Mostra exibe filmes que foram destaque no Festival do Rio

O CineSesc apresenta, de 15 a 28 de novembro, a mostra Seleção Rio, que traz para São Paulo filmes que foram destaque na edição deste ano do Festival do Rio. Entre os principais títulos estão os documentários “Sacro Gra”, vencedor do Leão de Ouro no último Festival de Veneza e dirigido pelo italiano Gianfranco Rosi, “Em Berkeley”, do cultuado documentarista norte-americano Frederick Wiseman, e “Corredor da Morte II”, do cineasta alemão Werner Herzog.

O evento também apresenta os dos últimos longas do premiado diretor filipino Brillante Mendoza, “Sapi” e “Vosso Ventre”, retrospectivas dos cineastas Ulrike Ottinger e Claire Simon, cópia restaurada do clássico do expressionismo “Doutor Mabuse”, dirigido por Fritz Lang em 1921, e a mostra Mundo Gay, com três filmes de temática LGBT.

Veja os filmes que serão exibidos na Mostra Seleção Rio:

Mostra Panorama: Grandes Documentaristas

EM BERKELEY (At Berkeley), de Frederick Wiseman. Com . Estados Unidos, 2013. 244min.

O documentário mostra o dia a dia de uma das maiores intuições de ensino do mundo: a Universidade de Berkeley. Com sua câmera-mosca, Frederick Wiseman, mestre do Cinema Direto, transita pelas salas de aula, corredores, jardins e outros cantos do campus, revelando o esforço da administração em manter a excelência acadêmica, contornando as limitações trazidas por significativos cortes orçamentários; e a complexidade das relações institucionais que compõem a estrutura de uma grande universidade. O longa dá continuidade à exploração do diretor das instituições norte-americanas. Veneza 2013.

CORREDOR DA MORTE II – RETRATOS (Death Row II – Portraits: Blaine Milam), de Werner Herzog. Com . Estados Unidos, 2013. 55min.

A maioria das pessoas não sabe quando nem como vai morrer. Prisioneiros condenados à morte sabem. Eles são informados do exato dia, hora e minuto, incluindo os procedimentos e rituais precisos de sua execução. Corredor da morte é uma série de documentários dirigida pelo cineasta Werner Herzog que conta fascinantes e controversas histórias de crime e pena de morte. A primeira temporada estreou em 2012. Agora, o cineasta volta com mais quatro episódios, todos passados no Texas, o estado dos EUA que mais executa condenados. Esta não é tanto uma série sobre a pena de morte, mas uma reflexão profunda e intrigante sobre os limites da experiência humana, partindo da pergunta: qual é a sensação de saber como e quando você vai morrer? Festival de Locarno 2013.

Corredor da Morte II – Retratos: Douglas Feldman

Depois de uma infância cheia de drogas e furtos, Douglas Feldman se formou na faculdade e viajou pelo mundo, antes de atirar fatalmente em um homem dirigindo um caminhão. Cerca de 30 minutos depois, ele matou a tiros outro homem, estacionado em um posto de gasolina.

Corredor da Morte II – Retratos: Darlie Routier

Darlie Routier está no corredor da morte por ter esfaqueado seus dois filhos. Encontrada com um ferimento de faca na garganta, ela finge ser inocente, alegando que um intruso os atacado.

Corredor da Morte II – Retratos: Blaine Milam

Blaine Milam, o mais jovem condenado à morte no Texas, e sua namorada, Jessica Carson, foram condenados pelo assassinato de sua filha de 13 meses durante um exorcismo. Eles acreditavam que ela estava possuída pelo demônio. Mas a questão perturbadora permanece: quem é o diabo?

Corredor da Morte II – Retratos: Robert Fratta

Robert Fratta contratou dois assassinos profissionais para matar sua esposa, que estava prestes a pedir o divórcio. Seus companheiros e os guardas do corredor o descrevem como a pessoa mais assustadora que já conheceram.

O ESPÍRITO DE 45 (The Spirit of ‘45), de Ken Loach. Com Julian Tudor Hart, Dai Walters, Ray Davies, Tony Mulhearn. Reino Unido, 2013. 94min.

Construído a partir de uma extensa pesquisa de imagem de arquivo em depósitos espalhados pelo Reino Unido, o novo filme de Ken Loach (diretor de filmes como Meu nome é Joe e Terra e liberdade) trata do espírito de união que tomou conta do Reino Unido em 1945, ano final da Segunda Guerra Mundial. Dessa maneira, o filme joga luz sobre uma época essencial para a formação da Inglaterra moderna, com impactos que ainda perduram até hoje, como a criação do Estado de bem-estar social. O longa-metragem marca a volta do cineasta ao cinema documental. Seleção oficial de Berlim 2013.

O ÚLTIMO DOS INJUSTOS (Le Dernier des Injustes), de Claude Lanzmann. Com . França / Áustria, 2012. 218min.

Em 1975, o diretor Claude Lanzmann (diretor de Shoah) realizou uma série de entrevistas com Benjamin Murmelstein, o último presidente do conselho judeu do gueto de Theresienstadt. A suposta cidade-modelo dada aos judeus por Hitler, na prática se revelou ser um campo de concentração. Considerado o único “decano dos judeus” (segundo a terminologia nazista), sobrevivente da Segunda Guerra, Murmelstein lutou durante sete anos contra o nazista Adolf Eichmann, conseguindo retirar 121 mil judeus do país, evitando  assim seu extermínio nos guetos. Festival de Cannes 2013.

SACRO GRA (Sacro Gra), de Gianfranco Rosi. Com . Itália, 2013. 93min.

A bordo de uma mini-van, o diretor italiano Gianfranco Rosi (O justiceiro no quarto 164) partiu em busca de histórias e personagens que vivem à margem de um grande anel rodoviário que contorna a cidade de Roma. Deste mundo invisível, escondido atrás de uma quase infinita parede antirruído, emergem personagens como um nobre piemontês ou um botânico que luta para salvar suas palmeiras. Uma coleção de histórias sobre os bastidores de um universo em expansão. Grande vencedor do Festival de Veneza 2013, o filme é o primeiro documentário da história a receber o Leão de Ouro.

 

Apresentação Especial: 2 X Brillante Mendoza

SAPI (Sapi), de Brillante Mendoza. Com Dennis Trillo, Meryll Soriano, Baron Geisler. Filipinas, 2013. 102min.

Misto de sátira e filme de horror sobre os limites do jornalismo para capitalizar em cima de uma história. Dois canais de TV concorrentes correm atrás de assuntos como uma tempestade apocalíptica e um professor de meia-idade possuído pelo demônio. De um lado, a chefe implacável da maior rede do país. Do outro, um patrão preguiçoso que compra algumas imagens de um estranho cinegrafista amador. Até que o filme se transforma em um estudo arrepiante sobre como a junção entre superstições e meios de comunicação podem levar à histeria coletiva, chegando a um resultado perturbador. Toronto 2013.

VOSSO VENTRE (Sinapupunan), de Brillante Mendoza. Com Nora Aunor, Bembol Roco, Lovi Poe, Mercedes Cabral. Filipinas, 2012. 105min.

Shaleha vive numa pequena cidade ao sul das Filipinas. Ela acaba de sofrer o terceiro aborto de sua vida e se desespera por não conseguir ter um filho. Ainda que seja a mãe adotiva de seu sobrinho, percebe que Bangas An, seu marido, deseja profundamente um filho seu. Vendo-se sem opção, toma uma decisão drástica: vai encontrar uma moça fértil que possa ser a segunda esposa de Bangas An. Depois de muita procura, encontra a garota que vários amigos recomendaram. Mas na noite do casamento, Shaleha sentirá algo até então desconhecido: ciúmes. Menção especial do Festival de Veneza 2012.

 

Apresentação Especial

SARAH PREFERE CORRER (Sarah Préfère la Course), de Chloé Robichaud. Com Sophie Desmarais, Jean-Sébastien Courchesne, Geneviève Boivin-Roussy. Canadá, 2013. 97min.

Sarah, uma jovem corredora de média distância, é convidada para integrar a equipe do melhor clube de atletismo universitário do Canadá. Para isso, ela terá que partir para Montreal e deixar para trás sua pequena cidade natal no subúrbio de Quebec. Sua mãe, preocupada sobretudo com sua saúde, não está disposta a apoiá-la financeiramente.  Determinada, Sarah parte rumo à sua nova vida ao lado do  amigo Antoine, mas suas expectativas não são integralmente concretizadas. Sara não quer magoar ninguém, mas correr é, e continuará sendo, a sua prioridade. Mostra Um Certo Olhar de Cannes 2013.

 

Mostra Mundo Gay

MR. ANGEL (Mr. Angel), de Dan Hunt. Com Buck Angel, Lux Alptraum, Sasha Grey, Elayne Angel. Estados Unidos, 2013. 70min.

Filmado ao longo de seis anos, esse documentário narra a vida extraordinária do ativista, educador, produtor, diretor e astro pornô transexual Buck Angel. O filme mostra como Buck superou o vício pelas drogas, baixa autoestima, prostituição e outros obstáculos para se transformar em uma pessoa muito mais especial do que ser apenas um homem com uma vagina, como é conhecido no mundo pornô. Apesar de todas as controvérsias que o cercam, ele nunca fez concessões. Um herói improvável, pós-moderno e muito sexy! SXSW 2013.

UM DIA DESSES (Any Day Now), de Travis Fine. Com Alan Cumming, Garret Dillahunt, Isaac Leyva. Estados Unidos, 2012. 99min.

Incomodado com a música alta na casa ao lado, o aspirante a cantor Rudy bate à porta de seu vizinho, o adolescente Marco, que tem síndrome de Down e foi abandonado pela mãe junkie. Rudy entrega o jovem à assistência social, mas, poucos dias depois, o vê nas ruas. Comovido, decide levá-lo para viver em sua casa, onde mora com Paul, seu parceiro, um promotor de justiça não assumido. Pela primeira vez, Marco terá noção do que é um lar. Mas quando as autoridades descobrem que os dois são gays, uma complicada batalha judicial se instaura. Inspirado em uma história real. Tribeca, 2012.

PEACHES DOES HERSELF – UMA ÓPERA-ROCK (Peaches Does Herself), de Peaches. Com Peaches, Danni Daniels, Sandy Kane, Mignon, Sweet Machine Band, Jolly Goods. Alemanha, 2012. 80min.

A estreia da cantora de electro atrás das câmeras impressiona pela coesão e extravagância que fazem o documentário parecer um filme de ficção – e vice-versa. Misturando gêneros e sexualidades numa saga de mentira, ela arrancou elogios da Rolling Stone (que comparou o filme a uma versão moderna de Rocky Horror Picture Show) e do Hollywood Reporter (que disse que o filme parecia a história de Lady Gaga se ela fosse escrita por John Waters). Travestis, sexo simulado e humor espalhafatoso transformam o musical em uma ópera bufa em pleno século XXI. Filme de abertura do Sundance Londres 2013.

 

Festival do Rio Docs

THE NATIONAL: MISTAKEN FOR STRANGERS (Mistaken for Strangers), de Tom Berninger. Com Tom Berninger, Matt Berninger, Bryan Devendorf, Scott Devendorf, Aaron Dessner. Estados Unidos, 2013. 80min.

Ao lançar o disco High Violet, em 2010, a banda indie The National finalmente atingiu o estrelato, embarcando na maior turnê de sua carreira. Para registrar este momento, o vocalista Matt Beringer chamou seu irmão Tom para filmar os bastidores da turnê. Nove anos mais novo e avesso ao som da banda do irmão, Tom prefere ouvir heavy metal e não consegue entender a motivação do grupo nem de seus fãs, criando situações constrangedoras durante a viagem. Anos depois, ele decide enfim montar o filme no qual revela seus recém-descobertos respeito, admiração e orgulho de seu irmão. Tribeca 2013.

A GATINHA LIL BUB E SEUS AMIGUINHOS (Lil Bub & Friendz), de Andy Capper, Juliette Eisner. Com Lil Bub, Mike “The Dude” Bridavsky, Ben Lashes, Grumpy Cat, Nyan Cat, Keyboard Cat. Estados Unidos, 2013. 65min.

Bub é uma gata nascida com uma doença genética que a impede de crescer e que lhe confere a aparência de filhote ao longo de toda a vida, além de provocar outras deformações. Seus problemas físicos lhe renderam uma aparência adorável e fizeram com que se tornasse uma celebridade que reúne milhões de fãs em todo o mundo. Este documentário examina a obsessão crescente da internet em torno de vídeos dos pequenos felinos a partir da história de Lil Bub e de outros gatos famosos como Grumpy Cat, Nyan Cat e Keyboard Cat. Vencedor do prêmio do júri online no Festival de Tribeca 2013.

I LOVE KUDURO (I love kuduro), de Mário Patrocínio. Portugal / Angola, 2013. 99min.

Na mesma medida em que a internet se espalhou pelo mundo, gêneros musicais nascidos nas periferias do planeta começaram a ser reconhecidos como partes de uma mesma cena global. Funk carioca, moombahton, ghettotech e raggamuffin são ritmos que já eram conhecidos no mundo, mas um novo gênero começou a ganhar maior visibilidade a partir desta conversa planetária – o kuduro, nascido em Angola. Com beats pesados, graves distorcidos, letras pesadas e sensualidade que se esfrega na cara do ouvinte, este gênero é dissecado no documentário do português Mario Patrocínio.

KINK – SADOMASÔ ONLINE (kink), de Christina Voros. Com . Estados Unidos, 2012. 79min.

Criado em 1997 por um estudante obcecado por bondage, o site kink.com rapidamente se tornou a maior referência mundial em vídeos pornográficos dedicados a práticas sexuais alternativas e fetiches, especialmente o sadomasoquismo. Este documentário produzido pelo astro James Franco investiga o dia a dia dos funcionários, diretores e atores desta empresa, sediada em São Francisco, e expõe tudo o que se passa dentro da gigantesca construção que ocupa – uma réplica de um castelo mouro de mais de 15 mil metros quadrados conhecida como “O Arsenal”. Sundance 2013.

THE CRASH REEL (The Crash Reel), de Lucy Walker. Com Kevin Pearce, Mason Aguirre. Estados Unidos, 2013. 108min.

A 49 dias dos Jogos de Inverno 2010, Kevin Pearce era o favorito no snowboard, até uma queda lhe causar uma grave lesão cerebral. Após longo tratamento, ele deixa o hospital sem sequelas, mas é proibido de voltar a praticar. O que poderia ser o fim de sua trajetória é o ponto de partida deste documentário de Lucy Walker, duas vezes indicada ao Oscar. Ao acompanhar a nova vida de Kevin, nos deparamos com seu conflito entre voltar a competir ou ceder aos apelos dos pais e médico que incansavelmente o lembram de que uma simples pancada pode significar o fim de sua vida. Berlim, Sundance 2013

RESTLESS – KEITH HARING NA BAHIA (Restless – Keith Haring in Brazil), de Guto Barra, Gisela Matta. Com . Brasil, 2013. 38min.

Tendo como contraponto a recuperação de uma obra de Keith Haring pelo seu amigo e também artista Kenny Scharf, o documentário investiga um período pouco conhecido da trajetória do artista: suas temporadas no Brasil. Entre 1984 e 86, Haring esteve várias vezes na região de Serra Grande, Bahia. Ali conviveu com outros artistas, trocando a intervenção nas ruas agitadas de Nova York por pinturas inspiradas nas paisagens locais e em seus habitantes.Conversas com amigos, material de arquivo e desenhos raros de Haring compõem este filme, que trata ainda de seu ativismo na luta contra a AIDS.

SOPHIE CALLE, SEM TÍTULO (Sophie Calle, Sans Titre), de Victoria Clay Mendoza. Com Sophie Calle. França, 2012. 52min.

Uma carta audiovisual da artista multimídia Sophie Calle à diretora Victoria Clay Mendoza. O filme apresenta a essência do trabalho de Calle, no qual experiências pessoais constituem o principal material de sua obra, a exemplo da exposição Prenez soin de vous, que surgiu a partir de uma carta de rompimento com o namorado. Apropriando-se de fotografias, vídeos, textos e instalações, Calle borra a fronteira entre a vida e arte. Esse traço é amplamente explorado no documentário, que também se debruça sobre os arquivos e memórias da personagem.

THE DIRECTOR – UMA CRIADORA NA GUCCI (The Director: An Evolution in Three Acts), de Christina Voros. Estados Unidos / Itália, 2013. 85min.

Fruto de um ano de filmagens dos bastidores de Frida Giannini, a diretora de criação que deu novo fôlego à marca Gucci. The Director – Uma criadora na Gucci leva o espectador de um processo de seleção de modelos à magia da Cinecittà, revelando o universo criativo de Giannini, que sucedeu Tom Ford no comando da Gucci e devolveu a grife às suas raízes. O documentário extrapola o universo da passarela, dando atenção à visão artística da estilista, seu processo de trabalho, influências criativas e registra a marca que Giannini deixa numa indústria dominada por homens. Tribeca 2013.

 

Retrospectiva Ulrike Ottinger

SOB A NEVE (Unter Schnee)

de Ulrike Ottinger. Com Takamasa Fujima, Kiyotsugu Fujima. Alemanha, 2011. 107min.

As paisagens e vilas da região de Echigo, no Japão, passam boa parte do ano cobertas de neve. Há gerações e gerações, o fenômeno influi diretamente na rotina de seus habitantes, que programam suas vidas de acordo com o volume e altura da neve. Para investigar a rotina, adequações e rituais desta região, Ulrike Ottinger parte para a mítica terra da neve na companhia de dois artistas kabuki. Juntos, irão refazer o caminho descrito pelo escritor Bokushi Suzuki, enquanto dão vida aos personagens Takeo e Mako, heróis de sua mais importante obra, Snow Country Tales. Berlim 2011.

RETRATO DE UMA BÊBADA. CAMINHO SEM VOLTA (Bildnis einer Trinkerin – aller jamais retour), de Ulrike Ottinger. Com Tabea Blumenschein, Lutze, Magdalena Montezuma, Orpha Termin. Alemanha, 1979. 107min.

Ela, uma mulher de rara beleza, comprou uma passagem apenas de ida para Berlim. Queria esquecer o seu passado, ou melhor, abandoná-lo como uma casa condenada. Queria concentrar todas as suas energias em uma única coisa, algo que pertencesse apenas a ela. Seguir seu próprio destino era, enfim, o seu único desejo. Berlim, uma cidade na qual ela era uma completa estranha, parecia o lugar ideal para saciar a sua paixão intacta. O momento era propício para colocar seus planos em ação. Seleção do Festival de Berlim e da Semana da crítica do Festival de Cannes 1980.

FREAK ORLANDO (Freak Orlando), de Ulrike Ottinger. Com Magdalena Montezuma, Delphine Seyrig, Albert Heins. Alemanha, 1981. 126min.

Neste “pequeno teatro do mundo”, dividido em cinco episódios, Orlando, homem e mulher, percorre a história da humanidade desde seus primórdios até os dias de hoje, incluindo os erros, a incompetência, a sede de poder, o medo, a loucura, a crueldade e o lugar-comum. Cenas de um inferno mitológico, a Inquisição Espanhola, na Idade Média, e outras etapas da civilização são exploradas durante sua trajetória. Baseado em Orlando: Uma biografia, de Virginia Woolf. O mesmo conjunto de atores desempenha papéis diferentes em cada um dos cinco segmentos cronológicos. Berlim 1981.

O RETRATO DE DORIAN GRAY NA IMPRENSA MARROM (Dorian Gray im Spiegel der Boulevardpresse), de Ulrike Ottinger. Com Veruschka von Lehndorff, Delphine Seyrig, Tabea Blumenschein. Alemanha, 1984. 150min.

Uma organização pretende criar um ser humano moldável e manipulável de acordo com as necessidades da empresa. Ele é Dorian Gray, jovem, rico e bonito, cuja vida já está traçada: ele será desenvolvido, seduzido e destruído. Enquanto isso, Frau Dr. Mabuse, chefe de um império da mídia internacional, elabora um plano sem escrúpulos para expandir seus negócios. Neste filme, Ulrike Ottinger volta sua atenção para os mecanismos de exclusão do poder e sua necessidade em destruir pessoas, numa narrativa que coloca o mítico Dorian Gray no centro de uma conspiração internacional.  Berlim 1984.

O BAÚ DO CASAMENTO COREANO (Die koreanische Hochzeitstruhe), de Ulrike Ottinger. Com . Alemanha, 2008. 82min.

Uma caixa de madeira maciça repleta de objetos simbólicos e misteriosos é peça fundamental do ritual coreano de casamento. No filme de Ulrike Ottinger, esta mesma caixa serve de ponto de partida para uma viagem à Seul contemporânea, onde investigações nos levam, necessariamente, a tradições invisíveis. Um retrato divertido de uma sociedade que preserva rituais surpreendentemente conservadores. Um conto de fadas moderno e etnográfico sobre o incrível fenômeno de novas megacidades emergentes ao redor do mundo e suas sociedades contraditórias. Festival de Berlim 2009.

 

Retrospectiva Claire Simon

GARE DU NORD (Gare du Nord), de Claire Simon. Com Nicole Garcia, Reda Kateb, François Damiens, Monia Chokri. França, 2013. 119min.

Na Gare du Nord, maior estação de trem da França, tudo pode acontecer. Assim como as vidas que se cruzam por lá, Ismaël, Mathilde, Sacha e Joan vão se encontrar. Todos os dias, Ismaël se vê fascinado e exaurido pela grandiosidade do lugar. Ele vê Mathilde pela primeira vez em uma plataforma de trem do subúrbio e os dois se apaixonam. Eles conhecem Sacha, que está à procura de sua filha desaparecida, e Joan, que passa a vida na estação entre Lille, Londres e Paris. A Gare du Nord é um mundo à parte, frequentado por todos: franceses, imigrantes, emigrantes e fantasmas. Locarno 2013.

GEOGRAFIA HUMANA (Geographie Humaine), de Claire Simon. Com . França, 2013. 101min.

Um retrato documental da Gare du Nord, maior estação de trem da França, no coração de Paris. Inúmeras pessoas passam por lá diariamente vindas de subúrbios da cidade, províncias do país ou do estrangeiro. A diretora passeia pela Gare du Nord na companhia de Simon Merabet, um amigo de origem argelina. De repente, a multidão de viajantes ganha vida através de histórias que se cruzam. Ao passar por tudo isso, Merabet se recorda que é filho de imigrantes. O filme foi feito em paralelo com a ficção Gare du Nord, também em exibição nessa edição do Festival do Rio. Locarno 2013.

AS OFICINAS DE DEUS (Les Bureaux de Dieu), de Claire Simon. Com Anne Alvaro, Nathalie Baye, Rachida Brakni, Michel Boujenah, Isabelle Carré. França / Bélgica, 2008. 122min.

Djamila quer tomar a pílula agora que a relação com seu namorado ficou séria. A mãe de Zoe lhe dá preservativos, mas ele a trata como uma prostituta. Nedjma esconde suas pílulas porque sua mãe futuca sua bolsa. Helen é muito fértil, Clemence tem medo, Adeline quer manter a gravidez, Margot também. Maria Angela gostaria de saber de quem ela está grávida. Anne, Denise, Marta, Yasmine e Milena são as conselheiras que recebem e escutam cada uma dessas mulheres se perguntar como a liberdade sexual é possível. Nas oficinas de Deus, nós rimos e choramos. Quinzena dos Realizadores de Cannes 2008.

PEGANDO FOGO (Ça brûle), de Claire Simon. Com Camille Varenne, Gilbert Melki, Kader Mohamed, Marion Maintenay, Morgane Moré. França, 2006. 111min.

Livia é uma adolescente de 15 anos. Ela sofre uma queda de seu cavalo e é ajudada por Jean, um bombeiro, e acaba se apaixonando por ele. Poucos dias depois, é 24 de junho, o primeiro dia das férias. A menina, sozinha e contrariada, vai tentar de tudo para conquistar este homem mais velho, por quem tem uma paixão cada vez mais quente. Seu amor vai devorá-la e vai fazê-la caminhar passo a passo à exaltação e ao irreparável. Selecionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2006.

MIMI (Mimi), de Claire Simon. Com Mimi Chiola, Diego Origlia, Mohamed Mokhtari. França, 2002. 105min.

Uma filma e a outra fala: Claire Simon e Mimi Chiola. No entanto, Mimi não é uma estrela. Passeando por Nice, tendo canções italianas ao fundo, nos convencemos rapidamente que toda vida é uma história e que toda história se converte em vida. Mimi é pertubada porque é um pouco todo mundo e ninguém ao mesmo tempo. Narradora, pudica, amorosa, ela é um autêntico personagem de ficção cujo relato imprevisível expressa um inesgotável desejo de liberdade que nunca se acaba. Exibido na seção Fórum do Festival de Berlim 2003.

CUSTE O QUE CUSTAR (Coûte Que Coûte), de Claire Simon. Com . França, 1996. 95min.

Produzir custe o que custar! Mesmo que não sejamos pagos imediatamente, continuemos custe o que custar! Encontrar novos clientes custe o que custar! Novos fornecedores, custe o que custar! A diretora Claire Simon filmou durante seis meses a luta constante de uma pequena empresa para sobreviver e pagar as despesas e os salários dos seus empregados. Uma comédia trágica sobre o trabalho e sobre tudo o que somos levados a fazer para sobreviver. Prêmio Louis Marcorelles no Festival do Real e Grande Prêmio de melhor documentário no Festival de Potsdam 1995.

 

Clássicos Alemães

DR. MABUSE – PARTE 1 (Dr. Mabuse Teil 1 – Der große Spieler), de Fritz Lang. Com Rudolf Klein-Rogge, Aud Egede-Nissen, Gertrude Welcker, Alfred Abel, Bernhard Goetzke. Alemanha, 1921. 128min.

Líder de uma quadrilha, Dr. Mabuse planeja um grande golpe: o roubo de informações privilegiadas da bolsa de valores. Para isso, o sinistro gênio do crime utiliza-se de poderes psíquicos em um golpe no jogo de carta. Mas Mabuse começa a ser investigado pelo comissário Von Wenk, que reúne pistas sobre sua verdadeira identidade. Primeiro filme da trilogia com o célebre personagem-título, Dr. Mabuse é considerado um dos precursores do cinema noir ao retratar a decadência da sociedade alemã do período pós-Primeira Guerra. Cópia restaurada do clássico de 1921.

DR. MABUSE – PARTE 2 (Dr. Mabuse Teil 2: Inferno), de Fritz Lang. Com Rudolf Klein-Rogge, Aud Egede-Nissen, Gertrude Welcker. Alemanha, 1921. 93min.

Investigado pelo comissário Lohmann da polícia de Berlim, Dr. Marbuse, o famoso gênio criminoso, agora encarcerado em uma clínica psiquiátrica, é o principal suspeito de uma série de falsificações. De sua cela, ele escreve sua “bíblia do crime” e domina mentalmente o médico que cuida de seu caso. Tendo como base seu amplo domínio sobre um grupo de criminosos, Mabuse pretende retomar seu império no submundo. O longa foi proibido na Alemanha nazista pelo ministro Joseph Goebbels, acusado de colocar em risco a ordem pública. Cópia restaurada do clássico de Fritz Lang.

 

Mostra Seleção Rio
Data: 
de 15 a 28 de novembro
Local: CineSesc – Rua Augusta, 2075 – Cerqueira César – São Paulo/SP – Tel.: 3087.0500
Ingresso: Sexta, sábado, domingo e feriado: R$ 12,00; R$ 6,00; R$ 2,40. Segunda, terça e quinta: R$10,00; R$5,00; R$2,00. Quarta: R$8,00; R$4,00; R$1,60.
Mais informações: www.sescsp.org.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.