Para Ter Onde Ir
Três mulheres, com diferentes visões sobre a vida e o amor, seguem juntas em uma viagem, partindo de um cenário urbano para outro onde a natureza bruta prevalece. Assim é o mote inicial de “Para Ter Onde Ir”, primeiro longa de ficção da carreira da premiada diretora paraense Jorane Castro, que estreia dia 10 de maio, no Rio de Janeiro, Niterói, Belém, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, Palmas e Goiânia, e em São Paulo, dia 17 de maio, com distribuição da O2 Play.
O elenco do filme é estrelado pela experiente atriz, bailarina e cantora Lorena Lobato (“O Cheiro do Ralo”, de Heitor Dhalia, e “Exilados do Vulcão”, de Paula Gaitán). Lorena encarna Eva, uma mulher prática, responsável por orientar os navios de grande porte a atracar, na barra de Belém do Pará. Na pele de Keithylennye, ex-dançarina de tecnomelody e moradora da comunidade da Vila da Barca, em Belém, está a cantora do grupo Gang do Eletro, Keila Gentil. A atriz Ane Oliveira assume o papel da idealista Melina.
Rodado entre abril e maio de 2015, em Belém e em parte da Amazônia Atlântica, mais especificamente no município de Salinópolis, no Pará, o filme é esteticamente influenciado pela tradição da fotografia paraense, em especial os trabalhos de Miguel Chikaoka e Luiz Braga. A fotografia do longa é assinada pelo recifense Beto Martins, o mesmo de “A História da Eternidade”, do pernambucano Camilo Cavalcante.
Seguindo o fluxo das personagens com seus afetos, sentimentos e memórias, “Para Ter Onde Ir” tem narrativa costurada pela trilha musical, uma espécie de “radiola” jukebox. Junto a antigas pérolas do cancioneiro brega paraense (“Amor, amor”, sucesso na voz do cantor Magno, e “Fim de Festa”, escrita pelo guitarrista Manoel Cordeiro, que trabalhou com Beto Barbosa e Alípio Martins, entre outros), a seleção de músicas conta ainda com participações de Lia Sophia, Felipe Cordeiro, além de faixas originais. A trilha sonora original está disponível em todas as plataformas digitais (Spotify, Deezer, iTunes, Youtube).
A música cantada por Keithylennye na aparelhagem foi uma colaboração de Marcos Maderito e DJ Waldo Squash, da Gang do Eletro. A supervisão musical do filme é assinada por Marcel Arêde, produtor da nova cena musical paraense. O som direto é de Márcio Câmara (“Cinema Aspirina e Urubus”, de Marcelo Gomes, e “Peões”, de Eduardo Coutinho, entre outros) e o desenho de som ficou a cargo de Edson Secco (dos longas “Vaticano”, de Walter Salles, e “Transeunte”, de Eryk Rocha).
Na direção de arte, concebida pelo paraense Rui Santa-Helena – que também fez “Ribeirinhos do Asfalto”, filme de Jorane Castro premiado com a melhor direção de arte no 39º Festival de Gramado –, aspectos precários de uma região Norte imersa em uma sociedade de consumo desenfreado ganham ênfase em tomadas específicas.
As filmagens mobilizaram uma equipe em torno de 60 pessoas. O paraense radicado em Recife, Ofir Figueiredo, sócio da Rec Produtores Associados, é o produtor executivo do filme.
Produzido pela Cabocla Filmes, de Belém, em coprodução com a REC Produtores Associados, do Recife, “Para Ter Onde Ir” conta com incentivo do edital de Longa-Metragem de Baixo Orçamento (Longa BO), da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MinC), e do Governo do Pará/Secretaria de Turismo. O valor total captado para o filme foi da ordem de R$ 1,35 milhão.