Pelé, Darcy e a telenovela
Pelé (visto nesta foto com Brigitte Bardot) revelou a Evaldo Mocarzel, diretor do documentário “Cine Pelé”, ser fã assumido e fiel de nossas telenovelas. A ponto de, quando foi jogar no Cosmos, nos EUA, receber de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, então o comandante artístico da Rede Globo, capítulos dos folhetins da temporada. Outro fã assumido de telenovelas era Darcy Ribeiro. Ele declarou a Roberto Berliner, no documentário “Meia Hora Com Darcy” (prêmio especial do júri no Festival É Tudo Verdade) ser um “noveleiro” apaixonado. Acompanhava diariamente, e com imenso prazer, dois folhetins: “O Rei do Gado” (Globo) e “Xica da Silva” (TV Manchete). O depoimento foi gravado em 1996, dois meses antes da morte do antropólogo, romancista (“Maíra”) e senador, vítima de um segundo câncer (o primeiro – brincava – “me tirou um pulmão e, por isso, não posso mais morrer de pneumonia dupla”, o segundo foi um câncer de próstata). Darcy entendia que o povo brasileiro estava ísim em seguir telenovelas, já que elas geram assunto para infindáveis conversas entre amigos e vizinhos.