Itália relembra centenário de Pasolini com retrospectiva, livros e homenagens
Por Maria do Rosário Caetano
Pier Paolo Pasolini nasceu há 100 anos, em Bolonha, na Itália. O dia exato de seu centenário é o próximo sábado, cinco de março. Ao morrer, assassinado na Praia de Ostia, nos arredores de Roma, tinha 53 anos e deixava espantosa produção artística e intelectual a respaldá-lo. Era respeitado como cineasta, roteirista, pensador, poeta, polemista e, muitas vezes, como um dos mais desconcertantes militantes políticos da esquerda mundial. Um marxista católico e homossexual, capaz de posicionar-se contra “estudantes burgueses” e ficar ao lado de policiais de origem proletária, encarregados de enfrentá-los em manifestações de rua.
A Europa, em especial a Itália, desenvolve amplo calendário para homenagear o mestre peninsular. A Cinemateca de Bolonha, região que lhe deu origem, promove mostra de todos os filmes do diretor de “Mama Roma”, “Teorema” e da “Trilogia da Vida”. Seus longas ficcionais e documentais estão percorrendo cinemas de todos os cantos do país.
A Academia de Cinema da Itália, uma das mais antigas do mundo, vai homenageá-lo em maio, na Noite dos Prêmios David de Donatello, o “oscar peninsular”. O mercado editorial italiano edita a rica correspondência entre Pasolini e o romancista (crítico de cinema e amigo) Alberto Moravia (1907-1990), parceiro em “Comício de Amor”, documentário de imensa beleza. Este filme – em cópia restaurada pela Cinemateca de Bolonha, do importante Festival Il Cinema Ritrovato – integra a mostra O Primeiro Pasolini, organizada pela cinefilia lusitana – ao lado de “Accattone”, “Mama Roma”, “O Evangelho Segundo São Mateus”, “Gaviões e Passarinhos” (que os portugueses, com mais precisão, batizaram de “Passarinhos e Passarões”) e “Edipo Rei”. Seis tesouros.
No Brasil, só o cineasta Luiz Carlos Lacerda, o Bigode, lembrou-se de Pasolini. Ele vem dedicando seus últimos meses à preparação de “Celebrazione”, filme-homenagem ao mestre italiano. Para Lacerda, “o cineasta, poeta e polemista Pier Paolo Pasolini inaugurou sua potente filmografia sob reconhecida influência do Neorrealismo italiano, do qual foi importante colaborador”. Sua “obra ficaria marcada pelo que ele próprio classificou, numa espécie de Manifesto, de ‘Cinema de Poesia’. Não a Poesia romântica de um Pavese, mas a cáustica Poesia dos deserdados e excluídos – um vôo do pássaro em direção à vidraça cortante”. Tanto que “foi incompreendido pela esquerda ortodoxa, por sua explícita homossexualidade, e perseguido pelos fascistas – a quem se atribui o seu assassinato provavelmente encomendado a um garoto de programa, na Praia de Ostia, nas cercanias de Roma”.
Para “evocar a memória de Pasolini, neste ano em que comemoramos o Centenário do autor de filmes como “O Evangelho Segundo Matheus” e “Decameron” – pontua o diretor de “Mãos Vazias” e “Leila Diniz” – “resolvi realizar um filme-homenagem, ‘Celebrazione’, que tem como base poema (“Hierarquia”) escrito por ele, em 1970, e que descreve sua passagem pelo Aeroporto de Recife a caminho do Festival de Mar Del Plata, com seu filme ‘Medéia’, acompanhado da protagonista, a cantora de ópera Maria Callas. Vou abordar, também sua breve estada no Rio de Janeiro, em sua viagem de regresso”.
“Aqui no Rio” – relembra o brasileiro – “Pasolini conheceu Joaquim, um rapaz com quem dividiu três noites de amor numa pensão da Lapa – e que o levou para conhecer sua família numa favela carioca”.
Para interpretar Pasolini (então com 48 anos), Luiz Carlos Lacerda escalou o ator Erom Cordeiro. Zulma Mercadante dá vida à diva do canto lírico, Maria Callas. Marcelo Cavalcanti e Guilherme Oldra fazem o Rapaz. O poema “Hierarquia” tem tradução de Antonio Cava. E o filme é uma produção do incansável Cavi Borges.
Os assinantes do Mubi, sofisticada plataforma de streaming, dedicada ao melhor cinema autoral do mundo, devem ficar atentos. Neste mês de março, o do centenário, o canal apresentará filmes do Pasolini roteirista (ou realizador). Muitos serão exibidos no idioma original (italiano), com legendas em inglês. Alguns, com legendas em português. Fiquem, pois antenados.
No cardápio da plataforma estão títulos como o documentário “La Rabbia”, “Notas para uma Orestia Africana”, “Sopraluoghi in Palestini” (“Locações na Palestina para O Evangelho Segundo São Mateus”) e obras ficcionais mais conhecidas.
O bolonhês Pasolini fez seus estudos universitários e iniciou-se profissionalmente no jornalismo em um veículo católico, Il Quotidiano. Começou sua trajetória artística escrevendo romances e poemas. Mudou-se para Roma e mergulhou no meio do lumpen-proletariado da capital pensinsular dilacerada pelo pós-Guerra. Militante no Partido Comunista, o jovem colaborou com o roteiro de “A Mulher do Rio” (Mario Soldati, 1954), e de “Noites de Cabíria” (Fellini, 1957). Coube a ele, na obra felliniana, ajudar nos diálogos e nas partes relativas aos ambientes miseráveis por onde a prostituta interpretada por Giulietta Masina perambulava (como a impressionante sequência do homem do buraco, cortada por exigência da Igreja Católica e só resgatada décadas depois).
O jovem Pasolini colaborara, ainda como roteirista, com Francesco Rosi (“Morte de um Amigo”, 1959), Florestano Vancini (“A Noite do Massacre”, 1960), e, principalmente, com Mauro Bolognini (“A Longa Noite de Loucuras”, 1959, “Um Dia de Enlouquecer” e “O Belo Antônio”, ambos de 1960). Com Carlo Lizzani, coube-lhe trabalho como ator (personagem Monco) em “O Corcunda” (1960). A partir dali, o talentoso roteirista iniciaria, aos 28 anos, sua carreira como diretor. Em 1961, estreava “Accatone – Desajuste Social”. No filme seguinte, dirigiria a grande Anna Magnani, do rosseliniano “Roma Cidade Aberta”, em “Mamma Roma”.
A Segunda Grande Guerra, que Pasolini viveu em sua juventude, somada à Guerra da Argélia e à Guerra da Coreia serviriam de matéria-prima ao longa documental “La Rabbia”, que dirigiu com Giovannino Guareschi. Um trabalho militante, realizado em duas partes, a primeira assinada por Pasolini e a segunda por Guareschi. Ambas com materiais de arquivo e cenas da atualidade. Incluindo imagens de Sophia Loren e Ava Gardner, divas do cinema, coroação de rainhas e funerais de reis, morte e ascensão de papas. E cenas impressionantes do enterro de Palmiro Togliatti (1893-1964), líder do PCI (Partido Comunista Italiano).
Sob o impacto de “Crônica de um Verão” (Jean Rouch e Edgar Morin, 1961), Pasolini faria um belíssimo documentário – “Comício de Amor” – em 1963, mesmo ano de “O Evangelho Segundo São Mateus”, para alguns seu grande momento cinematográfico.
“Comício de Amor” não foi lançado comercialmente no Brasil, mas chegou aos cinemas e TVs italianas e europeias em 1964 e 1965. O filme, com aliciante fotografia de Tonino Delli Colli, tem Pasolini como um entrevistador incisivo, elegante, presente, mas sem exibicionismo. A sequência inicial – ele conversando com crianças para saber como haviam nascido – é de antologia, pois os infantes misturam cegonha, cestas e Deus. O cineasta percorre a península ouvindo crianças, jovens e adultos, gente do Norte rico (milaneses e romanos), ou do sul subdesenvolvido (sicilianos e calabreses) sobre tema-tabu: o sexo. Mesmo jovens burgueses dão respostas evasivas. Senhores muito bem-nascidos defendem a família como célula moral e patriótica. Pais camponeses do sul dizem que moça honesta tem, obrigatoriamente, que casar virgem. Uma p arlamentar de esquerda, Legge Merlin, cria lei que acaba com os bordeis. As prostitutas lamentam: terão que ganhar a vida nas ruas.
Alberto Moravia, Cesare Musatti e Giuseppe Ungaretti (este em depoimento marcado pela ambiguidade) somam-se a Oriana Fallaci (jornalista-estrela), Peppino di Capri (cantor famoso), Graziella Granatta (atriz), jogadores de futebol e gente do povo (muitos, bem humildes, pois Pasolini não se esquecia da base da pirâmide). O resultado é fascinante. Um documentário que percorre um país em busca de algo que, hoje, tempo de exibicionismo desvairado, ainda causa embaraços, segue tabu: a sexualidade.
Em 1963, Pasolini assinaria o primeiro dos quatro projetos curtos que realizaria para verdadeira paixão italiana: os filmes em episódios. E já começaria roubando a cena. O seu “A Ricota” é a peça de resistência de “Rogopag” (“Relações Humanas”, no Brasil, título que não pegou). Todo mundo se lembra do filme pela sigla que citava as iniciais de seus autores ROsselini, GOdard, PAsolini, Gregoretti.
“A Ricota”, que tem Orson Welles no elenco, é uma maravilha. Um filme de originalidade e irreverência únicas. Metalinguagem que flui sem nenhum pedantismo. Um grande diretor de cinema (Welles) filma um épico bíblico grandiloquente. Extras vindos do subproletariado ficam na periferia da filmagem. Um deles, o jovem Giovanni Stracci (João Trapo), um esfomeado crônico, fará o bom ladrão. Ele comerá ricota em demasia, passará mal (e morrerá, na cruz) na hora de “interpretar” o papel que lhe cabe, ao lado de Cristo crucificado.
Em 1966, em “As Bruxas”, Pasolini assinaria o episódio “A Terra Vista da Lua”, com Alida Valli. Dois anos depois, mais uma obra-prima em curto formato: “Che Cosa Sono le Nuvole”, episódio de “Capricho à Italiana”. Aí, Totò, Ninetto Davoli, Laura Betti, Ciccio Ingrassia e o cantor Domenico Modugno, transformados em bonecos-marionetes, interpretam versão do “Otelo” de Shakespeare. Nada mais belo, mágico, tocante. E capaz de encantar crianças, jovens e velhos. Ainda em 1968, Pasolini assinaria o episódio “Il Fiori de Carta – A Flor de Papel”) do longa “Amore e Rabbia”.
Depois do fascinante “O Evangelho Segundo São Mateus”, Pasolini dirigiria o metafórico “Gaviões e Passarinhos”. Inocente Totò (o cômico Totò) e seu filho Inocente Ninetto (Ninetto Davoli) caminham, à deriva, por uma estrada. No meio do caminho, eles encontram um corvo falante. O trio, pai, filho e ave, empreende, então, longa caminhada, disposto a discutir os rumos do Socialismo. O grande público não se interessou pelo filme. Em especial aquele se divertia com Totò, pois desconfiou não acharia acharia graça das digressões políticas de Pasolini. O napolitano Totò, que estivera com Pasoliniano também no episódio de “As Bruxas”, morreria no ano seguinte, 1967, aos 69 anos.
Franco Citti, um dos atores mais presentes na obra de Pasolini, faria “Edipo Rei” (com Alida Valli), em 1967. Seria a primeira incursão do cineasta na tragédia grega. A segunda se daria com “Medéia, a Feiticeira do Amor”, protagonizada pela diva Maria Callas (1971).
O filme mais emblemático de Pasolini é, não há dúvida, “Teorema”. Realizado em 1969, e protagonizado pelo astro britânico Terence Stamp, de “O Colecionador” (William Wyler, 1965), o longa causou sensação e horas infindáveis de debates. Stamp, no auge de sua beleza e sucesso, atraía olhares ávidos. A parábola de Pasolini segue intrigante. Em Milão, a poderosa cidade industrial italiana, uma rica família burguesa recebe um misterioso vistante (Terence Stamp), lindo como um deus. Ele seduz a empregada, o filho, a mãe, a filha e até o patriarca. Além do contato físico-sexual, o visitante mantém relação intelectual com todos os moradores daquela mansão burguesa. A todos convence que suas vidas são marcadas pela futilidade, pelo vazio.
Quando o misterioso “anjo” parte, nenhum dos que com ele se relacionaram consegue viver como antes. A empregada passa a levitar, o filho pinta quadros e os suja com fezes, a filha cai em estado catatônico, a mãe se entrega ao primeiro que passa à sua frente, o pai abandona sua indústria, arranca suas vestes e desaparece no deserto.
No filme seguinte – “Pocilga” (1970) – protagonizado por Ugo Tognazzi e pelos franceses Pierre Clementi e Jean-Pierre Léaud, Pasolini conta duas histórias. Uma ambientada no século XVI e outra na Alemanha pós-moderna. Sob a radicalidade que marcou os anos pós-68, ele mergulha na degradação humana, provocada pela loucura do consumismo, passando pelo canibalismo e pela bestialidade.
Em clima de exasperação política, Pasolini, que perdera um irmão adolescente, vítima de fanáticos mussolinistas, soube da morte do anarquista milanês Giuseppe Pinelli (1928-1969). Juntou-se a um coletivo militante, o Lotta Continua, e juntos fizeram um documentário de intervenção: “12 de Dezembro”. Mas sua difusão foi das mais problemáticas.
Depois de “Medéia” e do trabalho com Callas, Pasolini encontrou o sucesso. “Decameron”, o filme que abriu sua “Trilogia da Vida” –sequenciada com “Os Contos de Canterbury” (73) e “As Mil e Uma Noites” (74) – atingiu ótimas bilheterias no mundo inteiro. Erótico e baseado nos contos do florentino Giovanni Boccacio (1313-1375), o longa narrou com elegância histórias de freiras devassas, que realizam milagres sexuais, esposas traiçoeiras, jovens amantes pegos em flagrante, trapaceiros dos mais espertos e assemelhados. Ninetto Davoli e Franco Citti tornavam-se atores queridos de grandes plateias. Em Brasília, o filme lotou seguidas sessões do imenso Cine Atlântida (de quase dois mil lugares). Um êxito arrebatador.
“Os Contos de Canterbury”, narrativas eróticas de Geoffrey Chaucer (c.1343-1400), somam humor e picardia. Tais relatos são feitos por viajante que mostra padrões sexuais e religiosos da Inglaterra do século XIV. Mais uma vez, Ninetto e Citti (agora com Laura Betti) encabeçam o elenco e somam-se a atores ingleses (incluindo Josephine Chaplin). O filme também foi muito bem recebido.
O fecho da Trilogia – “As Mil e Uma Noites”, rodado no Nepal, Yêmen, Eritréia e Irã, uniu Ninetto e Citti a elenco afro-árabe. Um homem, o Príncipe Mur El-Din (Frano Merli), perambula em busca de sua amante, a escrava Zumurrud (Inês Pellegrini), raptada por ter olhos azuis. No caminho de sua longa busca, ele vai deparar-se com desejos carnais, cobiças e traições.
O sucesso fez mal a Pasolini. Angustiado, ele sentia-se como uma peça na engrenagem do consumismo capitalista. Renegou a Trilogia da Vida e partiu para seu projeto mais devastador: “Salò, ou os 120 Dias de Sodoma”. Seria assassinado por um garoto de programa, na Praia de Ostia, numa Dia de Finados, deixando como testamento a narrativa que buscara matéria-prima no Marquês de Sade. Sem Ninetto, Citti (ou divas como Silvana Mangano ou Maria Callas), o bolonhês mostrava quatro libertinos fascistas, que reuniam nove adolescentes (meninos e meninas) para submetê-los a 120 dias de sofrimentos sexuais (orgias escatológicas, estupros e outras violências insuportáveis). O filme foi acusado de obscenidade por um tribunal italiano. Mas foi exibido no Brasil sem, claro, o sucesso solar e erótico da Trilogia da Vida.
FILMOGRAFIA
Pier Paolo Pasolini (Santo Stefano/Bolonha, 5 de março de 1922 – Ostia, 02/11/1975)
Longas-metragens:
1961 – “Accattone – Desajuste Social” (ficção)
1962 – “Mama Roma” (fic)
1963 – “Rogopap – Relações Humanas” (“A Ricota”, episódio)
1964 – “La Rabbia” (doc, parceria com Giovannino Guareschi)
1964 – “O Evangelho Segundo São Mateus” (fic)
1964 – “Comício de Amor” (doc)
1965 – “Gaviões e Passarinhos” (fic)
1966 – “As Bruxas” (episódio: “A Terra Vista da Lua”)
1967 – “Edipo Rei” (fic)
1968 – “Capricho à Italiana” (episódio “Che Cosa Sono Le Nuvole”)
1968 – “Amore e Rabbia” (episódio “Il Fiori de Carta”)
1969 – “Teorema” (fic)
1970 – “Pocilga” (fic)
1971 – “Medéia, a Feiticeira do Amor” (fic)
1972 – “Decameron” (fic)
1973 – “Os Contos de Canterbury” (fic)
1974 – “As Mil e Uma Noites” (fic)
1975 – “Salò, ou os 120 Dias de Sodoma” (fic)
Médias-metragens:
1965 – “Locações na Palestina Para O Evangelho Segundo São Mateus” (doc)
1970 – “Notas para Uma Orestia Africana”
1970 – “12 de Dezembro” (Pasolini e Coletivo Lotta Continua)
Filmes sobre Pasolini:
1995 – “Pasolini, Um Delito Italiano” (“Quem Matou Pasolini?”), de Marco Tullio Giordana – Drama ficcional com Carlos De Filippi (no papel do garoto de programa Giuseppe Pelosi), Claudio Amendola, Nicoletta Braschi, Franco Lecca, Cecilia Zanuso e Ricardo Calvani.
2005 – “La Voce de Pasolini”, de Mario Sesti e Matteo Cerami (com a voz do ator Toni Servillo)
2001 – “Pier Paolo Pasolini e a Razão de Um Sonho”, de Laura Betti (com depoimentos de Francesca Archibugi, Bernardo Bertolucci, Mino Caopresti, Paolo Volponi e depoimentos, de arquivo, do próprio Pasolini).
2012 – “Dramática” – Curta experimental de Ava Rocha. Filha de Glauber Rocha (1939-1981), grande amigo de Pasolini, a cineasta, atriz e cantora realizou um filmensaio, que tem o poema “Hierarquia” como uma de suas forças criativas.
2015 – “Pasolini”, de Abel Ferrara. Com Willem Dafoe, Ninetto Davoli, Riccardo Scarmarcio, Luca Lionello, Giada Colagrande, Adriana Ast, Maria de Medeiros, Tatiana Luter.
2020 – “A Última Partida de Pasolini”, de Giordano Viozzi (sobre jogo de futebol que Pasolini jogou, menos de dois meses antes de sua morte, ao lado de integrantes da equipe de “Salò”, contra integrantes da equipe de “Novecento”, de Bertolucci, seu assistente em “Accattone”. As relações entre os dois cineastas peninsulares estavam estremecidas, pois Pasolini criticara ferozmente “O Último Tango em Paris”).
Pasolini foi mais uma vítima da ultra direita conservadora, ali na versão pós fascista italiana. Teria muito a fazer e contribuir com a arte e com o pensamento, se não tivesse sido assassinado. Uma pena. Parabéns pela excelente matéria sobre o centenário do artista.