Mostra exibe filmes produzidos em diferentes países nórdicos

Os Países Nórdicos configuram uma das mais talentosas e férteis regiões de produção cinematográfica da Europa. Dinamarca, Noruega, Suécia e Finlândia produzem uma cinematografia efervescente, marcada pelo exercício de gêneros e que já deu ao mundo o cinema de grandes mestres, como Ingmar Bergman, Lars Von Trier, Thomas Vinterberg, Susanne Bier e Aki Kaurismaki. A região é também fundadora do movimento Dogma 95, responsável por provocar uma verdadeira guinada na forma de fazer e ver cinema em finais do século XX. Agora, a recente produção cinematográfica destes países poderá ser vista na Mostra de Cinema Nórdico, que acontece de 23 de novembro a 5 de dezembro, no Cinema do CCBB DF, em Brasília. Logo na abertura, a exibição do impressionante documentário Corações Valentes, de Karri Anne Moe.

A mostra vai exibir 14 filmes, entre documentários e ficções, dramas e comédias recentes, produzidos nos diferentes países, de 2011 para cá – exceção para Helsinque, para Sempre, de 2008, que apresenta o trabalho do premiado diretor Peter von Bagh, falecido em 2014. As sessões serão às 18h30 e 20h30, nos dias úteis, e também às 16h30, aos sábados e domingos.

Ao longo de duas semanas, será possível assistir a títulos produzidos na Finlândia, Suécia, Dinamarca e Noruega, como O Porto, do finlandês Aki Kaurismaki, sobre um tema pungente da Europa hoje, a imigração. Indicado à Palma de Ouro, o filme, de 2011, recebeu o prêmio FIPRESCI em Cannes. Também Noroeste, ficção dinamarquesa assinada por Michael Noer, ambientada no submundo das drogas e da prostituição no bairro Nordvest, um dos mais pobres de Copenhague, vencedor de festivais como Taipei e prêmios como o FIPRESCI (o prêmio da crítica) de Gotemburgo. E ainda um título que leva o carimbo da cineasta Susanne Bier, detentora de um Oscar e um Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, por Hævnen (Em um Mundo Melhor), de 2010. Da grande realizadora, a mostra exibe O Amante da Rainha, filme de época, cuidadosamente ambientado, que apresenta um dos grandes episódios da história real da Dinamarca e aborda a entrada do Iluminismo na Europa.

Ainda na programação, Histórias de Estocolmo, de 2014, primeiro longa-metragem dirigido pela diretora de arte Karin Fahlén, conhecida do público brasileiro por assinar a maquiagem de títulos como Raízes do Mal Dogma do Amor (ambos de 2003). Em Histórias de Estocolmo, ela entrelaça, com muito humor, a história de cinco pessoas em dias chuvosos de novembro. O filme rendeu à atriz Julia Ragnarsson o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Estocolmo.

Do grande Peter von Bagh, a mostra vai contemplar Helsinque, para Sempre, de 2008, em que o diretor apresenta material filmado da capital finlandesa, ao longo de vários anos, e editado sem seguir uma lógica cronológica, apenas emocional. Aclamado como um dos maiores realizadores de seu país, tendo atuado como júri do Festival de Cannes, Peter von Bagh tem sido homenageado mundo afora, com retrospectivas sobre seu cinema, como as realizadas em Rotterdam e Buenos Aires. Detalhe: o próprio cineasta pode ser visto neste filme.

O filme que abre a mostra, Corações Valentes, de 2012, recupera para a história o massacre da ilha de Utoya, na Noruega, quando um atirador neonazista atacou durante uma hora um acampamento de verão da ala juvenil do Partido Trabalhista, matando 69 jovens, com idade entre 15 e 17 anos. Na verdade, o filme de Karri Anne Moe se propunha a acompanhar a vida de quatro jovens engajados em movimentos políticos, quando foi “atropelado” pela tragédia da ilha de Utoya.

Também dirigidos por mulheres, a mostra apresentará Eu Sou sua, de 2013, primeiro filme de Iram Haq, indicado ao Oscar pela Noruega e premiado como melhor filme do Festival Nordic Film Days; e Hotel, de 2013, direção da sueca Lisa Langseth, que venceu o Guldbagge Awards (o Escaravelho de Ouro), entregue anualmente pelo Instituto Sueco de Cinema.

A programação inclui ainda Não Chore por Mim, de 2013, assinado pelos realizadores suecos Måns Mårlind e Björn Stein, eleito melhor filme do ano pelo MovieZine da Suécia (movimento de críticos de cinema); Mergulho Profundo, de 2013, de Erik Skjoldbjærg, escolhido melhor filme do Festival de Chicago; O Centenário que Saiu pela Janela e Desapareceu, de 2013, assinado por Felix Herngren e baseado no best-seller de Jonas Jonasson, traduzido para 33 idiomas; A Hora do Lince, de 2013, direção do dinamarquês Søren Kragh-Hacobsen, um drama que mescla filosofia e religiosidade, protagonizado pela grande atriz Sofie Grabol (internacionalmente conhecida como a detetive Sarah Lund, do seriado The Killing – História de um Assassinato);  Parentes São Eternos, produção norueguesa de 2013, assinada por Frode Fimland, documentário vencedor do Festival de Montana, nos Estados Unidos; e O Guardião das Causas Perdidas (2013), de Mikkel Nørgaard, baseado nos livros escritos pelo premiado escritor dinamarquês Jussi Adler-Olsen, com performance desconcertante da atriz Sonja Richter e uma fotografia esplêndida.

A programação da mostra está disponível no link http://culturabancodobrasil.com.br/portal/mostra-de-cinema-nordico.

 

Mostra de Cinema Nórdico
Data: de 23 de novembro a 5 de dezembro
Local: Cinema do CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil – SCES, Trecho 02, lote 22 – Brasília/DF – (61) 3108-7630
Entrada Franca (mediante a retirada de senhas na bilheteria do CCBB)

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