Retrospectiva do Cinema Brasileiro ganha edição online
Este ano, em função da pandemia do coronavírus, o CineSesc estreia a edição especial, gratuita e exclusivamente online da 21ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro, com títulos lançados nos cinemas no último ano: Alice Júnior, Diz a Ela que me Viu Chorar, Meu Amigo Fela, Nóis por Nóis e Vaga Carne. Além das produções recentes, a programação também traz uma mostra em homenagem ao diretor Leon Hirszman, com importantes obras que traçam um panorama de sua filmografia. A retrospectiva acontece de 10 a 23 de dezembro, dentro da série #Cinema EmCasaComSesc, na plataforma do Sesc Digital (sescsp.org.br/cinemaemcasa), que já acumula mais de 1 milhão de visualizações, desse seu lançamento em junho deste ano.
A 21ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro reúne uma seleção da produção nacional lançada comercialmente entre novembro de 2019 e outubro de 2020, na cidade de São Paulo. Desde sua primeira edição, no ano 2000, a Retrospectiva busca dar visibilidade à produção cinematográfica brasileira contemporânea por meio de um recorte que procura refletir a diversidade de estilos, vozes e linguagens. Este ano, serão exibidos 20 filmes, sendo 10 longas-metragens e 10 curtas-metragens.
Os destaques da Retrospectiva ficam por conta da ficção Alice Júnior, de Gil Baroni, que traz a história de uma garota trans cercada de liberdades e mimos. Depois de se mudar com o pai para uma pequena cidade onde a escola parece ter parado no tempo, a jovem precisa sobreviver ao ensino médio e ao preconceito para conquistar seu maior desejo: dar o primeiro beijo. O filme integrou a seleção da Mostra Generation no Festival de Berlim 2020, recebeu os prêmios de Melhor Atriz para Anne Mota no Festival de Brasília (Anne foi a primeira atriz trans a receber o prêmio), Melhor Filme Brasileiro e Melhor Filme da Mostra Geração, no Festival Internacional do Rio, além dos prêmios de Melhor Filme, Melhor Atuação e Menção Especial no Festival Mix Brasil de 2019. Classificação: 12 anos.
Já no documentário Diz a Ela que me Viu Chorar, de Maíra Bühler, moradores de um hotel no centro de São Paulo vivem amores tumultuados por sua condição vulnerável. O edifício é parte de um programa municipal de redução de danos para usuários de crack prestes a ser extinto. Entre escadas circulares, quartos decorados, viagens de elevador e ao som das músicas do rádio, os personagens são atravessados por sentimentos de amor romântico e medo da perda. Vencedor do prêmio da crítica do Festival Internacional de Cinema do Uruguai. Classificação: 16 anos.
Outro documentário de destaque na retrospectiva é Sementes: Mulheres Pretas no Poder, dirigido por Éthel Oliveira e Júlia Mariano. Em resposta à execução de Marielle Franco, as eleições de 2018 se transformaram no maior levante político conduzido por mulheres negras que o Brasil já viu, com candidaturas em todos os estados. No Rio de Janeiro, Mônica Francisco, Rose Cipriano, Renata Souza, Jaqueline de Jesus, Tainá de Paula e Talíria Petrone se candidataram aos cargos de deputada estadual ou federal. O documentário acompanhou essas mulheres, em suas campanhas, mostrando que é possível uma nova forma de se fazer política no Brasil, transformando o luto em luta. Classificação: 14 anos.
A programação engloba, ainda, os curtas-metragens Éramos em Bando, de Marcelo Castro, Pablo Lobato e Vinícius de Souza, Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho, Rã, de Ana Flavia Cavalcanti e Julia Zakia, e Perifericu, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira, e a animação Os Under Undergrounds, O Começo, com direção de Nelson Botter Jr, que ficará disponível por sete dias. O longa conta a história de Heitor, que, após ser expulso de sua banda por não ser “cool” o bastante, cai em um bueiro e vai parar em uma cidade subterrânea muito diferente, onde encontra amigos leais e uma nova banda. Juntos, eles passarão por diversas aventuras e terão de lidar com as diferenças, superar fraquezas, resolver dramas pessoais e crises típicas da adolescência, que serão vencidas através da amizade e amor pela música.
Além da produção recente, a Retrospectiva exibe ainda uma programação de núcleo histórico em homenagem ao diretor, produtor e roteirista Leon Hirszman. Um dos fundadores do CPC – Centro Popular de Cultura, da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde realizou seu primeiro filme, o cineasta Leon Hirszman (1937-1987) foi um documentarista e autor de ficção expoente do Cinema Novo. Parceiro de Augusto Boal, Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vianna Filho, ele recebeu o Leão de Ouro do Festival de Veneza pelo filme Eles Não Usam Black-Tie (1981), adaptação da peça de Gianfrancesco Guarnieri. A Retrospectiva Leon Hirszman acontece de 10 de dezembro de 2020 a 09 de fevereiro de 2021. A programação completa está disponível em sescsp.org.br/leonhirszman.
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