“Idade da Água”, de Orlando Senna, é o grande vencedor do festival Cine del Agua, na Argentina
O longa-metragem documental “Idade da Água” – uma referência à “A Idade da Terra”, de Glauber Rocha –, produzido por Hermes Leal, ganhou o prêmio principal de Melhor Filme da mostra competitiva oficial do Festival Internacional de Cine del Agua, realizado de forma presencial de 17 a 19 de setembro, em El Calafate, na cidade de Santa Cruz, na Argentina.
O júri do festival, composto por Martín Ferrari, vice-reitor da ENERC em Neuquén, Inés Olmedo, diretora de arte do Uruguai, e Marco Santuário, jornalista e programador do Festival de Gramado, reforçaram a escolha de “Idade da Água” em mensagem virtual: o primeiro prêmio foi para o longa documental “La Edad del Agua”, de Orlando Senna, porque “reúne profundidade e difusão de conceitos fundamentais para a tomada de consciência deste problema da água” e “porque se articula com enorme precisão e riqueza de recursos puramente cinematográficos, razão pela qual constitui um exemplo de como abordar esse tema a partir do cinema para se conscientizar”.
Após realizar filmes icônicos, como “Iracema – Uma Transa Amazônica” (codireção com Jorge Bodanzky, 1974), “Idade da Água” (“Edad del Agua”) marca o retorno do cineasta Orlando Senna na direção. Do Brasil, Senna enviou suas palavras de agradecimento ao festival: “Se um recurso natural como a água potável está desaparecendo paulatinamente, nós enfrentamos a ameaça de extinção da espécie humana. Não há vida humana sem água potável, e a situação, sem dúvida, se encaminha para conflitos gigantescos, os mais grandes que se tenham produzido na Terra. Nosso planeta, tal como o conhecemos, deixará de existir. Evitar essa grande tragédia é uma missão e um compromisso dos seres humanos, de cada um de nós. Estou muito agradecido e emocionado de receber este prêmio no 1º Festival Internacional de Cine del Agua. Viva a vida.”
Filmado no final de 2017 e início de 2018, em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, em Belém, no Pará, São Paulo e Rio de Janeiro, o filme trata da cobiça internacional pela Amazônia, por tentativas de ocupação de outros países ou para torná-la independente do Brasil. É um alerta global sobre a escassez de água doce no planeta e as raízes de uma possível “guerra da água”.
O longa conta com a participação especial de Dira Paes e Gaby Amarantos e traz na trilha sonora o clássico “Uirapuru”, de Heitor Villas-Boas. Além de depoimentos de populações ribeirinhas da Amazônia, lideranças indígenas e representantes de países latino-americanos que compõem a Amazônia, que são intercalados por reconstituições de alguns fatos históricos.
“Idade da Água” foi lançado em 2018 no canal de TV por assinatura CineBrasilTV e no seu streaming CineBrasilJá. Estreou no circuito de festivais no 51º Cine Viña del Mar (2018), no Chile, tendo participado de vários outros festivais internacionais – 40º Festival de Havana (Cuba, 2018), 9º Cine Político (Argentina, 2019) e 14º El Ojo Cojo (Espanha, 2019). No Brasil, o longa participou da 8ª Mostra Ecofalante (2019), 5º Amazônia Doc (2019), 23º FAM – Florianópolis Audiovisual Mercosul (2019), 6º Planeta.Doc (2019), 17º Cineamazônia (2020), 2º Festival de Cinema de Alter do Chão (2020) e 1º Facine – Festival de Cinema Ambiental da Chapada Diamantina (2021).
O documentário está disponível no streaming, nas plataformas Amazon Prime Video, Vivo Play, Now e Looke.
Em parceria com Hermes Leal e a HL Filmes, Orlando Senna lançou também, em 2019, o longa documental “Sol da Bahia”, uma homenagem do cineasta à sua terra natal e à Guerra da Independência da Bahia.
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