Filmes do grupo revolucionário francês Zanzibar é tema de mostra
A mostra Os Filmes Zanzibar: Dândis de Maio de 68, que acontece de 22 de outubro a 3 de novembro, na Caixa Cultura Rio de Janeiro, reúne os principais filmes, entre curtas, médias e longas-metragens do movimento de cinema francês experimental.
Realizados de maneira praticamente clandestina, e raros até os dias de hoje, os filmes do Grupo Zanzibar refletem, de alguma maneira, o espírito daqueles tempos de maio de 1968, quando a França viveu uma grande onda de protestos contra o governo, que culminaram numa greve geral. Na época, muitos dos filmes eram exibidos na calada da noite, por Henri Langlois, na Cinemateca Francesa.
A retrospectiva exibirá 16 produções, sendo oito delas em 35mm. Os destaques da programação são: “Acéfalo”, de Patrick Deval; “A Cama da Virgem”, de Philippe Garrel; e “Duas Vezes”, de Jackie Raynal, atual curadora do acervo do grupo.
A programação da mostra inclui a realização de dois debates, com participações especiais de Raynal, no primeiro, e de Michael Chapman, ator do filme “Acéfalo”, no segundo. Os encontros terão a presença do cineasta e pesquisador, Leonardo Esteves, e do curador do projeto Renato Coelho, que será o mediador.
Além de exibir os filmes, a mostra lançará um livro-catálogo, com textos novos e inéditos, em português, sobre o tema. Este será o primeiro material a ser editado sobre o Grupo Zanzibar, no Brasil.
O Grupo Zanzibar foi um movimento de jovens cineastas franceses, atuantes no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. Essa geração de realizadores, também conhecida como “Zanzibar Films”, tinha a intenção sincera de mudar o cinema francês e estabeleceu a ponte entre a Nouvelle Vague e o cinema Underground norte-americano, refletindo um extraordinário momento dentro da história e do cinema de vanguarda. Fizeram parte desse movimento relevantes nomes do cinema francês, como Philippe Garrel, Jack Raynal e Patrick Deval (fundador, com Serge Daney, da revista “Visage du Cinéma”), entre outros.
Na programação da mostra estão:
Longas-metragens:
MARIE POUR MÉMOIRE (MARIE PARA MEMÓRIA) -1967, de Philippe Garrel (80 min, 35mm, PB) – Exibição em 35mm
LE RÉVÉLATEUR (O REVELADOR) -1968, de Philippe Garrel (68 min, 35mm, PB) – Exibição em 35mm
ACÉPHALE (ACÉFALO) -1968, de Patrick Deval (65 min, 35mm, PB) – Exibição digital
FUN AND GAMES FOR EVERYONE (DIVERSÃO E JOGOS PARA TODOS) -1968, de Serge Bard (53 min, 35mm, PB) – Exibição em 35mm
ICI ET MAINTENANT (AQUI E AGORA) -1968, de Serge Bard (55 min, 35mm, PB) – Exibição em 35mm
DÉTRUISEZ-VOUS (DESTRUA-SE) -1968, de Serge Bard (70 min, 35mm, PB) -Exibição digital
LE LIT DE LA VIERGE (A CAMA DA VIRGEM) -1969, de Philippe Garrel (96 min, 35mm, PB) – Exibição em 35mm
DEUX FOIS(DUAS VEZES) -1969, de Jackie Raynal (72 min, 35mm, PB) – Exibição em 35mm
LA CICATRICE INTÉRIEURE (A CICATRIZ INTERIOR) -1972, de Philippe Garrel (60 min, 35mm, Cor) – Exibição em 35mm
Curtas e médias-metragens:
HÉRACLITE L’OBSCUR (HERÁCLITO, O OBSCURO) -1967, de Patrick Deval (20 min, 35mm, Cor) – Exibição digital
LA RÉVOLUTION N’EST QU’UN DÉBUT,CONTINUONS LE COMBAT (A REVOLUÇÃO É APENAS O COMEÇO, CONTINUEMOS O COMBATE) -1968, de Pierre Clémenti (23 min, 35mm, Cor) – Exibição digital
VISA DE CENSURE Nº X (VISTO DE CENSURA Nº X) -1968, de Pierre Clémenti (42 min, 35mm, PB) – Exibição digital
HOME MOVIE, AUTOUR DU “LIT DE LA VIERGE” (FILME CASEIRO, EM TORNO DE LE LIT DE LA VIERGE) -1968, de Frédéric Pardo (30 min, S-8, Cor) – Exibição digital
UN FILM PORNO (UM FILME PORNO) -1968, de Olivier Mosset (4min, 35mm, Cor) – dir. Olivier Mosset – Exibição digital
VITE (RÁPIDO) -1969, de Daniel Pommereulle (37 min, 35mm, Cor) – Exibição em 35mm
ZANZIBAR – 2006, de Jackie Raynal (29 min, Vídeo, Cor) – Exibição em digital
* Todos os filmes com diálogos serão exibidos com legendas eletrônicas em português.
Atividades Paralelas:
– Debate com a convidada especial Jackie Raynal, integrante do Zanzibar e atual curadora do acervo e memória do grupo.
– Debate com Michael Chapman, ator do filme “Acéphale”, e com Leonardo Esteves, cineasta e pesquisador do grupo Zanzibar.
– Edição de um livro/catálogo com aproximadamente 150 páginas, com textos inéditos em português e imagens.
Os participantes do debate: Jackie Raynal nasceu na região de Montpelier, estudou na Sorbonne e aprendeu montagem no Genevilliers Lab, em Paris. Editou filmes de diretores como Rohmer e Godard. Estreou como diretora em 1969, com o premiado longa “Deux Fois”. Com a dupla cidadania, passou a viver em Paris e Nova York, onde foi curadora do Bleecker Street Cinema e do Carnegie Hall Cinema.
A programação completa do evento está no site www.caixa.gov.br/caixacultural.
Mostra “Os Filmes Zanzibar: Dândis de Maio de 68”
Data: de 22 de outubro a 3 de novembro de 2013 (terça-feira a domingo)
Local: Caixa Cultural Rio de Janeiro – Cinema 1 e Oficina 4 – Av. Almirante Barroso, 25 – Centro (Metrô: Estação Carioca) – (21) 3980-3815
Ingressos: R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia) – além dos casos previstos em lei, clientes Caixa pagam meia
Lotação: 80 lugares (mais 3 para cadeirantes)
Bilheteria: de terça-feira a domingo, das 10h às 20h
Classificação: 18 anos
Acesso para pessoas com deficiência