TV Cultura estreia minissérie sobre o bicentenário da Independência

Em 7 de setembro de 2022, o Brasil celebra dois séculos de sua Independência. O fato histórico, repleto de contradições, dá origem ao novo projeto do cineasta e diretor de TV, Luiz Fernando Carvalho, criado com exclusividade para a TV Cultura: “Independências”. A ideia do projeto surgiu na emissora a partir de pesquisa inicial realizada pelo jornalista José Antonio Severo.

A minissérie foi desenvolvida por Luiz Fernando em parceria com o dramaturgo Luís Alberto de Abreu, com quem o diretor já realizou “Hoje é dia de Maria”, “Capitu”, “A Pedra do Reino”, entre outras. O projeto foi escrito por Luis Alberto, com roteiro de Paulo Garfunkel, Alex Moletta e Melina Dalboni. A equipe de colaboradores foi composta por Kaká Werá Djecupé, Ynaê Lopes dos Santos, Cidinha da Silva e Tiganá Santana. A tradução para o Kimbundu ficou a cargo do Professor Niyi Monanzambi (UFBA). No elenco, estão Antonio Fagundes, Daniel de Oliveira, Louisa Sexton, Isabél Zuaa, Ilana Kaplan, Gabriel Leone, André Frateschi, Cassio Scapin, além dos convidados Maria Fernanda Candido, Lea Garcia, Fafá de Belém, Margareth Menezes, Renato Borghi, Marat Descartes, entre outros.

Resultado de um trabalho colaborativo que levou um ano e meio para a pesquisa, criação e realização, “Independências” estreia justamente no dia 7 de setembro e terá 16 episódios, exibidos semanalmente até o final do ano.

O projeto partiu da necessidade de se recontar o Brasil através de uma releitura que se convencionou chamar de Nova historiografia. A ideia central de Luiz Fernando Carvalho é reivindicar a participação de um enorme conjunto de saberes, culturas, subjetividades e personagens que foram postos à margem ou que, violentamente, foram apagados pela história oficial.

Entre estes desmoronamentos históricos, observa-se a importância do protagonismo feminino na Independência do Brasil, como o da própria Leopoldina, artificie central no processo da Independência. Surgem figuras como Maria Felipa, cuja participação foi referencial na luta pela independência da Bahia, e o Padre José Maurício, maestro negro da Corte Imperial, mas ausente dos registros tradicionais.

Na visão do diretor, a minissérie oferecerá aos telespectadores de todo o país, a consciência de acontecimentos e personagens reais que até então se encontravam submersos, escondidos pelo manto de uma didática tida como versão absoluta pela visão eurocêntrica.

Através de uma fabulação de vozes múltiplas, avistaremos um país nascido sob o signo da pluralidade. “É uma escavação. Iremos escavando em busca do passado, reencontrando fantasmas nas salas do império, colonialismo, violência social, autoritarismo e escravidão. Fantasmas que, infelizmente, ainda se manifestam no presente como prática arraigada. Sem esta reflexão sobre a constante atualização do colonialismo histórico e suas estruturas de poder, me parece uma falácia pensarmos a ideia de um futuro, um país mais belo e justo para todos”, afirma Luiz Fernando.

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