Eduardo Coutinho está na Retrospectiva Brasileira do É Tudo Verdade

A Retrospectiva Brasileira do É Tudo Verdade – 17º Festival Internacional de Documentários convida a uma revisita do período de formação de Eduardo Coutinho como documentarista. “Coutinho – O Caminho até Cabra” apresenta sete títulos e dois debates com a participação do cineasta e colaboradores essenciais para a realização de “Cabra Marcado para Morrer” (1984) e para seu presente restauro pela Cinemateca Brasileira.

“Cabra Marcado para Morrer” foi rodado essencialmente entre fevereiro e março de 1981, com financiamento da Embrafilme e direção de produção de Zelito Viana. Um colega de Coutinho de seus primórdios cinemanovistas, Eduardo Escorel, assumiu a montagem. Como o próprio filme explicita, ao contrário do “Cabra” ficcional de 1964, a nova versão foi realizada sem roteiro.

RETROSPECTIVA BRASILEIRA: Coutinho: O Caminho até “Cabra”

Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho (Brasil, 119 min). 1984
Em 1964, o golpe militar interrompe na Paraíba aS filmagens por Eduardo Coutinho de um longa ficcional sobre o assassinato de um líder das Ligas Camponesas, João Pedro Teixeira. Vinte anos se passaram até que Coutinho, agora documentarista, revisite os negativos preservados e reconstitua o destino da familia Teixeira durante o regime militar.

Coutinho Repórter, de Rená Tardin. (Brasil, 45 min). 2010
Um dos mais importantes documentaristas do país, autor de “Edifício Master” e “Jogo de Cena”, Eduardo Coutinho passou nove anos no programa Globo Repórter. Em plena ditadura, forjou um estilo e realizou obras de empenho social que, na época, a censura impedia o cinema de concretizar.

Crônica de um Verão, de Jean Rouch e Edgar Morin. (França, 85 min). 1959
Em Paris, no verão de 1960, o cineasta e etnólogo Jean Rouch e o sociólogo Edgar Morin interrogam transeuntes, operários, estudantes e alguns casais sobre as motivações que movem sua vida e se são felizes, registrando suas dúvidas, emoções e opiniões sobre racismo e política.

Exu, Uma Tragédia Sertaneja, de Eduardo Coutinho. (Brasil, 39 min). 1979
A rivalidade entre as famílias Alencar e Sampaio provocou, ao longo de décadas, inúmeros assassinatos na cidade de Exu (PE). O documentário examina não só a crônica dessas mortes como a falta de perspectivas econômicas do local, onde só não faltava trabalho para os pistoleiros.

O Pistoleiro da Serra Talhada, de Eduardo Coutinho (Brasil). 1976
Documentário produzido para o programa Globo Repórter sobre o banditismo no Nordeste, tendo como centro a cidade de Serra Talhada (SE), terra do lendário Lampião (1898-1938), tido como o rei do cangaço.

Seis Dias de Ouricuri, de Eduardo Coutinho (Brasil, 41 min). 1976
O foco recai sobre uma grande seca em Ouricuri, no sertão de Araripe (PE), que apesar de estar levando a miséria, a fome e o desespero aos moradores da região é considerada apenas “uma estiagem prolongada” pelas autoridades locais.

Theodorico – O Imperador do Sertão, de Eduardo Coutinho. (Brasil, 49 min). 1978
Dando a palavra ao “major” Teodorico Bezerra, expõe-se a visão de mundo de um típico representante da aristocracia rural nordestina, exercendo um poder quase absoluto sobre um verdadeiro feudo no sertão do Rio Grande do Norte, em que seus subordinados devem submeter-se às suas leis.

SESSÃO SEGUIDA DE DEBATE

31/03 sábado – CINEMATECA

14h00 RETROSPECTIVA BRASILEIRA – COUTINHO: O CAMINHO ATÉ “CABRA”/ BRAZILIAN RETROSPECTIVE – COUTINHO: THE PATH TO “CABRA” /Cabra Marcado para Morrer/ Twenty Years After (A Man Labeled to Die) / EDUARDO COUTINHO / BRASIL / 119min / digital

SESSÃO SEGUIDA DE DEBATE com Eduardo Coutinho, Lauro Escorel, Patrícia Di Filippi e Zelito Viana

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