Mostra de Tiradentes exibe mais de 100 filmes

A 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontece de 22 a 30 de janeiro, abre o calendário audiovisual do país de 2016 apresentando o cinema contemporâneo brasileiro. Presta homenagens ao cineasta ítalo-brasileiro Andrea Tonacci. Seu filme Serras da Desordem, que teve pré-estreia em Tiradentes no ano de 2006, será reapresentado em tributo aos seus dez anos. Coloca em debate “Espaços em Conflito” que vai nortear a temática central do evento e reunir nas mesas de discussão profissionais do audiovisual para refletir uma tradição do cinema brasileiro em vincular seus personagens aos espaços onde vivem, assim como algumas mudanças nos últimos anos na resolução e no tom desses conflitos.

Nesta edição, são 117 filmes em pré-estreias nacionais e mundiais (35 longas e 82 curtas-metragens), distribuídos em 57 sessões de cinema e três espaços de exibição instalados para atender a programação do evento – Cine-Tenda, Cine BNDES na Praça e Cine-Teatro Sesi. Representantes de 14 Estados do país, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, apresentam suas produções e marcam presença no evento.

Na seleção de longas-metragens, com curadoria de Cléber Eduardo, serão exibidos 35 filmes, em nove mostras conceituais (Homenagem, Autorias, Aurora, Transições, Cena Mineira, Praça, Bendita, Sessão Debate e Mostrinha) e o filme de encerramento (Para minha Amada Morta, produção paranaense de Aly Muritiba).

Assim como no ano passado, são duas as seções com caráter competitivo: a Aurora e a Transições. A Mostra Aurora, dedicada a filmes independentes de diretores com até três longas no currículo, será avaliada pelo Júri da Crítica e é composta por “Animal Político” (PE), de Tião; “Aracati” (RJ), de Aline Portugal e Julia De Simone; “Banco Imobiliário” (SP), de Miguel Antunes Ramos; “Filme de Aborto” (SP), de Lincoln Péricles; “Índios Zoró – Antes, Agora e Depois?” (PE), de Luiz Paulino dos Santos; “Jovens Infelizes ou Um Homem que Grita não é um Urso que Dança” (SP), de Thiago B. Mendonça; e “Taego Ãwa” (GO), de Marcela Borela e Henrique Borela.

Na Mostra Transições, quem vai escolher o melhor filme é o Júri Jovem, formado por estudantes que cursaram a oficina de Análise de Estilos Cinematográficos ministrada por Cléber Eduardo durante a Mostra CineBH 2015. A grade este ano tem os longas “Tropykaos” (BA), de Daniel Lisboa; “Clarisse ou Alguma Coisa sobre nós Dois” (CE), de Petrus Cariry; “A Noite Escura da Alma”(BA), de Henrique Dantas; “Planeta Escarlate” (MG), de Dellani Lima e Jonnata Doll; “Jonas” (SP), de Lo Politi; e “Urutau” (RJ), de Bernardo Cancella Nabuco.

Na Mostra Autorias, junto com “Através das Sombras” (Walter Lima Jr) e “Quase Memória” (Ruy Guerra), está “Futuro Junho” (SP), novo longa-metragem de Maria Augusta Ramos, uma das mais respeitadas documentaristas brasileiras em todo o mundo. A Mostra Cena Mineira terá a exibição de “Introdução à Música do Sangue” (MG/RJ), filme de Luiz Carlos Lacerda que retoma projeto inacabado do escritor mineiro Lúcio Cardoso (1912-1968).

Na Mostra Praça, o público assistirá, no centro de Tiradentes, a filmes de diálogo direto com temas universais e de grande interesse, casos de “Campo Grande” (RJ), de Sandra Kogut; “Geraldinos” (RJ), de Pedro Asbeg e Renato Martins; “Invasores” (SP), de Marcelo Toledo; “Prova de Coragem” (RS), de Roberto Gervitz; e “Santo Daime – Império da Floresta” (PE), de André Sampaio (PE).

A Mostra Bendita exibe filmes no começo da madrugada no Cine-Tenda. Serão dois longas-metragens inéditos: “Being Boring” (RJ), de Lucas Ferraço Nassif, e “O Diabo Mora Aqui” (SP), de Dante Vescio e Rodrigo Gasparini. Outra seção que retorna pelo segundo ano seguido é a Mostra Sessão Debate, que exibe nesta edição, quatro filmes a serem discutidos com o público logo depois das exibições: “O Espelho” (RJ), de Rodrigo Lima; “Um Salve Doutor” (SP), de Rodrigo Sousa & Sousa; “Garoto” (RJ), de Bressane, e“Ralé”(SP), de Helena Ignez.

A grade de curtas-metragens, apresenta 82 filmes selecionados pelos curadores Cléber Eduardo, Francis Vogner e Pedro Maciel Guimarães e serão exibidos em nove seções temáticas: Mostra Foco (9 curtas), a ser avaliada pelo Júri da Crítica; Panorama (19 curtas), Dissonâncias (4), Espaços em Conflito (7),  Praça (12), Cena Mineira (5), Cena Regional (13), Formação (8) e Mostrinha (4). Homenagem (1). Para a mostra Espaços em Conflito, criada especialmente na edição deste ano em Tiradentes, o curador Francis Vogner chama atenção para o caráter de reação dos filmes às situações de crise do país.

No objetivo constante de formar novas plateias e aproximar a criançada, os jovens e as famílias do cinema brasileiro, a Mostrinha de Cinema vai exibir quatro longas e quatro curtas. Um dos destaques é a estreia do filmes “O que Queremos para o Mundo?” (MG), de Igor Amin; para os jovens os filmes “Últimas Conversas” (RJ), filme derradeiro do documentarista Eduardo Coutinho e o premiado “Tudo o que Aprendemos Juntos”, de Sérgio Machado e, ainda, a animação “ As Aventuras do Avião Vermelho”, de Frederico Pinto e José Maia.

Ao longo da semana, acontece o 19º Seminário do Cinema Brasileiro que promove 25 debates com a proposta de refletir o cenário e as tendências da produção audiovisual, sendo três debates conceituais com foco na temática desta edição. Abre a programação do Seminário, o debate Espaços em conflito: Tradição e atualização. Na sequência, o debate Os espaços fílmicos do cineasta Andrea Tonacci, que reunirá o homenageado da mostra a parceiros e estudiosos para falarem de sua obra. A série Encontros com a Crítica, Diretor e Público e as Sessões Cine-Debate somam 23 bate-papos que oferecem olhares variados aos filmes apresentados na programação, com a presença de profissionais, pesquisadores e professores.

Além da exibição de filmes, a Mostra Tiradentes promove uma temporada intensa de atividades culturais, incluindo três exposições, 10 oficinas de cultura com 280 vagas, sete lançamentos de livros, cortejos, teatro de rua, performances audiovisuais e intervenções artísticas numa programação abrangente e gratuita que agrada e beneficia públicos diversos.

Cada vez mais interativa, a Mostra Tiradentes reúne o coletivo #eufaçoaMOSTRA composto por ex-alunos das Oficinas de Processos Audiovisuais Cocriativos realizadas pela Universo Produção em edições anteriores do evento, juntamente com o público para produção de conteúdos audiovisuais que integram a Campanha #eufaçoaMOSTRA. O resultado são microvídeos com conteúdos instantâneos produzidos e exibidos diariamente no Cine-Lounge ao longo do evento sob orientação dos instrutores Igor Amin e Vinicius Cabral.

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