Festival Primeiro Plano oferece mais de 100 vagas gratuitas para oficinas temáticas

O Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades, que celebra sua vigésima edição entre os dias 6 e 11 de dezembro, está com as inscrições abertas para as oficinas temáticas. Estudantes e profissionais de cinema e áreas afins de Juiz de Fora e Zona da Mata, bem como participantes com filmes selecionados para esta edição do festival, poderão acompanhar os treinamentos com profissionais.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site primeiroplano.art.br até o dia 3 de dezembro. A exceção está na oficina de Giovanni Francischelli, cujas inscrições vão até 26 de novembro. Como há limitação do número de vagas para cada oficina, a organização poderá selecionar os participantes, usando como critério o ramo de atividade e a afinidade com o tema escolhido.

As oficinas acontecem antes mesmo do início do festival, a partir do dia 30 de novembro, por meio de três temas integrados relacionados a materiais de arquivos, que poderão ser acompanhados pelos participantes de forma isolada ou conjunta.

Ainda em razão da pandemia, a organização do Grupo Luzes da Cidade, que promove o Primeiro Plano, decidiu manter os cursos e as oficinas na modalidade on-line. O mesmo deverá ocorrer com a exibição dos curtas que disputam o festival. Já alguns longas deverão ser exibidos em salas de cinemas de Juiz de Fora, mas esta possibilidade ainda está em negociação.

Confira abaixo as informações sobre as oficinas:

OFICINAS INTEGRADAS

São três oficinas que irão abordar os diferentes processos na produção e na finalização de filmes de arquivo. Podem ser integralizadas pelos interessados ou feitas individualmente.

As oficinas são destinadas para qualquer pessoa interessada em cinema e audiovisual, documentário e especialmente estudantes e pessoas recém-formadas ou matriculadas em cursos técnicos ou superiores de cinema, comunicação, jornalismo, audiovisual, publicidade etc.

Recomenda-se que os participantes já tenham um acervo pré-selecionado de imagens e/ou a definição de temas a serem trabalhados durante o curso. Podem ser utilizados tanto acervos pessoais ou de família, como imagens coletadas da internet.

Oficina integrada 1: Produção de filmes com material de arquivo

Com Giovanni Francischelli
Data: De 30 de novembro a 3 de dezembro, das 13h às 16h
Vagas: 20

A proposta da oficina é a elaboração de um filme de até 3 minutos a partir de material de arquivo (imagem e sons) coletadas pelos participantes em acervos públicos, privados ou pessoais. Os participantes podem propor tanto um curta temático (ficção, animação, documental) quanto um filme “experimental”. O objetivo é que se exercite o olhar acurado para o material de arquivo, bem como a manipulação, modificação e montagem deste conteúdo a fim de extrair novos sentidos narrativos de materiais pré-existentes. Ao final do curso, alguns filmes serão selecionados para participar de uma oficina de tratamento de imagem e uma oficina de tratamento de som, que devem incrementar a proposta estética e sonora dos curtas selecionados.

Pré-requisitos: É necessário que os participantes tenham acesso a um computador ou dispositivo (tablet, celular) equipado com software de edição de qualquer tipo, mas que permita a manipulação das imagens e o desenvolvimento do exercício prático proposto.

Giovanni Francischelli é formado em Midialogia pela Unicamp e com mestrado em Comunicação pela USP. É sócio-fundador da Doctela e produtor dos documentários “Lampião da Esquina” (2016);  “A Plebe é Rude” (2015) e do curta “Quem Matou Eloá?” (2015), entre outros filmes para cinema, televisão e novas mídias. Foi selecionado para diversos festivais e esteve em eventos de mercado como DocSP, Doc Guadalajara, Puerto FICG Lab e Brasil CineMundi (CineBH. Foi diretor dos webdocumentários “WebdocGraffiti” (2012)  e “Se Eu Demorar uns Meses” (2013).

Oficina integrada 2: Color Grading em filme com material de arquivo

Com Glauco Guigon – Yellow Bunker
Data: de 7 a 10 de dezembro, das 14h30 às 17h30
Vagas: 20

A Correção de Cor é hoje um processo essencial da fotografia de qualquer peça audiovisual. É nela em que a estética de um filme é definida, e a fotografia é manipulada de diversas maneiras a fim de se atingir o “look” ideal.

A oficina de color grading acontecerá em quatro encontros e será dividida em duas partes. Na parte teórica será abordada a teoria de cor, percepção, além de uma análise de diversos looks utilizados no mercado. Na parte prática os alunos serão apresentados às ferramentas básicas do software DaVinci Resolve, da Blackmagic, e terão como tarefa final fazer a colorimetria de um curta todo produzido com imagens de arquivo realizado na oficina “Produção de filmes com material de arquivo” do Festival Primeiro Plano 2021

Material necessário: Computador com o software de color grading DaVinci Resolve (podendo ser a versão de avaliação).

Glauco Guigon é colorista há treze anos. Formado em Cinema e Audiovisual pela UFF, se formou colorista na extinta Labocine do Brasil. Além de cursos pela International Colorist Academy, também é fotógrafo. Em 2013 abriu a Yellow Bunker, sua própria finalizadora, onde trabalha para diversas produções para o cinema, televisão, música e publicidade.

Oficina integrada 3: Desenho de som para filmes de arquivo

Com Thiago de Castro Sobral
Data: de 7 a 10 de dezembro, das 10h às 13h
Vagas: 20

A oficina tem o objetivo trabalhar as potencialidades criativas do som nos filmes de arquivo. Explorar as possibilidades narrativas do som e suas camadas,além de desenvolver os primeiros passos em edição de som e a restauração do material sonoro de arquivo. Iniciação ao software Adobe Audition para edição de som.

Durante os encontros, serão abordados os conceitos básicos da edição de som e sua construção em camadas, além da elaboração do conceito e do mapa sonoro.

Material necessário: Computador com o software de edição de som Audition da Adobe (podendo ser a versão de avaliação).

Thiago Sobral atua profissionalmente como técnico de som, editor de som, compositor de trilhas sonoras e mixador. É formado em cinema pela UFF. Foi premiado com o melhor desenho de som no Festival de Cinema do Vale de Ivinhema com o longa Torquato Neto: Todas as Horas do Fim (2017), de Eduardo Ades e Marcus Fernando. Com Yorimatã (2016), de Rafael Saar, recebeu o Prémio Delart pelo festival CineMúsica e também o de melhor documentário pelo In-Edit Brasil – 7º Festival Internacional do Documentário Musical. Crônicas da Demolição (2015), de Eduardo Ades, recebeu o prêmio de Melhor Edição de Imagem e Som pelo 15º Festival RECINE. Dentre outros projetos, se destacam: Claun, de Felipe Bragança, selecionado para o InternationalFilm Festival Rotterdam 2013 e Duelo Antes da Noite, de Alice Furtado, selecionado para o Festival de Cannes 2011. Trabalhou também pela Rob Filmes, estúdio de finalização de áudio para cinema, onde participou da restauração de dois longas metragens da Cinédia: Rico Ri à Toa, de Roberto Farias, e Estou Aí, de Cajado Filho.

OFICINA DE FICÇÃO SERIADA

Com Alice Marcone
Data: 9, 10 e 11 de dezembro, das 14h às 18h
Vagas: 28

Durante os três encontros, as aulas serão divididas em 2h de apresentação teórica, 1h30 de atividade prática, 30min de compartilhamento e discussão geral após a atividade. As atividades serão feitas em grupo.

Apresentar e colocar em prática conceitos fundamentais para o desenvolvimento de uma série.

No primeiro encontro serão apresentados os conceitos de premissa, logline, tema, universo, gênero, tom. Depois da apresentação teórica sobre esses conceitos, os alunos, divididos em grupos de 4 pessoas, deverão desenvolver diferentes ideias de séries, usando os conceitos apresentados e partindo de uma mesma história como inspiração (extraída de alguma notícia de jornal).

Partindo de conceitos fundamentais para a construção da personagem, no segundo encontro os alunos, divididos nos mesmos grupos da aula anterior, irão desenvolver as fichas das personagens de suas séries.

Finalmente, no terceiro encontro, depois da apresentação de diferentes designs narrativos, os alunos, ainda nos mesmos grupos das aulas anteriores, devem desenvolver o beat-sheet da primeira temporada de sua série.

Alice Marcone é roteirista, atriz e cantora-compositora. Roteirizou as séries “De Volta aos 15” da Netflix, “Noturnos” do Canal Brasil, “Manhãs de Setembro” da Amazon Prime Video, foi colaboradora de roteiro de “Todxs Nós” da HBO e apresentou e roteirizou o reality show “Born to Fashion”, do E! Entertainment. É professora da Roteiraria e foi consultora em duas edições do CabíriaLab “Série de Ficção”. Foi vencedora da categoria “Roteirista do Ano” do 5º Prêmio Abra de Roteiro. É atriz protagonista dos curta-metragens “Bonde”, dirigido por Asaph Lucas, exibido no Festival Internacional de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand e vencedor de vários prêmios no Brasil; e “Chão de Fábrica”, dirigido por Nina Kopko e vencedor da Menção Honrosa na Mostra Competitiva do Festival Olhar de Cinema e exibido na Mostra Competitiva no Festival de Brasília. É atriz na série “De Volta aos 15” da Netflix. Como cantora-compositora, lançou “Pistoleira” e “Noite Quente“ e compôs trilha sonora original da série “Toda Forma de Amor” para o Canal Brasil. Gradou-se em Psicologia na USP.

OFICINA “FAZENDO CINEMA COM O MÍNIMO”

Com Rodrigo Carneiro e Gustavo Vinagre
Data: de 7 a 10 de dezembro, das 14h às 17h
Vagas:20

Na oficina, Rodrigo e Gustavo apresentarão suas experiências em fazer cinema com pouco recurso, mas com resultados positivos de crítica e público em festivais. Eles irão discutir as questões que tangem desde a escolha dos personagens até a construção de uma linguagem única e criativa, mas que seja apropriada para o tamanho da produção. A ideia é justamente transformar as limitações em potencialidades de criação para o filme.

Os encontros serão divididos assim:

  • Com base no longa documentário “Lembro mais dos corvos” –  Como produzir sem recursos. Como transformar nossas limitações em potencialidades;
  • Com base no longa documentário “A rosa azul de Novalis” – Como encontrar um personagem. Como encontrar uma linguagem;
  • Com base no longa documentário “Vil,má” – Repetição em documentário . Expectativas dos personagens x expectativas do filme;
  • A partir do longa de ficção “Desaprender a dormir” – É necessário dinheiro para fazer ficção? . Como chegar aos festivais.

Rodrigo Carneiro e Gustavo Vinagre sãosócios da produtora Carneiro Verde Filmes, que produziu 5 longas, sendo 4 deles sem recursos de editais. Rodrigo é licenciado em história pela Universidade Federal de Ouro Preto. Se formou em montagem no curso regular da Escuela Internacional de Cine y Televisión de Cuba – EICTV. Foi pesquisador convidado do departamento de cinema da Facultyof Fine Arts da Universidade de Concordia – Montreal. Editou diversos curtas e médias metragens premiados em vários festivais nacionais e internacionais.. Rodrigo é professor de montagem e trabalhou como produtor e produtor executivo durante 4 anos na Unidade Técnica do Prodav das Tvs Públicas – ANCINE. Dirigiu o longa-metragem “A rosa azul de Novalis”, selecionado a Berlinale.

Gustavo é formado em Letras na USP e em cinema, especializado em roteiro, na EICTV (Cuba). Escreveu e dirigiu 14 curtas-metragens e 6 longas, que acumulam mais de 100 prêmios nacionais e internacionais, e que já foram, em duas ocasiões, pauta da revista francesa Cahiers duCinéma. Dirigiu os longas, “Lembro mais dos corvos” (Melhor Filme no Cinema dureel), “A Rosa azul de Novalis” (Festival de Berlim 2019), “Vil, má” (festival de Berlim 2020), “Deus tem aids” (Melhor Filme no Queer Porto; IDFA). Atualmente, finaliza o longa de ficção “Três tigres tristes”.

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