Quentin Tarantino – Arquivos de um fanático por cinema
Uma trilha sonora boa, muito sangue, vontade de rir em momentos que deveriam ser inapropriados, cenas emblemáticas em preto e branco, coloridas ou em desenho e mais sangue. Você não precisa ler os créditos para saber que esse é um filme de Quentin Tarantino.
A Barba Negra – selo do grupo LeYa – publica em agosto o “Quentin Tarantino – Arquivos de um fanático por cinema”, de Paul A. Woods, o mesmo autor de “O Estranho Mundo de Tim Burton”, lançado em 2011, também pela LeYa. A obra, assim como a antecessora, esmiúça a carreira do diretor, em um almanaque que reúne fotos, entrevistas essenciais, artigos, ensaios, filmografia e textos escritos pelo próprio diretor. O livro conta ainda com três capítulos especiais para a edição brasileira, em que o tradutor Cassius Medauar, analisa suas três obras mais recentes: “Sin City”, “Bastardos Inglórios” e “À Prova de Morte”.
Antes de 1992, ninguém sabia quem era Quentin Tarantino. Mas foi só uma orelha ser cortada em uma das cenas de tortura mais inesquecíveis da história do cinema, e aliás, a sequência preferida do diretor, que o mundo passou a prestar atenção nesse nome. Dois anos depois, Uma Thurman apareceu na tela com os cabelos pretos curtos, tomando injeção de adrenalina e dançando ao lado de um John Travolta matador e cabeludo, e ninguém jamais esqueceu.
Desde Hitchcock, nenhum diretor denotava um gênero próprio apenas pelo nome. É algo muito Tarantino misturar coisas que aparentemente não se combinam. Citações bíblicas enquanto um tiro vai ser disparado, uma noiva espancada até ficar inconsciente no próprio casamento, o sex symbol Brad Pitt tirando escalpos nazistas, “Like a Virgin”, de Madonna, gerando uma empolgada discussão de significado entre um grupo de homens e por aí vai.
Se até Saddam Hussein foi encontrado com uma cópia de “Pulp Fiction” durante a Guerra do Iraque, é difícil achar alguém que resista ao charme das obras de Quentin Tarantino. Uma mistura impecável de comédia e terror, com violência e sangue ao extremo, é visível a paixão de Tarantino em cada detalhe de seus filmes. Ao final de cada um deles é até possível imaginá-lo perguntando, assim como Mr. Blonde, de “Cães de Aluguel”, questiona no final da cena preferida do diretor: “foi tão bom para você quanto foi para mim?”.
Sobre o autor: Paul A. Woods é escritor e editor de livros de cultura e cinema cult. Entre suas obras de maior sucesso estão “O Estranho Mundo de Tim Burton”, lançado no Brasil pela LeYa, e o “Weirdsville USA: The Obessive Universe of David Linch” lançado nos Estados Unidos em 1997.
Quentin Tarantino – Arquivos de um fanático por cinema
Autor: Paul A. Woods
Editora: Barba Negra/LeYa
Páginas: 384
Preço: R$44,90