de maio):
. 17h00, na Sala Grande Otelo – “Almas em Leilão” (“Room at the Top”, 1958, 117 minutos). De Jack Clayton. Com Simone Signoret, Laurence Harvey, Heather Sears, Donald Wolfit, Donald Houston – Um homem ambicioso e de família pobre consegue um emprego no norte da Inglaterra. Ele planeja se casar com a filha do homem mais rico da cidade, contudo se apaixona por uma mulher mais velha e casada.
. 19h00, na área externa – “O Mundo Fabuloso de Billy Liar” (Billy Liar, 1963, 98′). De John Schlesinger. Com Tom Courtenay, Julie Christie, Wilfred Pickles, Mona Washbourne – Um jovem preguiçoso e irresponsável trabalha numa funerária e vive no seu próprio mundo da fantasia, tomando decisões imaturas, contando mentiras e afastando seus amigos e familiares. Baseado no romance de Keith Waterhouse, o filme é inspirado nos “kitchen sink dramas” (movimento cinematográfico ligado ao realismo social) e na Nouvelle Vague francesa, com traços do cinema documental. 76º colocado na lista dos 100 melhores filmes britânicos do BFI/1999.
Sexta-feira (19 de maio):
. 17h00, Sala Grande Otelo: “Se…” (“If…”, 1968, 111 min). De Lindsay Anderson. Com Malcolm McDowell, Christine Noonan, David Wood, Richard Warwick. – Sátira à vida escolar inglesa, o filme segue grupo de alunos que preparam uma revolução em internato masculino. Marco do cinema britânico na época da contracultura, final dos anos 1960, objeto de controvérsias, que lhe rendeu certificado de censura por sua representação de violência.
. 19h00, na Sala Grande Otelo – “A Mulher que Pecou” (“The L-Shaped Room”, 1962, 126 min.). De Bryan Forbes. Com Leslie Caron, Tom Bell, Bernard Lee, Brock Peters, Cicely Courtneidge, Patricia Phoenix, Emlyn Williams – Uma jovem francesa descobre estar grávida e então se muda para uma pensão miserável, em Londres, frequentada por pessoas que vivem à margem da sociedade. Ali, ela pensa em abortar, enquanto estabelece vínculos com os outros hóspedes – Baseado em livro homônimo de Lynne Reid, este “kitchen sink drama” causou polêmica ao tratar de gravidez fora do casamento e de aborto, temas tabus na época. Não alcançou grande sucesso de público, mas marcou época por trazer personagens raramente representados no cinema naquele tempo, como um jovem negro inteligente e uma atriz lésbica. A protagonista, Leslie Caron, conquistou o Globo de Ouro de melhor atriz.
Sábado (20 de maio):
. 14h00, Sala Grande Otelo: filme surpresa
.16h00, Sala Grande Otelo – Curso Cinema Novo Britânico: “O Free Cinema dos anos 1950”
. 18h00, Sala Grande Otelo – “Uma Gota de Mel” (“A Taste of Honey”, 1961, 101 min). De Tony Richardson. Com Dora Bryan, Robert Stephens, Murray Melvin, Paul Danquah, Rita Tushingham. – Uma adolescente grávida deve se virar sozinha quando sua mãe omissa se casa novamente e abandona a filha, deixando a garota apenas com um novo amigo para ajudá-la. Adaptação de peça homônima de Shelagh Delaney, de 1958. O filme, exemplar do “Kitchen Sink drama”.
. 20h00, Sala Grande Otelo – “A Solidão de Uma Corrida sem Fim (The Loneliness of the Long Distance Runner, 1962, 104 min.) – De Tony Richardson. Com Avis Bunnage, Tom Courtenay, Michael Redgrave. História de jovem rebelde de classe trabalhadora, que que vai para reformatório depois de um roubo malsucedido. Lá consegue privilégios por meio de sua destreza como corredor de longa distância, que é aproveitada pelo diretor da instituição para tentar conquistar o campeonato entre reformatórios – Adaptação do conto de Alan Sillitoe, o filme retrata o Reino Unido do final dos anos 1950 e início dos 1960 como um país elitista, onde a classe alta goza de privilégios enquanto a classe baixa sofre uma vida dura. Crítica aos centros de detenção, que funcionam de forma a manter a classe trabalhadora submissa e obediente.
Domingo (21 de maio):
. 14h00, Sala Grande Otelo: filme surpresa
.15h00, Sala Oscarito – Curso Cinema Novo Britânico (aula 2: O Cinema Novo Britânico dos anos 1950 e 1960)
. 18h00, Sala Grande Otelo – “Odeio Essa Mulher” (“Look Back In Anger”, 1959, 98 min.). De Tony Richardson. Com Richard Burton, Gary Raymond, Mary Ure, Claire Bloom – Um universitário desiludido e furioso de classe trabalhadora é casado com uma mulher melhor situada na escala socialo. Ele terá que lidar com seu rancor contra a vida e os valores da classe média — Inspirado na peça de John Osborne, Mais um exemplar do kitchen sink drama.
. 20h00, Sala Grande Otelo: “O Criado” (“The Servant”, 1963, 116 min.) – De Joseph Losey. ComDirk Bogarde, Sarah Miles, James Fox – Um homem rico se muda para Londres e contrata um criado para cuidar da casa. Aos poucos, ele manipula seu patrão e o coloca em posição de subserviência, invertendo a dinâmica das relações de poder anteriormente estabelecidas. Baseado no romance de Robin Maugham, o filme é um drama psicológico de ataque direto à aristocracia inglesa. Considerado obra das mais perturbadoras, conquistou grande sucesso crítico e comercial. O filme é considerado como uma das influências do coreano “Parasitas”, de Bong Joon-ho.
Quinta-feira (25 de maio):
. 17h00, Sala Grande Otelo – “Como Conquistar as Mulheres” (“Alfie”, 1966, 114 min.). De Lewis Gilbert. Com Michael Caine, Shelley Winters, Millicent Martin, Julia Foster, Jane Asher – Um charmoso e egocêntrico galanteador de mulheres, m busca apenas do prazer, vê-se obrigado a questionar seu comportamento, solidão e prioridades. Nomeado a cinco Oscars, o filme teve duas refilmagens (1975 e 2004). A criação mais conhecida do escritor Bill Naughton, a personagem Alfie Elkins surgiu em peça radiofônica e fez sucesso nos palcos antes de dar ao carismático Michael Caine um de seus papeis mais famosos.
. 19h00, Sala Grande Otelo – “A Mulher que Pecou” (“The L-Shaped Room”, 1962, 126 min.) DeBryan Forbes.
Sexta-feira (26 de maio):
. 17h00, Sala Grande Otelo: “Se…” (“If…”, 1968, 111 min. ). De Lindsay Anderson
. 19h00, Sala Grande Otelo: “Tudo Começou num Sábado” (“Saturday Night and Sunday Morning”, 1960, 89 min.). De Karel Reisz. Com Albert Finney, Shirley Anne Field, Rachel Roberts, Hylda Baker, Norman Rossington – Jovem operador de torno mecânico trabalha em uma fábrica à contragosto e passa seus finais de semana bebendo e jogando. Ele vive relacionamentos com duas mulheres, sendo que uma delas é casada com seu colega de trabalho e está grávida de um filho seu. A outra exige que ele estabeleça com ela um compromisso sério — Adaptação do romance homônimo de Alan Sillitoe, publicado em 1958. que assina o roteiro. A obra apresenta traço em comum com os kitchen sink dramas: a presença de jovens homens furiosos da classe trabalhadora, que se rebelam contra o sistema. 14º colocado na lista dos 100 melhores filmes britânicos (BFI 1999).
Sábado (27 de maio):
. 14h00, Sala Grande Otelo: filme surpresa
.15h00, Sala Oscarito – Curso Cinema Novo Britânico (aula 3: Reverberações do Cinema Novo Britânico na Televisão: Ken Loach)
. 18h00, Sala Grande Otelo – “Up the Junction” (1965, 75 min.). De Ken Loach. Com Carol White, Geraldine Sherman, Vickery Turner, Tony Selby, Michael Standing, Ray Barron – Três mulheres operárias, no sul de Londres na década de 1960, lidam com família, amizade, romance, sexo e aborto. Quarto episódio da terceira temporada do programa de TV da BBC “The Wednesday Play”. Controverso, foi assistido por quase 10 milhões de espectadores e a BBC recebeu mais de 400 reclamações motivadas pela representação de aborto.
. 20h00 – Sala Grande Otelo — “Cathy Come Home” (1966, 75 min.). De Ken Loach. Com Carol White, Ray Brooks, Winifred Dennis, Wally Patch – Jovem casal enfrenta problemas financeiros devido ao rígido e problemático sistema de bem-estar de seu país. Sétimo episódio da quinta temporada do programa de TV da BBC (“The Wednesday Play”), “Cathy Come Home” foi eleito o melhor drama pelo BFI – Os 100 Melhores da Televisão Britânica, em 2000.
Domingo (28 de maio):
.14h00 – Sala Grande Otelo – filme surpresa
. 15h00, Sala Oscarito – Curso Cinema Novo Britânico (aula 4: Reverberações do Cinema Novo Britânico na Música: dos Beatles ao Arctic Monkeys)
. 18h00, Sala Grande Otelo – “Kes” (1969, 110 min.). De Ken Loach. Com David Bradley, Brian Glover, Freddie Fletcher, Lynne Perrie, Colin Welland – Um menino de família de classe baixa e problemática sofre abusos e humilhações em casa e na escola. Ele consegue fugir dessa dura realidade quando encontra um pequeno falcão e decide treiná-lo – Um dos primeiros filmes de Ken Loach, seu sucesso junto ao público britânico foi atribuído à divulgação boca-a-boca. Algumas cenas foram dubladas para o lançamento do filme nos EUA devido à dificuldade de entendimento do dialeto Yorkshire dos atores.
. 20h00, Sala Grande Otelo – “O Pranto de um Ídolo” (“This Sporting Life”, 1963, 134 min.). DeLindsay Anderson. Com Richard Harris, Rachel Roberts, Alan Badel – Frank Machin é um minerador ambicioso, que consegue se tornar uma estrela de rúgbi no time dirigido por seu chefe. Apesar do sucesso no campo, ele sente vazio crescente em sua vida, enquanto sua angústia interior começa a se materializar através da agressão e brutalidade. Ele tenta então conquistar uma mulher na esperança de encontrar uma razão para viver – Primeiro longa do realizador, baseado em um romance homônimo escrito em 1960 por David Storey. O filme, além de impulsionar a carreira do diretor, projetou o ator estreante, Richard Harris, premiado como melhor ator em Cannes 1963.