Debbouze e o “eye-ligth”

O sétimo longa-metragem de Fernando Meirelles, “360”, pode não ter agradado muito. Mas quem gosta de ver bons atores em cena, pode desfrutar – além de momento autobiográfico de Anthony Hopkins (ex-alcóolatra, ele construiu, como testemunho pessoal, sequência em que participa de reunião dos Alcoólicos Anônimos) – da volta às nossas telas da atriz inglesa, de origem caribenha, Marianne Jean-Baptiste, a filha negra de Brenda Blethyn, em “Segredos e Mentiras”, e do carisma do franco-argelino Jamel Debbouze. Ator de muitas comédias francesas, incluindo “Asterix”, e dos dramas políticos “Dias de Glória” e “Fora da Lei“, ambos de Rachid Bouchareb, Debbouze foi convocado por Meirelles para interpretar em “360” um dentista muçulmano que se apaixona por uma mulher casada, de origem russa. A escolha se deu porque Meirelles é fã do baixinho. E porque ele tem “eye-ligth”, aquele brilho nos olhos que diz muito e emociona o espectador. Quem, no Brasil, tem interpretações valorizadas por olhos profundos, molhados e brilhantes? João Miguel, Irandhir Santos, Letícia Sabatella e Ângelo Antônio são alguns dos integrantes do raro e privilegiado time dos “eye-ligth”.

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