América Armada
América Armada, dirigido por Pedro Asbeg (Democracia em Preto e Branco e Geraldinos) e Alice Lanari (uma das produtoras associadas de Democracia em Vertigem), estreia nas plataformas digitais, a partir de 11 de março, disponível no NOW, Vivo Play, Oi Play, e posteriormente será exibido na Globo News, em 25 abril.
De uma favela no Rio de Janeiro, a Medellín na Colômbia, e a Michoacán no México, o documentário brasileiro acompanha o trabalho de três ativistas que tiveram a coragem de enfrentar a violência armada.
Raull Santiago é um jovem que nasceu e cresceu no Complexo do Alemão. Membro do Coletivo Papo Reto, munido de seu celular e determinação, transmite em lives as ações e abusos da polícia em sua comunidade. A colombiana Teresita Gaviria perdeu seu filho assassinado há dezoito anos e, desde então, tornou-se militante do grupo Madres de La Candelária, que promove o encontro entre outras mulheres que estão na mesma situação que ela, com os assassinos presos de seus filhos e filhas. O mexicano Heriberto Paredes é um jornalista que, mesmo ameaçado de morte, acompanha a luta de grupos de autodefesa compostos por indígenas que resolveram pegar em armas para defender seus territórios e suas vidas contra o narcotráfico.
Na mesma semana em que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro altera decretos para ampliar o acesso às armas e munições, o filme América Armada ganha uma atualidade impensável, em 2017, quando foi filmado. O processo de filmagem, nos três países, exigiu a construção de confiança entre a equipe e esse trio de ativistas. Com equipe mínima e uma câmera que observa sem interferir, o documentário registra o trabalho dessas pessoas em campo.
A gênese do documentário se dá em 2014, quando os diretores buscaram entender quais eram as semelhanças e diferenças entre o que estava acontecendo no México, com o surgimento das autodefensas, e no Brasil, com a expansão das milícias no Rio de Janeiro. Mais tarde, a Colômbia entrou no filme como um matiz à situação dos outros dois países.
A pesquisa começou em 2016, quando os documentaristas e o diretor de fotografia, Pablo Baião, viajaram para os países onde América Armada seria filmado. Assim, conheceram não apenas o cenário social, mas também começaram a estabelecer uma relação de confiança com aqueles que viriam ser seus personagens. Ao longo do ano, mergulharam nos processos em que aquelas pessoas estavam vivendo, para em 2017 voltarem com a equipe completa, e registrarem as atividades desses ativistas durante dois meses.
América Armada dá oportunidade para o espectador olhar muito de perto para determinadas situações e contextos políticos da América Latina, fazendo conexões que em princípio não estão claras, porque não interessa que elas estejam nos holofotes entre os que lucram com a violência. O filme, porém, não tem a presunção de querer mudar o rumo das coisas, mas de jogar luz a um assunto pouco pautado até então, e mudar a forma de compreender o Brasil, e o jogo de forças que está acontecendo literalmente agora.
O filme teve sua primeira exibição no 51º Festival de Brasília, no qual participou como hors concours, na noite de encerramento, e, desde então, participou de festivais no México, Cuba, França, Etiópia, entre outros países.
Nada contra o documentário, demonstra competência sobre o assunto. Para mim o único erro é o viés desarmamentista. Considero esse viés desnecessário! Quer denunciar a “violência armada” não vejo problema nisso, agora querer propagar que desarmar uma sociedade é a solução, para mim é um equívoco! A direita política se posiciona contra a violência armada. Defendemos o uso de armas para a legítima defesa, só isso!