Festival Filmes Incríveis exibirá, em São Paulo, filmes premiados e inéditos no Brasil
Foto: “Café Teerã”, de Navid Mihandoust
Entre 1° e 14 de agosto, o REAG Belas Artes, em São Paulo, será o centro de uma volta ao mundo em produções cinematográficas de 20 países que formam a seleção da primeira edição do Festival Filmes Incríveis, realizado pelo Belas Artes Grupo. Todos são inéditos no circuito brasileiro e apresentam as novas obras de cineastas renomados, como o brasileiro Karim Aïnouz e o cambojano Rithy Pan, além de um longa do célebre cineasta polonês Krzysztof Kieslowski. O festival é patrocinado pelo Desenvolve São Paulo, Secretaria do Estado de São Paulo e o Ministério da Cultura.
A programação conta com 18 filmes de 18 países diferentes, mais dois longas convidados como exibições especiais, sendo eles “Motel Destino”, de Aïnouz, e “Spokój” (“The Calm”), de Kieslowski, originalmente lançado em 1976, mas ainda inédito no Brasil. Os filmes do festival foram escolhidos por uma curadoria que valorizou a qualidade artística das obras e filmes que valem a pena serem vistos no cinema. Além disso, esses 20 longas trazem histórias bem contadas com um apuro estético e formal. São filmes que nem sempre chegam ao circuito nacional. Outra novidade é o prêmio do público, que irá escolher seu filme favorito por meio de uma votação.
O festival será uma oportunidade para ver longas premiados, como o canadense “Universal Language”, de Matthew Rankin, ganhador do principal prêmio da Quinzena dos Realizadores em Cannes, e a coprodução entre Espanha e Costa Rica, em “Memorias de un Cuerpo que Arde”, de Antonella Sudasassi, vencedor do Prêmio do Público na mostra Panorama do Festival de Berlim 2024; além de filmes de diretores veteranos e renomados, como “Meeting Pol Pot”, de Rithy Panh; e novos e promissores cineastas, como “Animale”, da franco-argelina Emma Benestan, ambos exibidos no último Festival de Cannes. Emma Benestan e Oulaya Amamra, diretora e protagonista de “Animale”, também são convidadas do festival e acompanharão as sessões do filme.
Krzysztof Kieslowski marca presença dupla no festival. Além da exibição da cópia restaurada de “Spokój”, de 1976, no qual um jovem ex-detento é alvo de perseguição por seus colegas de trabalho, quando desconfiam que ele seja um traidor numa greve, o cineasta polonês está ligado ao filme iraniano “Café Teerã”, de Navid Mihandoust, no qual um cineasta sonha com um filme de Kieslowski, porém, proibido pelo governo de fazer filmes, ele passa os dias em um café. A irmã do diretor, Neda Mihandoust, virá ao Brasil e irá acompanhar as sessões do filme. Mihandoust, atualmente, está na prisão de Evin, em Teerã, condenado a três anos de reclusão com acusações injustas resultantes de um documentário que ele realizou em 2009, centrado na vida profissional de Masih Alinejad, uma jornalista iraniana e ativista dos direitos das mulheres, uma obra que nunca foi lançada.
A volta ao mundo do Festival Filmes Incríveis continua, passando por países como Geórgia, com “Gondola”, de Veit Helmer; Irlanda, com “Lola”, de Andrew Legge, exibido em Locarno; o indiano “The Cloud and the Man”, de Abhinandan Banerjee, premiado em Calcutá e Caracas; Nepal, com “Shambhala”, de Min Bahadur Bham, que foi exibido em competição no Festival de Berlim deste ano; e Bélgica, com “Soundtrak to Coup d’Etat”, de Johan Grimonprez, vencedor do Prêmio Especial do Júri por Inovação Cinematográfica no Festival de Sundance 2024, vencedor do Grande Prêmio de Melhor Documentário Internacional no Festival Internacional de Cinema de Sófia 2024, e vencedor do Persistence of Vision Award no Festival Internacional de San Francisco 2024.
O Peru é representado por “Reinas”, de Klaudia Reynicke-Candeloro, que foi ganhador do Grand Prix Generation Kplus International no Festival de Berlim 2024; a Arábia Saudita por “Norah”, de Tawfik Alzaidi, exibido no Un Certain Regard, em Cannes, onde levou o prêmio de Melhor Atriz; Tunísia por “Mé el Aïn” (“Who do I belong to”), de Meryam Joobeur, que parte do curta da diretora chamado “Brotherhood”, indicado ao Oscar; os EUA por “All Dirt Roads Taste of Salt”, da estreante Raven Jackson, produzido e distribuído em seu país pela A24; o Japão por “O Homem com a Caixa de Papelão”, de Gakuryu Ishii, que teve uma sessão especial no Festival de Berlim de 2024, e é inspirado num romance clássico de Kobo Abe; da Macedônia do Norte vem “O Homem Mais Feliz do Mundo, de Teona Strugar Mitevska; de Cuba, “O Caso do Escritor Padilla”, de Pavel Giroud; e da Coreia do Sul, “Uma Família Normal”, de Hur Jin-ho.
O único filme brasileiro na competição oficial do Festival de Cannes, “Motel Destino”, de Karim Aïnouz, será o filme de encerramento do festival em 14 de agosto. O longa é protagonizado por Fábio Assunção, Iago Xavier e Nataly Rocha, e se passa no estabelecimento que dá nome ao filme, na beira de uma estrada, no litoral do Ceará, onde moram o dono e sua jovem esposa, mas a chegada de um rapaz transformará a vida de ambos.
Cada filme terá três sessões durante o festival, e os ingressos terão preços acessíveis. Além disso, também será possível adquirir um passaporte que dará direito a cinco sessões do festival.
Festival Filmes Incríveis
Abertura: 31 de julho, às 19h30
Data: 1 a 14 de agosto
Local: REAG Belas Artes – Rua da Consolação, 2423 – Consolação – São Paulo/SP
Ingresso: R$ 5 e R$ 10 – na bilheteria e no site
Passaporte: R$ 75 (válido para cinco sessões)