Um filme para Krenak

Durante os debates que movimentaram a Assembleia Constituinte de 1988, um jovem índio subiu à tribuna e, ao invés de recorrer a discurso verbal sobre as dificuldades vividas por seu povo, preferiu fazer uma performance. Passou grossas camadas de tinta de jenipapo sobre seu rosto. 28 anos depois, estas imagens – do índio Ailton Krenak, hoje com 63 anos – voltam a causar funda emoção, pois ganharam nova vitrine: o épico indígena “Martírio”. Disponíveis no Youtube, elas podem ser acessadas por quem assim o desejar. E quem quiser saber mais sobre a trajetória de Ailton Krenak verá, em breve, um documentário inteiro dedicado a ele – “Ailton Krenak, o Sonho da Pedra”. O cineasta carioca Marco Altberg realiza, para o Canal Curta!, filme que mostra a trajetória do líder indígena, um dos maiores propagadores das causas dos povos originários. Altberg assinou, com Ailton, a série “Taru Andé – O Encontro do Céu com a Terra”, exibido no canal Futura, em 2006, e vencedora do prêmio de melhor série ambiental no FICA Goiás. O realizador carioca iniciou-se na produção de conteúdos audiovisuais de temática indígena em 1974, com o curta “Noel Nutels”. Para ele, “enquanto o Brasil não se conciliar no respeito e reconhecimento à nossa ancestralidade, essa sombra ficará estacionada sobre nossas cabeças”.

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