Academia de Hollywood divulga semi-finalistas ao Oscar internacional, longa documental e curta

Por Maria do Rosário Caetano

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou, nessa terça-feira, 21 de dezembro, as listas com semi-finalistas ao Oscar, em dez categorias artísticas e técnicas. Eles buscarão vagas entre os finalistas, que serão anunciados dia 8 de fevereiro. Três categorias, em especial, despertavam interesse no meio cinematográfico brasileiro – a de melhor longa internacional, pois “Deserto Particular”, de Aly Muritiba, era nosso representante oficial, a de melhor longa documental, com “A Última Floresta”, de Luis Bolognesi, e a de melhor curta, com “Seiva Bruta”, do amazonense Gustavo Milan. Só este foi pré-selecionado. Os dois longas, o ficcional e o documental, não estão nas listas compostas com 15 títulos (cada).

“Seiva Bruta” (“Under the Heavens”), coprodução Brasil-EUA, participou da trigésima-segunda edição do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, o Kinoforum, comandado por Zita Carvalho, em agosto passado. O filme conta a história de Marta, uma jovem venezuelana, em processo de imigração para o Brasil, quando encontra um jovem casal com sua filhinha. Sua habilidade como amamentadora fará com que seu destino se ligue ao trio para sempre.

Os acadêmicos votarão em cinco dos 30 pré-candidatos ao Oscar internacional e longa documemtal, até dia primeiro de fevereiro. Uma semana depois, os finalistas (em mais de 20 categorias) serão conhecidos.

Entre os pré-selecionados está aquele que é apontado, até agora, como “o filme da hora” – o japonês “Drive my Car”, de Ryusuke Hamaguchi. Devem acompanhá-lo na lista definitiva o italiano “A Mão de Deus”, de Paolo “A Grande Beleza” Sorrentino, o finlandês “Compartment No. 6” (Cabine No. 6), filmado integralmente na Rússia (e falado em russo), o iraniano “Um Herói”, do oscarizado Asghar Farhadi, e – talvez – o mexicano “Noite de Fogo” (ou “Rezem pelas Mulheres Roubadas”, nome com o qual pode ser encontrado no streaming), de Tatiana Huezo. Ou, quem sabe, o alemão “O Homem Fiel”, de Maria Schrader. A Academia anda sensível a filmes femininos.

Na lista de filmes estrangeiros do Globo de Ouro, há um título que não aparece entre os 15 pré-finalistas ao Oscar internacional: “Madres Paralelas”, de Pedro Almodóvar. E a razão é muito simples. A Associação dos Correspondentes Estrangeiros em Hollywood não recebe indicações de Academias de Cinema internacionais. O Oscar, sim. E a Espanha indicou “O Bom Patrão”, de Fernando León de Aranoa, com Javier Bardem (Oscar de coadjuvante por “Onde os Fracos Não Têm Vez”) no elenco. E Barden, vê-se agora, tem imenso prestígio nos EUA. Não se sabe se tanto quanto Almodóvar, que o dirigiu no belíssimo “Carne Trêmula”. Mas só esse ano, o marido de Penélope Cruz marca presença, em listas oscarizadas ou do Globo de Ouro, com três produções: além de “O Bom Patrão”, “Duna”, do canadense Dennis Villeneuve, e “Apresentando os Ricardos”, de Aaron Sorkin, por ele protagonizado ao lado de Nicole Kidman (ela interpretando Lucille Ball e ele, o marido dela, Desi Arnaz, estrelas da sitcom “I Love Lucy”, sucesso na década de 1950).

Notem, nas listas abaixo, que a animação documental dinamarquesa “A Fuga”, filme inaugural do Festival É Tudo Verdade 2021, repete, esse ano, o mesmo feito de outro documentário, o macedônio “Honeyland”, selecionado em 2020, nas categorias filme internacional e longa documental.

A cerimônia de entrega da nonagésima-quarta edição do Oscar deve acontecer, presencialmente, no dia 27 de março, no Dolby Theatre, em Los Angeles.

Confira os pré-finalistas:

INTERNACIONAL

. Japão: “Drive my Car”, de Ryusuke Hamaguchi
. México: “A Noite do Fogo” (ou “Rezem Pelas Mulheres Roubadas”), de Tatiana Huezo
. Espanha: “O Bom Patrão”, de Fernando León Aranoa
. Itália: “A Mão de Deus”, de Paolo Sorrentino
. Irã: “Um Herói”, de Asghar Farhadi
. Finlândia: “Compartment No. 6”, de Juno Kuosmamn
. Alemanha: “O Homem Fiel”, de Maria Schrader
. Dinamarca: “A Fuga” (“Flee”), de Jonas Poher Rasmussen
. Áustria: “Great Freedom”, de Sebastian Meise
. Islândia: “Lamb”, de Valdimar Jóhannsson
. Bélgica: “Playground”, de Laura Wandel
. Noruega: “The Worst Person in The World”, de Joachin Trier
. Panamá: “Plaza Catedral”, de Abner Benaim
. Butão: “Lunana: A Yak in the Classroom”, de Pawo Choyning Dorji
. Kossovo: “Hive”, de Blerta Basholli

LONGA DOCUMENTAL

. “A Fuga” (“Flee”), de Jonas Poher Rasmussen
. “Julia”, de Julia Cohen e Betsy West
. “The First Wave”, de Matthew Heineman
. “Summer of Soul (…Ou, Quando a Revolução Não Pode ser Televisionada”), de Questlove
. “The Velvet Underground”, de Todd Haynes
. “Escrevendo com Fogo” (“Writing with Fire”), de Rintu Thomas e Sushmit Ghosh
. “Ascension”, de Jessica Kingdon
. “Attica”, de Stanley Nelson e Traci Curry
. “Billie Eilish: the World’s a Little Blurry”, de R.J. Cutler
. “Faya Dayi”, de Jessica Beshir
. “In the Same Breath”, de Nanfu Wang
. “Presidente”, de Camilla Nielsson
. “No Caminho da Cura” (Procession”), de Robert Greene
. “The Rescue”, de Elizabeth Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin
. “Simple as Water”, de Megan Mylan

CURTA-METRAGEM

. “Seiva Bruta” (“Under the Heavens”), de Gustavo Milan (Brasil-EUA)
. “Ala Kachuu – Take an Run”
. Censor of Dreams”
. The Criminals”
. “Distances”
. “The Dress”
. “Frimas”
. “Les Grandes Claques”
. “The Long Goodbye”
. “On My Mind”
. “Please Hold”
. “Stenofonen”
. “Tala’vision”
. “When the Sun Sets”
. “You’re Dead Helen”

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