Sete longas inéditos são selecionados para a Mostra Aurora de Tiradentes

Sete longas-metragens inéditos foram selecionados para a edição 2014 da Mostra Aurora, segmento competitivo da 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes. São eles: “A Vizinhança do Tigre” (MG), de Affonso Uchôa; “Aliança” (MG), de Gabriel Martins, João Toledo e Leonardo Amaral; “Bat-Guano” (PB), de Tavinho Teixeira; “Branco Sai Preto Fica” (DF), de Adirley Queirós; “O Bagre Africano de Ataleia” (MG), de Aline X e Gustavo Jardim; “Aquilo que Fazemos com as Nossas Desgraças” (PR), de Arthur Tuoto; e “A Mulher que Amou o Vento” (MG), de Ana Moravi.

Mais de 50 filmes de diretores com até três longas no currículo foram inscritos para a Mostra Aurora. A seleção confirma o caráter de descoberta e invenção já conhecido deste recorte da Mostra de Cinema de Tiradentes. Chama atenção a quantidade de produções de Minas Gerais (quatro), refletindo o alto número de filmes inscritos do Estado. Realizações do Paraná, Distrito Federal e Paraíba completam os escolhidos, reforçando a descentralização da produção. Pela primeira vez desde sua criação, em 2008, a Mostra Aurora não tem representantes de São Paulo e Rio de Janeiro, o que demonstra que a produção brasileira tem se expandido com regularidade para além dos polos mais conhecidos.

Os filmes da Mostra Aurora serão avaliados pelo Júri da Crítica, composto de profissionais do pensamento cinematográfico, e pelo Júri Jovem, formado na Oficina de Análise de Estilos Cinematográficos, ministrada por Cléber Eduardo na 7ª Mostra CineBH em outubro de 2013. Nesta 17ª edição, o Júri da Crítica será formado pelo professor da ECA-USP, Rubens Machado Jr., pelo coordenador do Curso de Cinema da Unisinos e montador Milton do Prado, pelo realizador independente e professor do curso de Cinema e Pós-Graduação em Artes da UFJF, Luis Alberto Rocha Melo, pelo cineasta, curador e coordenador do curso de Cinema da UNA, Júlio Pessoa, e pela pesquisadora de cinema e artes contemporâneas Beatriz Furtado, de Fortaleza.

Pelo segundo ano consecutivo, o escolhido como melhor filme da Mostra Aurora segundo o Júri da Crítica vai ganhar o Prêmio Itamaraty, no valor de R$ 50 mil. Além disso, o longa será agraciado com o Troféu Barroco e também com serviços e materiais cinematográficos. O título vencedor do Júri Jovem leva o Troféu Barroco e prêmios em serviços.

A palavra de ordem na Mostra Aurora 2014 parece ser a fantasia. Fantasia da invenção, do risco, do humor, da intervenção, do escracho, do mito. Com baixo orçamento e muitas ideias, os cineastas permitem que seus delírios ganhem corpos, sons e cores na tela, como é o caso do paraibano “Bat-Guano”. A  zombaria como elemento deflagrador de sentido está presente também no mineiro “Aliança”. Ainda na vinculação ao gênero, Adirley Queirós (ganhador da mostra Aurora em 2012 com “A Cidade é uma Só?”) faz em “Branco Sai Preto Fica” uma espécie de ficção científica de baixo orçamento para refletir sobre a violência e o preconceito na periferia de Ceilândia, cidade-satélite de Brasília. Por sua vez, Ana Moravi buscou no mito de Flora e Zéfiro a inspiração para “A Mulher que Amou o Vento”.

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