“Xingu à Margem”, “Quatro Meninas” e a poesia da “Dança dos Vagalumes” se somam a “Faísca” e “Dona Laudelina” na disputa pelos troféus Candango

Foto: “Xingu à Margem”, de Wallace Nogueira e Arlete Juruna

Por Maria do Rosário Caetano, de Brasília (DF)

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro teve sua politizada “noite de filmes de temática social”, com a exibição do longa documental baiano “Xingu à Margem”, de Wallace Nogueira e Arlete Juruna, e do curta “Dança dos Vagalumes”, de Maikon Nery.

Teve, também, sua “noite afro-indígena brasileira”, com o longa carioca “Quatro Meninas”, de Karen Suzane, e os curtas “Faísca”, da cearense Bárbara Matias Kariri, e “Laudelina e a Felicidade Guerreira”, da carioca Milena Manfredini.

A surpresa da segunda noite da competição pelos troféus Candango veio do Paraná — “Dança dos Vagalumes”. Maikon Nery e seu produtor Diogo Blanco subiram ao palco do Cine Brasília e, depois de apresentar o filme, ambientado em assentamento da região de Londrina, desfraldaram a bandeira do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra). E motivaram um pequeno coro de vozes, vindo da plateia, com palavras de ordem em defesa do direito à terra.

O público, que lotava o cinema, pensou, claro, que assistiria a um filme político-social, daqueles bem enganjados. Qual não foi a supresa! Nery construiu sua narrativa ancorado na poesia. Joana, a protagonista, é uma professora que retorna a um assentamento do MST, onde vivera sua infância, para exercer seu ofício. Ela evocará, com delicadeza (e também com lembranças tristes) seus tempos de criança. Memórias  indeléveis. Inclusive da luz dos vagalumes, metáfora maior do filme. Como esquecer o inseto iluminador, capaz de romper o breu das desconfortáveis noites do assentamento?

Numa das mais belas cenas do filme, Joana ministra aula de arte para as crianças do acampamento. Fala das cores primárias e das que delas derivam. Ela mostra reproduções de quadros do pintor naïf colombiano Noé León (1907-1978) e pede aos alunos que digam o que vêem nelas. Um dos garotos cria curiosa fabulação, somando a realidade de sua vida cotidiana e sua fértil imaginação. Acaba encantando os colegas e o público.

No debate do filme, Maikon contou que vem das artes gráficas e do design. Em sua passagem para o cinema, preservou a crença de que “é possível fazer arte de combate fincado na poesia”. Que ele define como “a fratura da linguagem”.

O cineasta defendeu “o direito à terra e à educação para todos”, tendo “a imaginação como uma forma do fazer político”. Daí “o uso de planos longos, mais contemplativos” criados para expandir “a luta dos movimentos sociais no Brasil, na América Latina e no mundo”.

Na realização de seu seu curta (quase média-metragem), Maikon contou com a cumplicidade dos assentados, que entenderam o projeto e ajudaram no que puderam. Inclusive participando como atores do filme. Mas Joana é interpretada por atriz profissional, Amanda Abranches. Mesmo caso de seu pai, o Sr. Dimas (por Pedro José), e de Joana menina (a infante Karoliny da Cruz Cardoso).

O realizador misturou, no seu curta ficcional, cenas de animação, fotografias e trechos documentais, estes vindos da produção cinematográfica de Berenice Mendes (“A Classe Roceira”, 1983).

“Berenice realizou importante trabalho em assentamentos, que resultou em outro filme ‘MST, uma Luta de Todos’. Numa conversa, numa Kombi, alguém me indicou o trabalho de Berenice. Fui procurá-la e ela foi muito solícita. O uso das imagens de ‘A Classe Roceira’ ajudaram na temporalidade do filme, pois vemos Joana adulta, quando ela regressa ao assentamento como professora, e suas lembranças da infância”.

O cineasta, aliás, fez questão de registrar que “um assentamento do MST nasce com os barracos que abrigarão os assentados e com uma escola”, pois “a educação é prioridade absoluta”.

“Dança dos Vagalumes”, de Maikon Nery

O debate do longa “Xingu à Margem” reuniu Wallace Nogueira e sua protagonista, a ribeirinha Raimunda Gomes da Silva, alma do filme. O cineasta, que foi professor de Arlete Félix Juruna nas oficinas do projeto Vídeo nas Aldeias, já havia feito um curta-metragem ambientado no território xinguano, “A Última Volta do Xingu”. Decidiu, em parceria com Arlete, discutir as consequências da construção da Hidrelétrica de Belo Monte na vida das populações indígenas, por entender — como Dona Raimunda — que “o Rio Xingu não obedece leis, ele vem restaurando e ressuscitando espíritos contra todo o mal a quem o fez”.

A dupla de diretores procurou lideranças indígenas em busca de testemunhos do que se passava na região, mas não contou com a receptividade esperada. A própria Arlete, da nação Juruna, acabou apartada dos irmãos, que discordaram das posturas críticas por ela adotadas frente à megahidrelétrica. Enquanto isso, “a violência se multiplicava, pois “aos indígenas foram prometidos mundos e fundos”. O dinheiro foi entregue, mas as consequências não puderam ser evitadas. “Hoje há aldeias em que as águas do rio baixaram (ou esquentaram) de tal forma, que não há mais peixes para a pesca, atividade essencial aos indígenas”. Agora — constata Wallace — “muitos deles comem carne bovina de terceira e até enlatados”.

O documentarista disse, no debate do filme, que “caciques, que receberam R$500 mil de indenização, conseguiram convencer seu povo de que a Hidrelétrica de Belo Monte era legal”. Ribeirinhos, que foram desterrados, “descobririam depois que a indenização de uns fora cinco ou dez vezes maior que a de outros”. Uma mulher, a ribeirinha Raimunda, teria coragem de botar a boca no trombone. Por isso, tornara-se personagem de um dos capítulos do livro “Banzeiro Òkòtó – Uma Viagem à Amazônia Centro do Mundo”, de Eliane Brum.

Wallace percebeu que ali estava a pessoa que poderia ser a alma de seu filme. Afinal, Raimunda tivera coragem de registrar queixa na Polícia Federal contra as perdas e desmandos que enfrentara. Líder comunitária, ela enfrentou a Norte Energia, que erguera a Hidrelétrica de Belo Monte junto com a Eletrobras. A empresa fez “campanha para desacreditá-la juntos aos ribeirinhos”, mas “ela não se dobrou”. E seguiu seu caminho, “protestando e afirmando que a promessa de construir casas para todos os desalojados era uma mentira”.

Carismática e dona de discurso articulado e de sabor peculiar (“Belo Monte me ‘avessou’ — a virou do avesso), a ribeirinha se impôs. Ela está nos melhores momentos do filme, que, ao longo de 97 minutos, mostrará as consequências da construção da imensa barragem: “muitas casas foram destruídas e modos de vida e de sustentação interrompidos”. E — fez questão de lembrar o cineasta — “agravou a penetração do crime organizado na Amazônia”.

No debate, foi notada a ausência dos indígenas ao longo do filme, afinal, eles são os maiores prejudicados pela hidrelétrica. Wallace esclareceu que Arlete Juruna é a condutora da longa conversa com Dona Raimunda e que há muitos indígenas no filme. Se eles passaram despercebidos, há uma razão óbvia: costumamos cultivar imagem idealizada dos indígenas, pelo menos dos que vivem no Parque do Xingu, visto como um verdadeiro santuário. Já na região da Volta Grande do Xingu, próximo a Altamira, no Pará, “há outros tipos de indígenas, inclusive os de pele preta”.

— Eles estão no nosso filme, inclusive há um pastor de origem indígena, que pode ter sido percebido como um não-indígena pelos espectadores. A própria Raimunda e muitos ribeirinhos e beiradeiros têm ascendência indígena. A imagem deles nos parece desconstruída, por isso não costumamos reconhecê-los.

Wallace ponderou, também, que faz-se necessário lembrar que “muitos dos ribeirinhos descendem dos soldados da borracha, em especial cearenses, que foram colher o látex, matéria-prima da fabricação dos pneus de tanques usados na Segunda Guerra Mundial. Finda a guerra, os soldados da borracha, que trabalhavam em parceria com os indígenas, foram abandonados à própria sorte. Com o fim do ciclo da borracha, foram obrigados a buscar a subsistência na beira dos rios da Amazônia”.

A terceira noite do festival começou com um curta, “Faísca”, dirigido por Bárbara Matias, originária da comunidade indígena Kariri. Ela elabora, com recursos da videoarte e pegada feminina, as consequências do desaparecimento das onças pardas do território Kariri, dominado pelo bioma da caatinga. Gerações de mulheres são vistas, desoladas, em busca de segredos antigos que, supõe-se, trarão as onças de volta. A diretora e roteirista Bárbara não pôde vir ao festival, mas fez-se representar por sua irmã, Silvia Kariri, que assina a direção de fotografia, e por Dinho Lacerda, responsável pela mixagem.

O curta seguinte, “Laudelina e a Felicidade Guerreira”, dirigido pela cineasta, artista visual e antropóloga Milena Manfredini, resgata a história de Laudelina de Campos Mello (1904-1991), nascida em Poços de Caldas-MG, filha de doméstica e que desempenharia a mesma função da mãe (e de sua avó) em casas mineiras e campineiras (pois migrou para o grande município paulista).

Em Campinas, Laudelina se transformaria em liderança trabalhista, lutando pelos direitos das empregadas domésticas. Ainda hoje — contou a diretora, roteirista, produtora, pesquisadora e diretora de arte Milena Manfredini —, “o nome da doméstica mineira está presente na vida de centenas de mulheres, muitas sem direitos trabalhistas reconhecidos, que atuam em Campinas, pois Laudelina legou sua própria casa para funcionar como sede do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas”.

A líder trabalhista é tema de livro escrito por Francisco de Lima Neto, publicado pela Editora Mostarda, na Coleção Mulheres Brasileiras. Mas a fonte de diálogo de Milena, na construção do roteiro de seu curta, se deu com “Etnicidade, Gênero e Educação – A Trajetória de Vida de Laudelina de Campos Mello”, dissertação de mestrado de Elisabete Aparecida Pinto publicada em e-book pela Casa LCM e Editora Anita Garibaldi”. A cineasta realizou, também, pesquisa in loco. Ou seja, foi a Poços de Caldas ver “como vivem as mulheres negras naquele município dominado por poderosas famílias brancas”. O filme citará, com destaque, os Moreira Salles, oriundos da cidade, e mostrará, com fotos documentais, a origem da instituição bancária do empresário Walter Moreira Salles. Além de banqueiro, ele foi ministro do governo João Goulart.

No debate, a jovem cineasta contou que, na saída do Cine Brasília, “um jornalista branco me perguntou, três vezes, se eu não temia citar (mostrar) o nome a uma das famílias mais influentes do país”.

— Respondi que não! E perguntei: ‘o que eles podem fazer comigo?’ E acrescentei: meu roteiro foi escrito a partir de muitas pesquisas. Não inventei nada. Sou discípula de Zózimo Bulbul (1937-2013) e ele nos ensinou que devemos ter coragem e mostrar tudo que julgarmos necessário. Não tenho rabo-preso com ninguém. Meu filme é fruto de um processo consciente, meu cinema é político e comprometido com a verdade.

O curta “Laudelina” serviu de prólogo à exibição do longa da noite — “Quatro Meninas” —, que marca a estreia de Karen Suzane no formato. Ela dirigiu a série documental “Negro Muro”, para o canal GNT, além de sete curtas, sendo o último — “A Mulher que Eu Era” — o mais conhecido.

O projeto de “Quatro Meninas” nasceu de roteiro escrito por Clara Ferrer. Amiga de Karen Suzane, ela viu na diretora de “A Mulher que Eu Era”, por ela roteirizado, a pessoa ideal para dirigir o longa-metragem. Com Marcelo Ludwig Maia, da produtora República Pureza na retaguarda, o filme mobilizou suas equipes artística e técnica, e virou realidade.

Seu roteiro se passa no estado do Rio, no século XIX. Num casarão imponente, vivem oito moças. Quatro delas brancas, egressas de um internato, e fadadas, “por decisão do poder patriarcal, a casar-se com um homem idoso, a ir para o convento ou ser impedida de seguir os estudos numa faculdade”. Mesmo no internato, elas contam com os serviços de quatro jovens negras, escravizadas.

Clara Ferrer contou que o ponto de partida de seu roteiro brotou de história que ouvira e a deixara muito impressionada. “Uma jovem branca fora levada para um internato de meninas ricas, acompanhada de uma jovem negra, que deveria lhe prestar serviços domésticos”. A partir desse fio de história, ela deu asas à imaginação e pensou em quatro protagonistas negras, todas jovens e obrigadas a servir a “patroas” brancas.

Um possível crime, que teria sido cometido por uma das moças negras, obrigará as jovens escravizadas a unirem-se em fuga que as levaria ao Quilombo de Macaé. Ao saberem dos planos de suas “serviçais”, as moças brancas decidem acompanhá-las, mas com outro objetivo, ir para a capital, onde se livrariam do casamento arranjado, do convento e, uma delas, poderia cursar a faculdade. Da quarta moça branca, não conheceremos o motivo explícito de sua adesão à fuga.

O filme se construirá com a convivência das oito moças, num casarão abandonado, enquanto esperam a água do rio baixar. Só então poderão seguir caminho e chegar a seus destinos. O filme soma ingredientes de folhetim e tem final feliz. Ou, no mínimo, otimista.

No debate que mobilizou (além da diretora, da roteirista, do produtor e da diretora de fotografia Thais Faria), cinco atrizes (Ágata Marinho, Alana Cabral, Dhara Lopes, Maria Ibrahim, as quatro protagonistas, e Giovanna Ríspoli, que representou o núcleo branco), houve quem definisse o final da narrativa como “reconciliador”.

Diretora e roteirista não aceitaram o conceito. Argumentaram que o final é aberto, pois não sabemos o que acontecerá com os dois grupos de jovens. E mais, “o céu se apresenta escuro”. Não nos é “oferecido um sol radiante”.

Karen Suzane deixou claro que fez “um filme para dialogar com o público”, que, afinal, lerá “o final a partir de suas próprias compreensões”. De suas subjetividades.

Outro ponto levantado pelo público colocou o foco no perfil do personagem masculino, interpretado por João Vítor Silva (de “Cinco Tipos de Medo”, vencedor do último Festival de Gramado). Um debatedor leu a personagem (um homem branco, pintor, professor das jovens no internato e responsável por ato violento, essencial à narrativa) como “um representante do patriarcado, que acabou construído de forma suave”.

Mais uma vez diretora e roteirista discordaram da essência da pergunta:

— Apostamos na complexidade humana, não no estereótipo. Discutimos muito a composição de cada personagem. Acreditamos na força da ambiguidade. Benjamin (o pintor-professor) é um representante do patriarcado, não escondemos isso.

FLASHES CANDANGOS

. MOSTRA BRASÍLIA — Três filmes abriram a Mostra Brasília, promovida pela Câmara Legislativa do DF, em parceria com o festival. Foram exibidos dois curtas — “Terra” de Leo Bello, inspirado num conto de Kafka, e “Notas Sobre a Identidade”, de Marisa Arraes — e o longa documental “Vozes e Vãos”, de Edileuza Penha de Souza e Edymara Diniz. Edileuza regressa ao quilombo, situado próximo a Brasília, mas em solo goiano, que ambientara seu curta ficcional “Vão das Almas”, realizado em parceria com Santiago Dellape. Dessa vez, ela realiza um documentário de longa duração sobre os sonhos da juventude quilombola. Jovens que procuram  reinventar suas tradições e herança cultural seja na universidade, seja trabalhando a terra ou amansando cavalos. Um dos adolescentes tem outro objetivo: quer participar do BBB, na TV Globo. As imagens, assinadas por Cled Pereira e Kako Olímpico, captam a luminosidade do lugar. E as documentaristas não abrem mão do uso de drones. Afinal, querem captar imagens panorâmicas do ainda preservado Vão (vale) das Almas.

“Nosferatu”, de Cristiano Burlan © Marina de Alameida Prado

. NOSFERATU — O plano de abertura do novo filme (“Nosferatu”) do produtivo Cristiano Burlan — que abriu a mostra competitiva Caleidoscópio — é um dos mais belos da centenária história do cinema brasileiro. Em preto-e-branco, vemos um imenso navio singrar as águas atlânticas da Baía de Santos. A atmosfera é carregada, tensa. A música acentua o clima de horror e suspense. Até que letras vermelhas, quase góticas, batizam o navio (e o filme): NOSFERATU. O que veremos dali em diante é de beleza visual (e sensorial) arrebatadora. Os espectadores racionais, aqueles que buscam sentido para tudo que vêem, ficarão perdidos e perplexos com os rumos ditados pelo experimentalismo do longa. Como diria Nelson Rodrigues, parece que estamos assistindo a “um ideograma chinês de cabeça para baixo”. De construção intencionalmente teatral, a narrativa não segue os caminhos previstos pela trama que Murnau e Herzog transformam em clássicos do cinema. No debate, um grupo de jovens (muito francas e corajosas) estudantes de Filosofia, contaram ao cineasta e a seus atores que não haviam entendido nada, mas nada mesmo. E dirigiram à equipe quatro ou cinco perguntas, formuladas por escrito, que buscavam sentido para diversas sequências. Burlan e seus colaboradores (em especial Henrique Zanoni) receberam as perguntas com evidentes bom humor e ironia. Mas as explicações dadas às dúvidas das jovens não parecerem suficientes. Ou convincentes. Mas a equipe lembrou às mocinhas que há outros tipos de cinema. Não só o narrativo-clássico. Há quem faça filmes destinados aos sentidos, não (só) à razão.

. DOIS LONGAS HERZOGUIANOS — Dois participantes do Festival de Brasília estão preparando filmes sobre Vladimir Herzog, o Vlado, jornalista assassinado, há exatos 50 anos (mês que vem, o país lembrará este crime hediondo). Um é o paranaense Maikon Nery, diretor do belo e poético “Dança dos Vagalumes”. Ele produz longa documental que revisitará os tempos dedicados, por Herzog, ao cinema, quando planejou um documentário sobre a Canudos de Antonio Conselheiro. O filme de Maikon se chamará “Antonio e Vladimir”. O outro cineasta que prepara seu filme herzoguiano é André Mielnik, presidente da Abra (Associação Brasileira de Roteiristas). Ele também terá o Vlado cineasta como ponto de partida. O título já dá a pista de seu conteúdo: “Ainda Hoje Marimbás”. Ou seja, ele revisitará o curta-metragem que Herzog realizou num posto de pesca, no Rio de Janeiro, em 1963, depois de participar de curso com Arne Sucksdorf, diretor sueco premiado com o Oscar. Que venham, esses filmes, somar-se ao “Vlado”, de João Batista de Andrade.

. PROLIXIDADE GALOPANTE — Não adiantou o comando do Festival de Brasília instalar um cronômetro em frente ao palco do Cine Brasília. As equipes (algumas numerosíssimas) sobem ao proscênio e danam a falar. Curta-metragistas que irão mostrar filmes de dez ou quinze minutos quase superam a duração de suas obras artísticas despejando palavras e mais palavras sobre o público. Longa-metragistas também abusam do verbo como se não houvesse amanhã. Sofrem os que assistem a todos os debates (também marcados pela prolixidade) e a dois ou três longas por dia (somados a três ou quatro curtas). No caso dos jornalistas há um agravante: eles têm que encontrar tempo para escrever seus textos!!!! Brasília tem fama de sediar o festival cuja cerimônia de premiação é a mais longa (e cansativa) do país. Pelo excesso de prêmios distribuídos e pela loquacidade dos premiados. Se montadores, que trabalham em busca da síntese, tiverem um padroeiro, que ele venha, com urgência e poder redobrado, em socorro dos jornalistas.

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