Razão e Sensibilidade
Embora não seja o primeiro romance escrito por Jane Austen (16 de dezembro de 1775 – 18 de julho de 1817), Razão e Sensibilidade foi o primeiro de seus romances a ser publicado, em 1811, sendo que o título original da obra era Elinor and Marianne e escrito sob a forma de romance epistolar. Revisto alguns anos depois, Jane Austen alterou o título e a estrutura da narrativa, mantendo, entretanto, o seu tema central: a necessidade de se encontrar um meio termo entre a paixão e a razão.
O lançamento de Razão e Sensibilidade apresenta pela primeira vez esta importante obra de Jane Austen em edição bilíngue, de luxo e em capa dura, resgatando toda a importância desta magnífica obra de uma das maiores escritoras inglesas.
O enredo, embora simples, não deixa de ser profundo e questionador: a história se estrutura em torno das irmãs Dashwood, Elinor e Marianne, que na Inglaterra dos últimos anos do século XVIII ficam desamparadas com a morte do pai, cujas propriedades são deixadas como herança para um filho do primeiro casamento, obedecendo-se às leis inglesas. Bonitas, inteligentes e sensíveis, as irmãs Elinor e Marianne, sua mãe e sua irmã menor, Margareth, mudam-se para um cottage oferecido por um parente distante. Sem dotes a serem oferecidos para seus casamentos, Elinor, o arquétipo austeano da razão, e Marianne, o da sensibilidade, têm poucas oportunidades de conseguir um bom casamento, mas a grandeza de seus sentimentos – a sinceridade e a fidelidade do coração de ambas – se revela importante contra a hipocrisia de uma sociedade preocupada apenas com as aparências e os bens materiais.
Jane Austen é mestra em expor as sutilezas do jogo que se estabelece entre nobres insensíveis, a classe média ambiciosa e o casamento como meio de enobrecimento. Nada nos autoriza a dizer, como se tem visto, que é apenas um romance sobre “intrigas domésticas” ou sobre “uma irmã racional e outra sentimental”. Ao contrário, é apresentada uma questão sempre relevante e recorrente nos romances de Jane Austen: será que o que parece útil em curto prazo, vale a pena ser vivido em longo prazo? Será que a ambição pode garantir verdadeiramente conforto e riqueza maiores? Aqueles que seguem apenas os seus sentimentos podem ter melhores resultados? É o que parece dizer Jane Austen, entre as tantas observações, comentários e descrições apresentadas ao longo da trama, concluindo que a virtude ainda é necessária e que as boas intenções não são necessariamente vitimadas quando todos mais se mostram ambiciosos.
Razão e Sensibilidade foi levado aos cinemas, em 1996, com direção de Ang Lee, com Emma Thompsom, Kate Winslet e Hugh Grant.
Sobre a autora: Jane Austen, escritora inglesa proeminente, considerada como uma das maiores figuras da literatura inglesa, ao lado de William Shakespeare, Charles Dickens e Oscar Wilde, representa o exemplo de escritora, cuja vida protegida e recatada em nada reduziu a estatura e o dramatismo da sua ficção. Nasceu na casa paroquial de Stevernton, Inglaterra, onde o pai era o sacerdote, vivendo a maior parte do tempo nessa região. A fama de Jane Austen perdura através de seis obras-primas principais: Razão e Sensibilidade (1811), Orgulho e Preconceito (1813), Mansfield Park (1814), Emma (1815), Persuasão (1818) e A Abadia de Northanger (1818), publicados postumamente. Lady Susan (escrito entre 1794 e 1805), The Brothers (iniciado em 1817, deixado incompleto e publicado em 1925 com o título Sanditon) e Os Watsons (escrito por volta de 1804, deixado inacabado, terminado por sua sobrinha Catherine Hubback e publicado na metade do século XIX, com o título The Younger Sister) são outras de suas obras. Deixou ainda uma produção juvenília, uma peça teatral, Sir Charles Grandison, or the Happy Man: a Comedy in Six Acts, poemas, registros epistolares e um esquema para um novo romance, intitulado Projeto de um Romance.
Razão e Sensibilidade
Edição bilíngue – Português/Inglês
Autora: Jane Austen
Tradução: Adriana Sales Zardini
Editora: Landmark
Páginas: 496
Preço: R$ 45,00
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