Retrospectiva Hong Sang-soo
O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) traz para o Brasil uma retrospectiva da obra do sul-coreano Hong Sang-soo, um dos mais premiados cineastas contemporâneos. A mostra presencial “Encontros à deriva: Retrospectiva Hong Sang-soo” exibirá todos os 24 longas do diretor, em 36 sessões, permitindo o acesso do público brasileiro a obras aclamadas pela crítica, mas raras no circuito comercial. Com curadoria de Isabel Veiga, Samuel Brasileiro e Vitor Medeiros, a programação inclui dois debates. Todas as atividades são gratuitas. Depois de estrear no Rio de Janeiro (de 7 de julho a 8 de agosto), a retrospectiva segue para o CCBB de São Paulo (de 11 de agosto a 6 de setembro) e de Brasília (de 21 de setembro a 10 de outubro).
Entre os destaques da retrospectiva em cartaz no CCBB estão os filmes “Hahaha”, vencedor do prêmio Un Certain Regard, no Festival de Cannes 2010; “Nossa Sunhi”, ganhador do Leopardo de Prata de Melhor Diretor no Festival de Locarno 2013; “Certo Agora, Errado Antes”, vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno 2015; “Na Praia à Noite Sozinha”, que estreou no Festival de Berlim, em 2017, recebendo o “Urso de Prata” de melhor atriz para Kim Min-hee; e o novíssimo “A Mulher que Fugiu”, premiado com o Urso de Prata de Melhor Direção, em 2020.
Dois filmes podem ser assistidos também na plataforma Looke, de 2 a 8 de agosto: “Na Praia à Noite Sozinha” (Coreia do Sul, 91 min, 12 anos) e “Certo Agora, Errado Antes” (Coreia do Sul, 121 min, 12 anos).
Com uma linguagem minimalista, utilizando personagens banais, que vivem situações corriqueiras, o cinema de Hong flerta com o absurdo. Ainda que cada filme tenha características particulares, todos lidam com o mesmo universo e possuem uma estética muito parecida, como se cada obra fosse um novo episódio de uma interminável série sobre a ternura dos fracassos e a improbabilidade dos encontros. Hong criou seu próprio método de produção, que opera às margens da indústria audiovisual local, contando com uma mínima estrutura e baixíssimos orçamentos. A natureza insólita de seu processo de trabalho, personagens e temática traz a seus filmes uma densidade inesperada, que, ao mesmo tempo que causa estranheza, atrai e deslumbra.
Nascido em Seul, em 1961, o cineasta contemporâneo sul-coreano Hong Sang-soo Hong é reconhecido pela crítica mundial como um dos mais importantes e producentes realizadores em atividade. Ao lado de cineastas como Kim Ki-Duk, Lee Chang-Dong, Bong Joon-ho e Park Chan-Wook, Hong Sang-soo é um dos representantes do novo cinema coreano (New Korean Cinema ou Nouvelle Vague Coreana), ciclo iniciado nos anos 1990 após a redemocratização da Coreia do Sul. Em apenas duas décadas, Hong já realizou 24 longas-metragens ficcionais, atingindo a média de praticamente um filme por ano. Mesmo com a alta produtividade, sua extensa filmografia ainda é pouco conhecida pelo grande público. Abordando situações cotidianas com um humor ácido, seus filmes simples e densos possuem ampla circulação em festivais, mas poucos chegam ao circuito comercial. No Brasil, apenas oito títulos foram lançados comercialmente em salas do circuito “de arte”, outros 13 trabalhos tiveram circulação restrita a mostras de cinema, e três sequer foram exibidos aqui.
A programação da mostra pode ser conferida em https://ccbb.com.br/rio-de-janeiro/programacao/encontros-a-deriva-retrospectiva-hong-sang-soo.