Conflito entre estudantes durante a ditadura militar na Rua Maria Antônia é tema de filme

A produtora Paranoid Filmes, dos sócios Heitor Dhalia e Tatiana Quintella, que acaba de lançar “Serra Pelada”, levará aos cinemas a história da Rua Maria Antônia durante a ditadura militar, que ganhou notoriedade após o confronto que envolveu jovens da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Nesse período, as instituições eram vizinhas e o tumulto se iniciou por um pedágio cobrado na via pelos alunos da USP, o qual não tinha a aprovação dos alunos do Mackenzie. O regime militar estava em sua escalada para o fim das liberdades individuais, que se concretizou dois meses após o conflito, com o Ato Institucional nº 5. Na escola de filosofia, estava organizado o movimento estudantil de esquerda de São Paulo. Na universidade Mackenzie, alunos com treinamento paramilitar mantinham o CCC (Comando de Caça aos Comunistas). As tensões entre os dois grupos culminaram em um conflito armado no dia 3 de outubro de 1968. Pedras, paus, bombas, incêndio, coquetéis-molotovs e armas: uma batalha urbana. Um jovem de 15 anos foi morto e a escola de filosofia ocupada pelos militares.

O longa retratará os conflitos entre estudantes, durante a ditadura militar, nessa rua que é ícone da região central da cidade de São Paulo. Com o título de Rua Maria Antônia – A Incrível Batalha dos Estudantes e direção de Vera Egito, roteirista de “Serra Pelada”, que também assinará o roteiro da produção, o projeto está em fase de captação, com filmagens previstas para o segundo semestre de 2014. No elenco, já estão confirmados Débora Bloch, José de Abreu, Laura Neiva e Caco Ciocler. A produção executiva é de Tatiana Quintella e a distribuição, da Europa Filmes.

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