Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro começa nesta sexta

Este ano mais de 350 filmes, a maioria inéditos no Rio, estarão na programação da 21ª edição do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro – Curta Cinema  2011, que acontece entre os dias 28 de outubro e 6 de novembro. Além da exibição dos filmes, nacionais e internacionais reunidos em 60 programas, estão previstos debates, workshops, júri jovem e encontros com profissionais do audiovisual. Todas as atividades serão abertas ao público e terão entrada franca. “O Festival já atingiu a maioridade, mas ainda vem descobrindo novos formatos, linguagens e formas de exibição para o curta-metragem. O festival é pioneiro, no Brasil, na exibição em um mesmo programa de filmes produzidos em película e digital, sem distinção. Também buscamos revelar novos realizadores e ampliar a formação do público para a grande diversidade que o curta apresenta”, diz Ailton Franco Jr., idealizador e diretor do evento.

Na competição, 20 filmes nacionais e 20 estrangeiros concorrem a prêmios e se qualificam para disputar uma vaga no Oscar 2012. Cinco Panoramas compõem uma seleção representativa das mais recentes produções: Nacional, Internacional, Carioca, Latino-Americano e Animação, que concorrem ao Grande Prêmio de Público e ao Prêmio de Melhor Animação. Além dos filmes inéditos no Brasil e das estreias mundiais, os programas especiais apresentam um amplo leque de temas, dos experimentalismos mais radicais à comédia pastelão.

Cyro Matoso na noite de abertura – desconhecido do público, o diretor, hoje com 80 anos, fez de forma independente e intuitiva uma dezena de filmes que misturam ficção científica, folclore popular e cultura pop. Cyro já confirmou presença na noite de abertura para exibir “Grazi na Terra do King Kong” (percussor da animação stop-motion no Brasil). Trazê-lo para um festival internacional é uma iniciativa de apoio ao resgate cultural deste cineasta. Hoje, considerado por acadêmicos um clássico do chamado Cinema de Bordas, Cyro pesquisa, escreve, desenha o storyboard, publica em HQ, divulga, dirige, atua e edita.

 

DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO

Inéditos no Brasil e estreias mundiais – entre os muitos inéditos desta edição estão os filmes Com Vista para o Céu, de Allan Ribeiro, com Adriana Calcanhoto no elenco (Brasil), Shanghai Immigrant Self-Portrait, de Betty Jiang (Canadá), Dimanches, de Valery Rosier (Bélgica), Hakol Zorem, de Amos Holzman (Israel), Suu et Uchikawa, de Nathanael Carton (Cingapura, França e Japão) e La Providencia, de Nadina Marquisio (Argentina).

Competição Internacional – (20 filmes de 18 países). Dentre mais de 2 mil filmes inscritos, a seleção é um recorte da produção mundial em do último ano. A competição será dividida em 4 programas e reúne filmes de todos os continentes trazendo produções de países como Cingapura, Israel, Canadá, Emirados Árabes, França, Alemanha e China. Entre os filmes, estão: Memória curta, Marwan Khneisser (Líbano) e Domingos, de Valery Rosier (Bélgica).

Competição Nacional – (20 filmes de 7 estados). Escolhidos após análise dos 647 filmes inscritos. Todos os realizadores desta competição estarão presentes no Festival para debater com o público, após a exibição dos seus filmes. Entre os filmes estão: Quando morremos a noite, de Eduardo Morotó, Passeio de família, de Maria Clara Escobar e Céu no andar de baixo, de Leonardo Cata Preta.

Panorama Especial Transições (36 filmes e 9 programas) – a seleção traz a discussão acerca dos diversos limites comuns ao homem contemporâneo, abordando diversidades sexuais, conflitos socioculturais, guerra, heranças familiares, dogmas religiosos, imigração e tabus. São filmes que de alguma forma discutem as polaridades humanas através de linguagens múltiplas e contrastantes, alguns deles com uma carreira notável em grandes festivais. Na seleção estão: Top Dog, de Anton Källrot (Suécia 2011), What to Bring to America, de Christophe Nassif (EUA 2010) e Geschwisterherzen, de Mariko Minoguchi (Alemanha 2011).

Animação (33 filmes) – esta é a primeira edição do Festival com 4 programas dedicados ao gênero. No total são 33 filmes, dos quais 24 inéditos no Rio. Destaque para: Waiting for yesterday, de Junghans Patrick (Bélgica) e para os alemãs Wachstum, de Florian Heinzen-Ziob e O homem que ainda acreditava na cegonha, de Ralf Kukula.

Panorama Internacional (20 filmes) – o melhor da produção de 2010 e 2011 de países como Bulgária, Islândia, França, Alemanha, Austrália, Hungria, Grécia e Holanda compõe os 4 programas. Na seleção: Avenue de France, de Didier Blasco (França) e Casa com Piscina, de Pedro Mendonça, Vasco Monteiro (Portugal).

Foco Portugal (26 filmes e 5 programas) – Há cinco anos o Curta Cinema convida um país a apresentar uma programação especial. Portugal terá programas carta-branca de curadores e instituições, como: Festival Indie Lisboa, Agência da Curta, Festival de Vila do Conde e Onda Curta (RTP). Destaque para os jovens realizadores Miguel Gomes e Sandro Aguilar, que representam a mais importante produtora portuguesa da atualidade: O Som e a Fúria.

Cinema de Bordas (24 filmes) – além da homenagem a Cyro Matoso, o especial traz retrospectivas dos diretores Duda Leite e Joel Caetano – dono da produtora Recurso Zero, cujo filme, “Gato”, participou de mais de 30 festivais. Ambos estarão no Curta Cinema para conversar com o público. Completam a programação filmes de Felipe M. Guerra, Petter Baiestorf e Renato Dib. O termo “cinema de bordas” se refere à vasta produção cinematográfica realizada no Brasil por produtores independentes que, apesar do baixo orçamento, sugerem uma linguagem diferente, entre as muitas já apropriadas pelo cinema. Essas produções, antes consideradas marginais e postas às bordas pelas entidades institucionais, hoje são aceitas pela academia, o que ajuda a consolidar o gênero no país.

Première Lançamentos Cariocas (6 filmes) – tradicional sessão do Curta Cinema, a mostra exibe apenas produções inéditas do Rio de Janeiro. Na seleção: Cinderela, de Magali Magistry, Os sapos, de Clara Linhart, Minha festa de aniversário, de Juliana Serfaty, Palhaços, de Andy Malafaya, Espectro, de André Weller, David Pacheco, Eduardo Coimbra, e  As heranças, de Giovani Barros.

Panorama Carioca (19 filmes) – tradicionalmente, o Rio de Janeiro é o estado que mais inscreve filmes no Festival, representando cerca de 30%. Este ano, o púbico vai escolher o melhor filme para ganhar o prêmio de R$ 5 mil, oferecido pelo Curta Cinema e a Riofilme.

Panorama Latino-americano (22 filmes de 8 países) – São 4 programas especialmente dedicados à produção de países latino-americanos. Alguns diretores estarão presentes ao Festival para conversar com o público após as sessões. Destaque para o curta uruguaio Nuestra Hospitalidad, de Joaquín Peñagaricano e Pablo Abdala.

Laboratório de projetos de curta-metragem – novos realizadores poderão aprimorar seus projetos com a ajuda de profissionais do mercado cinematográfico brasileiro: Gustavo Pizzi, Clélia Bessa e Gustavo Spolidoro vão eleger o melhor projeto entre os participantes do laboratório. Este ganhará como prêmio equipamentos e materiais para ajudar na produção do curta-metragem. O workshop será realizado na Caixa Cultural, durante os dias 31 de outubro, 1º, 2 e 3 de novembro de 2011 (das 14 às 18h).

Júri Jovem – pelo quinto ano consecutivo, o Júri Jovem é escolhido através de concurso entre estudantes do ensino médio da cidade do Rio de Janeiro. Para contribuir ainda mais com a formação destes estudantes, o Júri Jovem participa de workshop introdutório sobre o Curta-Metragem: Teoria (dia 25/10 (14h às 18h), ministrado por Hernani Heffner, diretor de conservação da Cinemateca do MAM e professor do Departamento de Áudio e Cinema da UF, e Realização (dia 26/10 (14h às 18h), ministrado por Rosane Svartman, cineasta, roteirista e diretora de TV.

Sessões Escolas no Curta Cinema – o Festival vai incentivar a participação de escolas e projetos sociais em sessões especialmente desenvolvidas para o público infanto-juvenil. Serão disponibilizados ônibus para o transporte dos alunos e professores ao Cinema Odeon.

Infantil e Jovem (28 filmes) – Seleção de filmes de diversos países que trazem diferentes técnicas e temas. As sessões têm por objetivo entreter, mas também de formar um novo público amante da sétima arte. Entre os filmes: A mula teimosa e o controle remoto, de Helio Villela. Brasil/2010.

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