As Cores da Serpente
O desafiador processo artístico de jovens grafiteiros em Angola, com a preocupação de fazer um registro que traduzisse o significado de colorir os Murais da Leba, uma estrada histórica com cerca de 20 quilômetros, na sinuosa Serra da Leba, no país africano, é a essência do documentário As Cores da Serpente, do diretor brasileiro Juca Badaró, que será lançado nacionalmente nesta quinta-feira, 21 de março, Dia Internacional Contra Discriminação Racial, com distribuição da Salvador Filmes.
O filme, produzido pela Domínio Público, também entrará em exibição em São Paulo (SP), com a presença de diretores e artistas na estreia, em Brasília (DF), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). Diretores e artistas também participarão das estreias no Rio de Janeiro (RJ), em 28 de março, e em Salvador (BA), em 4 de abril.
Como parte do lançamento, artistas da Angola e do Brasil presentearam a cidade de São Paulo com um novo grafite na Rua Augusta, 631, região central da cidade.
O artista angolano Rafa Invencible pintou a Rainha Nzinga, símbolo da resistência ao tráfico de escravos e à exploração de minérios na África pelos portugueses. O grafiteiro brasileiro Diego Mouro homenageou as mães de santo, figura ícone da religiosidade afro-brasileira. Outro artista brasileiro, Zéh Palito, retratou uma onça. Outros símbolos dos dois países também estão presentes no mural.
As Cores da Serpente é um documentário poético que procura registrar de maneira afetiva a motivação dos artistas que compõe o Coletivo Murais da Leba. O desafio do grupo é realizar a maior intervenção de grafite do continente africano nos paredões que serpenteiam a Serra da Leba, estrada que se encontra entre as províncias da Huíla e do Namibe, em Angola.