TV Brasil estreia série de Silvio Tendler

O cineasta Silvio Tendler estreia na TV Brasil, no próximo dia 5 de dezembro, às 23h45, seu mais novo projeto: a série inédita “Há muitas Noites na Noite”, inspirada em “Poema Sujo”, a mais ousada e polêmica obra do escritor e ensaísta Ferreira Gullar, um dos fundadores do neoconcretismo, que completou 85 anos no dia 10 de setembro deste ano.

Dividida em sete episódios semanais, com 26 minutos cada, a série documental registra a trajetória pessoal e política de Ferreira Gullar, desde 1964, quando o poeta integrou o CPC, seu exílio na Rússia e em alguns países da América Latina e todas as dificuldades e tristezas decorrentes da distância do seu país. Em 1975, durante o exílio em Buenos Aires, longe da mulher e dos filhos que haviam retornado para o Brasil, Gullar resolve escrever o que considera ser sua última obra. “Poema Sujo” foi trazido por Vinícius de Moraes numa fita, transformado em manifesto e publicado em 1976, numa noite de autógrafos sem a presença do autor. A série de TV se encerra no ano de 1978, quando Gullar retorna ao Brasil e é interrogado e torturado pelo DOPS, um dia após o seu desembarque no Rio de Janeiro.

A série conta com a participação de um grande grupo de intelectuais, artistas e amigos que utilizavam a arte para transmitir suas ideias políticas, através de depoimentos, leitura de trechos do poema, ou mesmo cantando. Estão presentes nomes como Agildo Ribeiro, Sergio Cabral, Zelito Viana e Vera de Paula, Maria Bethânia, João das Neves, Raimundo Fagner, Eduardo Galeano, Eric Nepomuceno, Alcione, Amir Haddad, Eduardo Tornaghi, Elisa Lucinda, Sergio Britto, Edu Lobo, Cecília Boal, Pedro Luis, Zeca Baleiro, Antonio Carlos Secchin, Cacá Diegues, Cecil Thiré, Ziraldo, Zuenir Ventura, entre outros.

O projeto da série de TV “Há muitas Noites na Noite” teve início em 2010, antes mesmo de Silvio Tendler estrear a videoinstalação homônima, que ocupou o Oi Futuro de Ipanema nos meses de novembro e dezembro daquele ano. Na ocasião, o cineasta concebeu um café literário, que funcionou como work in progress para levar o projeto para a TV.

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