Fico te Devendo uma Carta sobre o Brasil

“Fico te Devendo uma Carta sobre o Brasil”, primeiro longa-metragem de Carol Benjamin, será lançado nos cinemas do Rio e São Paulo, em 5 de novembro, com distribuição da Bretz Filmes. A produção é da Daza Filmes, com coprodução do Canal Brasil, VideoFilmes e Muiraquitã Filmes.

O filme conquistou a menção especial do júri no 32ª IDFA – Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, o maior festival do mundo dedicado ao gênero, onde teve sua estreia mundial. Também conquistou a Menção Honrosa no Festival É Tudo Verdade 2020, o prêmio de Melhor Documentário no 8º Indian Cine Film Festival e o prêmio do público do Inffinito Film Festival (Estados Unidos). E foi selecionado para diversos festivais, incluindo o Festival Tempo de Documentários, na Suécia, o Festival Internacional de Filmes e Fórum de Direitos Humanos, na Suíça, e a Mostra Competitiva do 24 Festival de Lima (Peru), entre outros.

A diretora revela a história das três gerações de sua família, que foi atravessada pela ditadura militar que se instalou no Brasil entre 1964 e 1985. Seu avô era coronel do Exército. Seu pai, César Benjamin, foi preso ilegalmente aos 17 anos, em 1971, e permaneceu por três anos e meio em uma cela solitária, além de mais dois anos em prisão comum. Mas a prisão e tortura do filho mais novo transformou a dona de casa Iramaya Benjamin, avó da diretora, em uma militante incansável pela anistia.

Devido à pressão de Iramaya e excepcionalidade do pleito, o caso de César foi logo adotado pela Seção Sueca da Anistia Internacional. Em 1976, quatro anos depois, ele foi considerado “Prisioneiro da Consciência”, o principal caso do ano para todas as sessões da Anistia Internacional global. A forte pressão levou o governo brasileiro a exilar César para a Suécia nesse mesmo ano.

Para resgatar essas memórias, Carol inicia o filme em Estocolmo, onde César recebeu asilo político por dois anos após sair da prisão. É lá também que a diretora reencontra Marianne Eyre, membro da Anistia Internacional desde 1966, com quem Iramaya trocava cartas regularmente e de quem se tornou amiga e confidente. O filme, narrado pela diretora, é entremeado, sobretudo, pelas leituras dessas cartas, depoimentos de Iramaya captados em diferentes momentos, fotografias e imagens raras de arquivo (incluindo a emocionante chegada de César à Suécia e de seu encontro com o irmão Cid, também um exilado político).

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