David Lean ganha retrospectiva completa

O Cinema Total de David Lean, retrospectiva dedicada a um dos cineastas mais importantes da historia da sétima arte, acontecerá no CCBB SP, entre 16 de dezembro e 11 de janeiro, no CCBB DF, entre 9 de dezembro e 4 de janeiro, e no CCBB RJ, entre 27 de janeiro a 15 de fevereiro. Será exibida a obra completa deste singular realizador britânico. São 18 filmes – sendo 16 longas que David Lean assinou como diretor e mais um pelo qual não recebeu o crédito e outro em que assinou apenas como montador.

David Lean também tornou-se sinônimo de longos épicos arrebatadores, como Lawrence da Arábia e Doutor Jivago, mas a carreira do lendário diretor abrange também dramas mais intimistas. O início de sua formação se deu no interior do florescente cinema inglês dos anos 30, onde por muitos anos foi um montador de peso que trabalhou com cineastas como Michael Powell. Em 1941, dirigiu seu primeiro longa metragem em parceria com o dramaturgo Noel Coward que, ao longo de quatro filmes, culminaria no sublime Desencanto (Brief Encounter), de 1945.

David Lean possuía um domínio profundo das técnicas cinematográficas, interessado, sobretudo, em contar uma história e comunicar sentimentos. Desfrutando de uma liberdade poucas vezes vista em Hollywood, o cineasta britânico pode construir um estilo próprio e uma perspectiva de mundo única, desenvolvendo uma linguagem de planos gerais grandiosos, elaborados movimentos de câmera e planos sequências onde os diálogos se desenvolvem sem interrupções da montagem. Perfeccionista ao extremo, lutava para fazer os filmes a seu modo e sem interferências, buscando extrair de cada plano o máximo, esperando dias pelo por do sol perfeito, por exemplo, e acabou por reinventar a ideia de épico hollywoodiano.

Para ele, a realidade deveria ser dramatizada e o papel do realizador era justamente apagar os traços da técnica. Lean alcançou uma autonomia que poucos outros diretores tiveram dentro do sistema dos grandes estúdios, e talvez seja o cineasta mais exemplar no que diz respeito a narrativa transparente que caracteriza o cinema clássico norte-americano. Mais do que isso, as imagens e arquétipos através das quais Lean contava suas histórias e comunicava sentimentos e pontos de vista, configuram uma visão de mundo consistente e pessoal.

Ao longo de quatro semanas, a mostra apresentará a obra completa deste seminal realizador britânico em película e suporte digital. Entre as obras, estão Oliver Twist (1948), A Ponte do Rio Kwai (1957), A Filha de Ryan (1970), entre outros.

A programação completa dos filmes e horários, pode ser conferida no site http://culturabancodobrasil.com.br.

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