Dois prêmios em um ano

O cinema que fala espanhol e português resolveu se autopromover. E em grande estilo. Tanto que, em março último, entidades de produtores e defensores de direitos autorais ibero-americanos promoveram, em Ciudad Panamá, a entrega do Prêmio Platino. Seis meses depois, no México, foi a vez de se atribuir o Prêmio Fênix aos melhores do cinema ibero-americano.

Desta vez, uma associação que congrega críticos e cinéfilos – a Cinema23 – se encarregou do empreendimento. As duas láureas tentam abrir espaços no imaginário dos que acompanham o glamour da entrega anual do Oscar. Têm, porém, grandes desafios à frente: conseguir espaço em grandes redes de TV e apostar na criação de um star system ibero-americano.

Enquanto a entrega dos prêmios ficar restrita a canais segmentados e não conseguirem enfeitar suas “alfombras rojas” com astros planetários, a batalha será inglória. Claro que as solenidades do Oscar, principalmente as mais recentes, ajudaram a projetar nomes de peso do cinema ibérico. Caso de Penélope Cruz, Javier Bardem, Ricardo Darín e Gael Garcia Bernal. E, outrora, da brasileira Sônia Braga. Do lado positivo, há fato estimulante: nossas cinematografias vivem momento animador. Países de pouca tradição como o Paraguai (“7 Caixas”), a República Dominicana (“Dólares de Areia”) e a Venezuela (com o imenso sucesso internacional de “Pelo Malo”) ganham relevo e passam a somar-se a centros tradicionais de produção como a Argentina, o Brasil e o México. Ano que vem, veremos se os dois prêmios – o Platino e o Fênix – terão continuidade. E se entrarão, para valer, na agenda promocional do cinema ibérico.

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