“Big Jato”, de Cláudio Assis, é o grande vencedor do Festival de Brasília
Por Maria do Rosário Caetano, de Brasília
Na noite desta terça-feira (23-09-15), o Festival de Brasilia do Cinema Brasileiro 2015 – edição 48 entregou os prêmios de suas três mostras competitivas (longas brasileiros, curtas brasileiros e Mostra Brasília). Não houve unanimidade. Júri Oficial, Crítica e Público tomaram caminhos diferentes.
“Big Jato”, do pernambucano Cláudio Assis (mais uma vez vaiado por parte da plateia), foi escolhido pelo júri oficial e somou cinco troféus Candango.
“Para minha Amada Morta”, do baiano-paranaense Aly Muritiba, ganhou o Prêmio da Crítica e seis troféus Candango (incluindo o de melhor diretor).
O público, que lotou o Cine Brasília em todas as oito noites do festival, elegeu a produção carioca-mineira, “A Família Dionti”. Este filme, assim como “Prova de Coragem”, de Roberto Gervitz, e “Santoro, o Homem e sua Música”, de John Howard, não ganharam nenhum prêmio do júri oficial. Mas o documentário sobre o compositor e maestro amazonense-brasiliense colecionou prêmios na Mostra Brasília, incluindo os de melhor filme e direção, e de júris paralelos (Prêmio TV Brasil e Prêmio Marco Antônio Guimarães).
No terreno do curta-metragem, também não houve unanimidade. O melhor filme escolhido pelo júri oficial foi o mineiro “Quintal”, de André Novais Oliveira. A crítica escolheu o matogrossense “A Outra Margem”, de Nathália Tereza. Já o público preferiu “Afonso é uma Brazza”, de James Gama e Naji Sidki. O Prêmio Aquisição Canal Brasil coube ao mineiro “Rapsódia para o Homem Negro”, de Gabriel Martins. O melhor curta na Mostra Brasilia foi “A Culpa é da Foto”, de André Dusek, Eraldo Peres e Joedson Alves.
Confira abaixo os premiados do festival:
FILME DE LONGA-METRAGEM – Júri Oficial
Melhor Filme de longa-metragem – R$ 100.000,00
Big Jato, de Cláudio Assis
Melhor Direção – R$ 20.000,00
Aly Muritiba, por Para Minha Amada Morta
Melhor Ator – R$ 10.000,00
Matheus Nachtergaele, por Big Jato
Melhor Atriz – R$ 10.000,00
Marcelia Cartaxo, por Big Jato
Melhor Ator Coadjuvante – R$ 5.000,00
Lourinelson Vladmir, por Para Minha Amada Morta
Melhor Atriz Coadjuvante – R$ 5.000,00
Giuly Biancato, por Para Minha Amada Morta
Melhor Roteiro – R$ 10.000,00
Hilton Lacerda e Ana Carolina Francisco, por Big Jato
Melhor Fotografia – R$ 10.000,00
Pablo Baião, por Para Minha Amada Morta
Melhor Direção de Arte – R$ 10.000,00
Monica Palazzo, por Para Minha Amada Morta
Melhor Trilha Sonora – R$ 10.000,00
DJ Dolores, por Big Jato
Melhor Som – R$ 10.000,00
Claudio Gonçalves e Flávio Bessa, por Fome
Melhor Montagem – R$ 10.000,00
João Menna Barreto, por Para Minha Amada Morta
Prêmio Especial do Júri
Jean-Claude Bernardet, por Fome
FILME DE CURTA OU MÉDIA-METRAGEM – Júri Oficial
Melhor Filme de curta ou média metragem – R$ 30.000,00
Quintal, de André Novais
Melhor Direção – R$ 10.000,00
Nathália Tereza, por A Outra Margem
Melhor Ator – R$ 5.000,00
João Campos, por Cidade Nova
Melhor Atriz – R$ 5.000,00
Maria José Novais, por Quintal
Melhor Roteiro – R$ 5.000,00
André Novais, por Quintal
Melhor Fotografia – R$ 5.000,00
Leonardo Feliciano, por À Parte do Inferno
Melhor Direção de Arte – R$ 5.000,00
Fabiola Bonofiglio, por Tarântula
Melhor Trilha Sonora – R$ 5.000,00
Sérgio Pererê, Carlos Francisco, Gabriel Martins e Pedro Santiago, por Rapsódia para o Homem Negro
Melhor Som – R$ 5.000,00
Léo Bortolin, por Command Action
Melhor Montagem – R$ 5.000,00
Pablo Ferreira, por Afonso é uma Brazza
Prêmio Especial do Júri (Pela feliz conjugação entre o trabalho de direção e atuação coletiva)
História de uma Pena, de Leonardo Mouramateus
PRÊMIOS DO JÚRI POPULAR – para os filmes escolhidos pelo público, por meio de votação em cédula própria
Melhor Filme de longa metragem – R$ 40.000,00
A Família Dionti, de Alan Minas
Melhor Filme de curta ou média-metragem – R$ 10.000,00
Afonso e uma Brazza, de Naji Sidki e James Gama
PRÊMIOS – TROFÉU CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – JÚRI OFICIAL
Melhor Longa-Metragem – R$ 80.000,00
Santoro – o Homem e sua Música, de John Howard Szerman
Melhor Curta-Metragem – R$ 30.000,00
A Culpa é da Foto, de Eraldo Peres, André Dusek e Joedson Alves
Melhor Direção – R$ 6.000,00
John Howard Szerman, por Santoro – o Homem e sua Música
Melhor Ator – R$ 6.000,00
Davi Galdeano, por O Outro Lado do Paraíso
Melhor Atriz – R$ 6.000,00
Simone Iliescu, por O Outro Lado do Paraíso
Melhor Roteiro– R$ 6.000,00
Marcelo Müller, Ricardo Tiezzi, José Rezende Jr. e André Ristum, por O Outro Lado do Paraíso
Melhor Fotografia – R$ 6.000,00
Lelo Santos, por O Escuro do Medo
Melhor Montagem – R$ 6.000,00
Armando Bulcão, por Alma Palavra Alma
Melhor Direção de Arte – R$ 6.000,00
Beto Grimaldi, por O Outro Lado do Paraíso
Melhor Edição de Som– R$ 6.000,00
Alessandro Laroca, Armando Torres Jr. e Eduardo Virmond, por O Outro Lado do Paraíso
Melhor Captação de Som– R$ 6.000,00
Toninho Muricy, por O Outro Lado do Paraíso
Melhor Trilha Sonora– R$ 6.000,00
Alessandro Santoro, porde Santoro – O Homem e sua Música
TROFÉU CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – JÚRI POPULAR
Melhor filme de longa metragem: R$ 20.000,00
O Outro Lado do Paraíso, de André Ristum
Melhor filme de curta metragem: R$ 10.000,00
Ninguém Nasce no Paraíso (Matriz Proibida), de Alan Schvarberg
Prêmio ABCV – Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo
Conferido pela ABCV – Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo a profissional do audiovisual do Distrito Federal
Homenagem ao ator Gê Martu
Prêmio Canal Brasil
Cessão de um Prêmio de Aquisição no valor de R$ 15 mil e o troféu Canal Brasil, ao Melhor filme de curta metragem selecionado pelo júri Canal Brasil.
Filme: Rapsódia para o Homem Negro, de Gabriel Martins
Prêmio exibição TV Brasil
O título premiado integrará a programação da emissora.
Melhor filme de longa metragem – R$ 50 mil
Filme: Santoro – o Homem e sua Música, de John Howard Szerman
Prêmio Marco Antônio Guimarães
Conferido pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro para o filme que destaca o uso de material de arquivo e de pesquisa cinematográfica.
Filme: Santoro – o Homem e sua Música, de John Howard Szerman
Prêmio ABRACCINE – O Prêmio da Crítica
Por fazer o retrato sensível de uma solidão usando a música como condutor narrativo dos sentimentos, humanizando um personagem a princípio duro e impenetrável, o Júri Abraccine concede o Prêmio da Crítica de melhor curta-metragem a
A Outra Margem, de Nathália Tereza
Por construir através de imagens potentes o ressentimento e a obsessao de seu protagonista e pela construcao de uma crescente tensao dentro de cada plano do filme, o Júri Abraccine concede o Prêmio da Crítica de melhor longa-metragem a
Para Minha Amada Morta, de Aly Muritiba.
Prêmio Saruê – (20º Prêmio Saruê) – Confeccionado pelo artista Francisco Galeno e definido, em votação, pelos integrantes do jornal Correio Braziliense, o troféu é dedicado ao melhor momento do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Entre fissuras de uma seleção de filmes, inicialmente impecável, e vaias questionáveis, mas bem-vindas – enquanto manifestação; o Festival, aos 50 anos, perpetua o viés político. E é no templo, ou melhor, na Igreja – como identificou Walter Carvalho, ao falar do Cine Brasília — que nós, da equipe do Correio, celebramos a existência da diversidade. Independente de méritos artísticos, um discurso potente e qualificado conquistou os ouvidos dos espectadores de Copyleft. Pelo conteúdo embasado e tocante, RODRIGO CARNEIRO, seu discurso merece o Saruê.
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