Série dirigida por Belisario Franca e Jeferson De estreia no canal SescTV
Na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, o SescTV lança a série Revolta dos Malês, um docudrama, que mescla cinema e teatro, inspirado em um importante motim liderado por negros escravizados de origem muçulmana, que ocorreu na noite de 24 para 25 de fevereiro de 1835, na cidade de Salvador – BA. Com direção do carioca Belisario Franca e do paulista Jeferson De, a produção, dividida em cinco capítulos de 25 minutos cada, tem como fio condutor a história de Guilhermina, uma mãe que luta para libertar a sua filha da escravidão. A série será disponibilizada na íntegra, a partir de 19 de novembro, para ser assistida on demand no site do canal (sesctv.org.br). O acesso é gratuito e não há necessidade de cadastro. No mesmo dia, às 19h30, será realizado um bate-papo que marca o lançamento, no Sesc Campo Limpo, na capital paulista, com a participação dos diretores. No dia 23/11, a produção estreia no SescTV, às 23h, sendo um capítulo a cada sábado, sempre às 20h30.
Considerado o maior levante que ocorreu na Bahia no início do século XIX, a Revolta dos Malês teve motivação religiosa e o objetivo de libertar todos os negros escravizados da religião islâmica, além de matar as pessoas consideradas traidoras – ndependente da etnia – e, assim, tomar o poder para transformar a Bahia em um estado muçulmano. Para retratar esse acontecimento, a produção tem como protagonistas descendentes africanos.
Na série, Guilhermina (Shirley Cruz), 27, muçulmana escravizada, passa mais de uma década juntando dinheiro para comprar a sua carta de alforria e a de sua filha Teresa (Jamily Mariano), 11, mas seu “senhor”, o fazendeiro Souza Velho (Roberto Pirillo) só concede a liberdade à Guilhermina. Em meio a este acontecimento, o maior líder religioso islâmico em Salvador, Pacífico Licutan (André Ramiro), é preso pela polícia local.
O caso provocou ira nos malês e um grupo deles se reuniu e decidiu convocar todos os homens muçulmanos para uma jihad (guerra santa muçulmana) no último dia do Hamadã (nono mês do calendário islâmico lunar, considerado por eles como o mais sagrado, durante o qual praticam o jejum em busca da aproximação com Deus). Compraram armas e foram em busca da liberdade dos Malês. Apavorada, Guilhermina vê no motim a única possibilidade de liberdade para sua filha.