Mostra em homenagem à Ennio Morricone
Nascido em Roma, filho de trompetista, Morricone desde muito cedo demonstrou o desejo e o talento para seguir a carreira do pai. Aos seis anos, já tocava trompete e compunha suas primeiras partituras. Entre 1943 e 1954, estudou no Conservatório Santa Cecilia, na capital italiana, sob a supervisão do maestro Goffredo Petrassi, e tocava com o pai nos clubes de jazz da cidade. Fã de Stravinsky e sua relação com o folclore russo e das canções românticas de Stockhausen, Morricone passou a trabalhar como arranjador para o canal de TV RAI, no final dos anos 50. Ao longo das décadas de 50 e 60, fez o arranjo de centenas de músicas. Nelas, já era possível identificar seu gosto, marcante em seu trabalho no cinema, pela música concreta, pela incorporação de ruídos e sons do dia a dia como parte integrante da composição musical.
Em 1961, Luciano Salce o convidou para fazer a trilha de seu filme, Il Federale. Embora não fosse uma pessoa que frequentava o agitado mundo dos cineastas e produtores italianos, os convites foram se tornando cada vez mais frequentes. Em 1964, Morricone reencontraria aquele que seria seu parceiro mais famoso, Sergio Leone. Nascia ali trilogia dos dólares. De lá pra cá, são mais de 500 composições para o cinema.
Seu trabalho se confunde com a história do cinema mundial, com arranjos que ganharam fama nos aclamados filmes de faroeste italiano Spaghetti western, passando por longas policiais, dramas românticos, filmes de terror, de máfia e de época. No ano em que Morricone completa 90 anos, o Centro Cultural Banco do Brasil presta uma homenagem ao maestro e compositor com uma mostra dedicada ao seu trabalho. Sonora: Ennio Morricone exibirá 22 filmes de gêneros e diretores diferentes, mas com algo em comum: a trilha marcante do maestro.
Com curadoria de Rafael Bezerra, a mostra fica em cartaz em São Paulo de 24 de janeiro até 19 de fevereiro. Ao longo do mês, o público poderá conferir filmes de alguns dos mais aclamados diretores, como Terrence Malick, Quentin Tarantino, Brian de Palma, Pedro Almodóvar, Sergio Leone e Bernardo Bertolucci, entre outros. A mostra também terá debate especial no dia 15 de fevereiro com Rafael Bezerra (curador), Filipe Furtado (palestrante) e Vivian Aguiar-Buff (palestrante), após a exibição em 35 mm do filme O Deserto dos Tártaros. Além disso, a mostra contará ainda com uma sessão inclusiva com audiodescrição e intérprete de libras do filme Por um Punhado de Dólares, no dia 19.
A programação conta com filmes desde a década de 60, que deram notoridade ao compositor, como os longas de bang bang italiano de Sergio Leone (Por um Punhado de Dólares e Por um Punhado de Dólares a Mais ), até filmes mais recentes, como Os Oito Odiados (2016), de Quentin Tarantino, que rendeu a Morricone o Oscar de Melhor Trilha Original.
Após estreiar em São Paulo, a mostra parte para o CCBB Brasília, onde acontecerá de 30 de janeiro até 25 de fevereiro.
A programação da mostra, com a relação completa dos filmes que serão exibidos, pode ser conferida no site www.bb.com.br/cultura.
Mostra Sonora: Ennio Morricone
Data: de 24 de janeiro a 19 de fevereiro
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo – Rua Álvares Penteado, 112 – Centro
Cinema: 70 lugares
Todos os ingressos: R$ 5,00 (meia entrada)