Lume fora do eixo
Um nome vem fazendo história no Maranhão, estado secundário no panorama cinematográfico brasileiro: Frederico Machado. De São Luís, ele comanda distribuidora de DVDs com títulos de ponta. Caso de “O Espírito da Colmeia”, de Erice, “Short Cuts”, de Altman, “Trinta Anos esta Noite”, de Malle, e do cult “La Maman et la Putain”, de Eustache. Filho de escritores bem situados na vida social da quatrocentona capital maranhense, Frederico, uma espécie de “Leon Cakoff ludovicense”, soma muitos ofícios. Além de distribuidor (a Lume, criada há dez anos, tem 128 títulos em catálogo), é editor (do livro “Os Filmes que Sonhamos – O Acervo da Lume Visto pelos Críticos Brasileiros”), dono de locadora (Backbeat, com acervo de 18 mil títulos e 14 anos de existência), exibidor (programa o Cine Praia Grande, no Centro Histórico) e agitador cultural (organiza o Festival Internacional de Cinema de São Luís). É também cineasta. Já dirigiu três curtas (“Litania da Velha”, “Inferno” e “Vela do Crucificado”) e cuida da pré-produção de seu primeiro longa (“Anjo de Fogo”). No circuito de salas de cinema, Frederico lançou, recentemente, “Lola”, do filipino Brillante Mendoza, e “Submarino”, do dinamarquês Thomas Vinterberg. E lançará, ainda este ano, “Triângulo Amoroso”, do alemão Tom Tykwer. Sua ação já teve efeito pedagógico: o Maranhão acaba de ganhar outra distribuidora, a Petrini Filmes, dos irmãos ítalo-brasileiros Frederico e Raffaele Petrini. A dupla já lançou “Que Mais Posso Querer”, de Silvio Soldini, e “Saturno em Oposição”, de Ferzan Ozpetek. É deles também o controvertido longa “A Serbian Film: Terror Sem Limites”, proibido no Brasil, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente.