Mostra apresenta panorama da produção cubana recente

Um panorama dos últimos 15 anos da produção cinematográfica em Cuba chega à Caixa Cultural Rio de Janeiro na mostra Por dentro da Ilha — Cinema em Cuba nos anos 2000, que acontece de 1º a 13 de agosto. Serão exibidos 22 filmes –nove longas-metragens e os demais médias ou curtas – em uma seleção que prima pela diversidade de gênero e de olhares. Embora a maioria dos filmes seja de diretores cubanos, há espaço também para estrangeiros que possuem estreita relação com o país, como os brasileiros Gustavo Vinagre e Janaína Marques e a espanhola Irene Gutiérrez.

A programação inclui filmes bem recebidos em festivais em Cuba, como Digna Guerra (2013), de Marcel Beltrán, ganhador do prêmio de melhor direção e melhor edição na Mostra Jovem de 2013; e também trabalhos já reconhecidos, como o longa Veneza (2014), de Kiki Álvares, selecionado em festivais em Toronto, Miami e Guadalajara. Também haverá uma sessão em homenagem a Nicolás Guillén Landrián, importante documentarista cubano ainda pouco conhecido no mundo.

Landrián produziu, nos anos 60, documentários marcados por forte crítica ao regime, o que levou à sua expulsão do órgão estatal onde trabalhava e posterior exílio nos Estados Unidos. Sua obra revela uma visão de vanguarda, ainda transgressora nos dias de hoje. A sessão traz dois curtas do cineasta, Coffea Arabiga (1968) e Los del Baile (1965), seguidos de um documentário sobre sua vida, Cafe con Leche (2003), dirigido por Manuel Zayas.

O cinema cubano sempre teve papel importante na história do país, que realiza o Festival de Havana e abriga, desde 1986, a Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de los Baños, onde estuda a curadora da mostra, Denise Kelm. Tomás Gutierrez Alea e Fernando Pérez são exemplos de cineastas reconhecidos, porém, a rica produção atual é pouco conhecida fora da Ilha.

A mostra, aliás, só se torna possível graças ao intercâmbio pessoal entre a curadora e os realizadores locais, já que a troca de informações com o resto do mundo segue sendo difícil para quem está na Ilha. Denise descobriu que o cinema independente cubano tem ganhado cada vez mais força, o que é curioso quando se trata de um país com difícil acesso à tecnologia e com rigoroso controle dos meios de produção pelo Estado — todos os filmes são obrigados a passar pelo Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos (ICAIC), órgão oficial do governo.

A mostra promove também o debate Em épocas de mudanças, o que falar sobre o cinema cubano?, no dia 4 de agosto (sexta-feira), às 19h10, com a presença dos cineastas Iana Cossoy Paro e Víctor Alexis Guerrero Stoliar, e mediação do crítico de cinema e produtor da mostra Aristeu Araújo. Já no dia 12 (sábado), também às 19h10, Denise Kelm ministra a palestra A experiência de filmar dentro da Ilha. Ambas as atividades acontecem no Cinema 1 da Caixa Cultural Rio de Janeiro, com entrada franca e ingressos distribuídos uma hora antes do início.

A programação completa da mostra está disponível no site www.caixacultural.gov.br.

 

Por dentro da Ilha — Cinema em Cuba nos anos 2000
Data: 1º a 13 de agosto
Local: Caixa Cultural Rio de Janeiro – Cinema 1 – Av. Almirante Barroso, 25, Centro (Metrô: Estação Carioca) – (21) 3980-3815
Ingressos: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia). Além dos casos previstos em lei, clientes CAIXA pagam meia.
Lotação: 78 lugares (mais 3 para cadeirantes)
Bilheteria: de terça-feira a domingo, das 10h às 20h
Acesso para pessoas com deficiência

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