“A Mulher de Todos”, de Rogério Sganzerla, restaurado em 4K, terá exibição especial com debate

O clássico “A Mulher de Todos”, dirigido por Rogério Sganzerla, em 1969, foi restaurado digitalmente em resolução 4K e terá sua primeira exibição em uma sessão especial, no dia 21 de fevereiro, às 19h, na Área Externa da Cinemateca Brasileira, seguida de debate com a atriz Helena Ignez e a preservadora audiovisual Débora Butruce. A restauração foi conduzida pela Mercúrio Produções, com coordenação técnica de Débora Butruce, a partir de materiais preservados pela Cinemateca. Também contou com recursos para Digitalização de Acervos 2023 pela Lei Paulo Gustavo no Estado de São Paulo.

Protagonista do filme e referência do cinema brasileiro, Helena Ignez construiu uma carreira marcante como atriz e diretora, sendo homenageada no Brasil e no exterior, além de ter seu nome dado a uma sala no cinema Belas Artes (SP).

Débora Butruce, coordenadora técnica da restauração, é uma das principais especialistas em preservação audiovisual do país, com mais de 20 anos de experiência e trabalhos exibidos em festivais como a Berlinale. O bate-papo trará reflexões sobre a linguagem revolucionária do filme, sua influência ao longo das décadas e os desafios da restauração.

O trabalho de restauração teve como objetivo recuperar a versão colorizada do filme, criada com um método batizado pelo próprio Sganzerla como Sexycolor ou Dinamic Color. Diferente dos processos tradicionais da época, como Eastmancolor e Technicolor, essa técnica buscava uma estética única e experimental. A digitalização e restauração em 4K foram realizadas no laboratório Link Digital/Mapa Filmes.

A imagem, em ótimo estado de conservação, passou por correções de riscos leves. Já o som foi tratado por José Luiz Sasso, para minimizar ruídos e distorções.

“A Mulher de Todos” é um belo representante do cinema brasileiro e um marco da cinematografia de Sganzerla. A trama acompanha Ângela Carne e Osso, interpretada por Helena Ignez, uma ninfomaníaca casada com um ex-carrasco nazista, Jô Soares, magnata dos quadrinhos no Brasil. Entediada com a vida doméstica, ela coleciona amantes na Ilha dos Prazeres. O filme venceu o Festival de Brasília de 1969, nas categorias de Melhor Atriz (Helena Ignez) e Melhor Montagem, e foi listado entre os 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

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