Mostra inédita traz oito filmes restaurados de Pierre Etaix

Durante 20 anos, os filmes de Pierre Etaix tiveram sua exibição proibida devido a uma briga judicial interminável. Assim, toda uma geração de espectadores perdeu a chance de assistir aos seus filmes que, apesar, de várias petições assinadas por cineastas do mundo todo, permaneciam bloqueados. Até que, em 2009, a Fundação Technicolor e a Fundação Groupama decidiram trabalhar lado a lado com Pierre Etaix e seu amigo e corroteirista Jean-Claude Carrière para resolver de vez todas as questões de direitos autorais. Em 2010, uma solução foi encontrada e o Festival de Cannes apresentou, em sua versão restaurada, Grande Amor. Além desse, foi possível restaurar mais sete filmes de Pierre Etaix que são agora apresentados na mostra O Cinema de Pierre Etaix, em cartaz no CCBB Rio, de 8 a 18 de maio, durante o 2º Festival Internacional de Circo, com entrada franca, e a partir de 21 de maio no Cine Brasília.

Como complemento da exibição dos filmes, um catálogo rico em textos e imagens será produzido. O livro, originalmente publicado em francês, é referência sobre o autor e foi totalmente traduzido e adaptado para o português. O conteúdo, entre outros, inclui cartas pessoais de diretores como Robert Bresson e François Truffaut. A mostra apresenta ainda, em programação complementar, Meu Tio, de Jacques Tati, que teve a colaboração de Etaix como gagman e desenhista.

Etaix nasceu em 1928, na França, é cineasta, ator, palhaço, desenhista e dramaturgo. Dirigiu 14 filmes e trabalhou como ator em 33 filmes, entre 1959 e 2011. Muitas obras dirigidas por Etaix foram premiadas em festivais como Cannes, Oberhausen, Moscou e San Sebastian. Ele recebeu dois prêmios Oscar – um Honorário, em novembro de 2011, e outro em 1963, pelo curta-metragem Feliz Aniversário.

Seduzido pelo universo do circo, onde ele descobriu os palhaços aos cinco anos de idade e, pelas comédias de Stan Laurel, Oliver Hardy, Charlie Chaplin e Harold Lloyd, Etaix construiu sua carreira essencialmente em torno da comédia. Em setembro de 1954, graças a uma viagem a Paris para enviar seus desenhos aos jornais, Pierre Etaix solicitou uma entrevista com Jacques Tati para pedir conselhos sobre um novo número que pretendia apresentar no circo e no music-hall e acabou entrando para o mundo do cinema. Seus desenhos humorísticos chamaram a atenção do cineasta, com o qual colaborou como gagman e desenhista na preparação de seu filme Meu Tio.

Em 1958, Etaix conhece Jean-Claude Carrière que se tornou seu grande amigo e corroteirista da maior parte de seus filmes. Durante os anos 1980, Pierre Etaix atuou em diversos filmes de outros diretores: Nuit Docile, de Guy Gilles (1987), Les Idiots, de Jean Daniel Verhaeghe (1987), Henry et June, de Philip Kaufman (1989), e Bouvard et Pécuchet, de Jean Daniel Verhaeghe (1989).

Em 1989, recebeu a encomenda de fazer um filme para as celebrações do bicentenário da revolução, em torno do assunto imposto que ele achava “pouco atraente”: a invenção do telégrafo. Dirigiu, então, seu último longa-metragem e o primeiro filme de ficção feito até então no formato Omnimax, J’écris dans l’espace, cujo roteiro escreveu com Jean-Claude Carrière.

A programação da mostra está disponível no site www.bb.com.br/cultura.

 

O Cinema de Pierre Etaix
Data:
de 8 a 18 de maio (quarta a segunda-feira)
Local: Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro – Rua Primeiro de Março 66, Centro, tel (21) 3808-2020 – Salas de Cinema 1 (98 lugares) e 2 (50 lugares)
Entrada franca

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